Para início de conversa, digo que não acreditava em qualquer dos candidatos (quem tiver dúvida quanto ao meu estado de ânimo político, poderá ler "Increu", em http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2012/04/increu.html). Minha convivência com políticos envolve muita incerteza. Durante a campanha - como nas anteriores - um candidato e seus correligionários falavam muito mal do outro; por sua vez, o outro e os respectivos correligionários falavam muito mal do um. Matutei que ambos se conhecem, com vida pública nos meios em que ambos atuavam: um deputado, o outro ministro e prefeito de São Paulo. Se não se conheciam bem, estavam mal informados, certamente. Concluo que cada um tem muitos e graves defeitos, posto que se conhecem e sabem do que estiveram falando. Dito isto, enveredemos pelo tema.
Mal terminaram as apurações, e a gente via pessoas festejando a "vitória". Ao mesmo tempo, pessoas afirmando que iriam resistir.
Festejar que vitória? O candidato eleito? Penso que não tem cabimento. Quero festejar a vitória da Nação, do Brasil, do Povo. Lembrei-me, no meio das comemorações, de que, nas eleições municipais de 2016, enviei mensagem para um amigo em que a maior parte do eleitorado votara para prefeito. Disse-lhe: "espero que, daqui a quatro anos, possa parabenizar as pessoas que votaram em você". É isto, gente: só daqui a quatro anos iremos ter uma noção de se o povo saiu vitorioso ou não. Só parcialmente, acho, porque há muita coisa ainda que vai levar muito mais tempo para vermos em bom estado, se a isso chegarmos. É mais do que prematuro comemorar agora.
E resistir? Resistir contra o que? Fui ao dicionário, sim: resistir é "defender-se, rechaçar, enfrentar, contrapor, opor-se, reagir"... Precisamos rechaçar, sim defendermo-nos, reagir, enfrentar, contrapor, relativamente aos muitos males que já estão implantados aí: políticos desviando dinheiros aos bilhões (no mensalão, ouvíamos apenas falar de centenas de milhões, no máximo). Reflexos negativos de má gestão e corrupção nos campos que interessam mais de perto ao cidadão - educação, saúde, segurança. Não me refiro apenas a um partido, porque a corrupção foi sistêmica (ou ainda é? de vez em quando pipoca um caso novo, em áreas diferentes inexploradas ainda). Refiro-me à derrocada em que meteram o Brasil. Refiro-me a todo o mal que foi feito aos brasileiros.
É certo que o presidente eleito nada fez ainda. Nem assumiu ainda. Resistir a que, então?
Datíssima máxima vênia, é preciso baixar a bola. E torcer para que, ao cabo de quatro anos, tenhamos motivos para comemorar e que não os tenhamos para resistir. Mas se tivermos, que resistamos!
Imagem de festejar: Sonharte Artigos Personalizados.
http://gruposonharte.blogspot.com/2013/03/como-surgiu-o-habito-de-festejar.html
Imagem de resistir: #FORADACAIXA.
https://nanedesousa.wordpress.com/2018/06/21/resistir/
31 de out. de 2018
16 de out. de 2018
1 de out. de 2018
QUANDO É O POVO QUE ESTÁ PAGANDO
Começo indicando duas postagens no cadikim, como "preparação espiritual" para leitura desta: "Vocação precoce" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2013/02/vocacao-precoce.html) e "Millôr em Pedacinhos - 'Pra Frente, Brasil!' - (Apontamentos 1981)" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2018/07/millor-em-pedacinhos-pra-frente-brasil.html).
Pois não é que o Garotinho teve a confirmação do indeferimento de sua candidatura e, por artimanhas jurídicas, participava da campanha enquanto seu recurso andava. Pois não é, também, que, ao confirmar o indeferimento, o Tribunal decidiu que Garotinho não podia mais fazer campanha, mas não precisava devolver os dinheiros que já gastara, verba orçamentária, cujas origens são nossos modestos bolsos.
Gente! O Garotinho sabia que já levara o
segundo cartão amarelo (a decisão era de colegiado) e que transitava pelo campo da "ficha suja". Se queria insistir, que custeasse as despesas de sua campanha (até que poderia ser com restituição posterior, se tivesse conseguido mudar a decisão carioca, impeditiva de sua candidatura).
Quis insistir, mesmo sabendo que a expectativa legal era a da negativa do pedido. A meu ver, o risco era todo dele.
Pra variar, o risco é sempre dos contribuintes, obrigados a pagar por quaisquer maluquices de nossos políticos e por uma visão torta de algum Tribunal.
Imagem: MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral).
http://www.mcce.org.br/noticias/nota-publica-mcce-lei-da-ficha-limpa/
Pois não é que o Garotinho teve a confirmação do indeferimento de sua candidatura e, por artimanhas jurídicas, participava da campanha enquanto seu recurso andava. Pois não é, também, que, ao confirmar o indeferimento, o Tribunal decidiu que Garotinho não podia mais fazer campanha, mas não precisava devolver os dinheiros que já gastara, verba orçamentária, cujas origens são nossos modestos bolsos.
Será mesmo? |
Quis insistir, mesmo sabendo que a expectativa legal era a da negativa do pedido. A meu ver, o risco era todo dele.
Pra variar, o risco é sempre dos contribuintes, obrigados a pagar por quaisquer maluquices de nossos políticos e por uma visão torta de algum Tribunal.
Imagem: MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral).
http://www.mcce.org.br/noticias/nota-publica-mcce-lei-da-ficha-limpa/
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