Em toda eleição, sempre a mesma coisa: uma turma prefere determinado candidato. Outra prefere outro. E há uma turma que pretende protestar.
Dentre esses últimos, vejo três tendências: a dos que preferem a abstenção, a dos que dizem votar "nulo" e a dos votos em branco.
Resultado disto é que os votos dos que não escolhem qualquer candidato, a maioria dizendo ser protesto, ficam diluídos nas três tendências. Segue-se que não temos, ao final, o perfil real dos desempenhos de candidatos. Sim, porque os percentuais de cada candidatos estarão concentrados ali. Mas os votos "de protesto" estarão diluídos. Se se prestar atenção, a totalidade desses "votos" (abstenções, nulos e brancos) irá aproximar-se de cada candidato, podendo até ultrapassar um ou mais, se forem mais de três.
Vejamos, então, o significado de cada modalidade de "voto de protesto".
Com a abstenção, quem deixa de ir à urna desqualifica-se como eleitor. Não se sabe se se fez ausente em atitude de protesto, ou se foi preguiça mesmo, ou se preferiu ir à praia.
Já no voto nulo, o eleitor desqualifica o voto. Nulo é nenhum. Nenhuma qualidade, pois.
Com o voto em branco, o eleitor desqualifica todos os candidatos. Significa: nenhum candidato me serve.
Pelo que me consta, nem candidatos, nem partidos políticos, nem o próprio Tribunal Eleitoral gostam de ver número alto de votos em branco.
É o sistema.
EDIÇÃO PÓS ELEIÇÕES: faça-se comparação entre as somas de abstenções + nulos + brancos. Maior do que muitos candidatos, ou muito próximo até de eleitos. Esse é o retrato.