Desmancha prazeres? Poder ser. Mas não consigo ver só o lado positivo das coisas. Foi um jogão, com alternância no placar, muitas jogadas espetaculares, muita emoção. Ótimo!
Mas estiveram presentes também alguns fatores, que acho terem vindo de vagar e crescido com o tempo, e que, penso, só servem para macular a beleza do futebol.
Primeiro, falo de uma puxão no braço, de Rafinha sobre um vascaíno (Rossi, se não me engano). Este encarou Rafinha que fingiu ter tomado uma cabeçada. O juiz deu cartão amarelo só para o vascaíno (pode ser que não tivesse visto o puxão do Rafinha, mas auxiliares serem para chamar a atenção do árbitro).
Vi no puxão de Rafinha a evidente intenção de interromper um contra ataque. Foi mais longe: começou a criar conflito. Só depois de muita insistência do Rafinha em reclamar não sei o que para o árbitro foi que lhe sobrou um cartão amarelo.
Esse tipo de comportamento é muito frequente. Tenho pensado que não é mais necessário saber jogar futebol (o Rafinha sabe e não precisa desses expedientes). Basta saber puxar uma camisa, um calção, chutar a bola para longe do local da falta, retardar a partida... Jogar bola é um detalhe.
Pode ter nada a ver com o desempenho recente da seleção brasileira.
O outro fato - este incomoda-me muito mais - é o da comemoração de gols. Há algum tempo atrás surgiu Henrique Dourado comemorando gols com o gesto de "degola", exatamente em um tempo em que a tv mostrava cenas reais de degola, no oriente médio, condenados enfileirados e carrascos com as adagas nos respectivos pescoços. Sempre achei que gestos violentos de jogadores transmitem sentimentos violentos para a torcida. Mas a própria crônica esportiva, narradores e comentaristas referiam-se a Henrique Dourado como "o ceifador".
Pois não é que o Bruno Henrique, ótimo jogador, com desempenho ótimo tanto em assistências quanto em finalizações, resolveu incorporar o tipo que acho pernicioso? Aperfeiçoou! Após os gols que marca, o atleta passa a palma da mão direita sobre o antebraço esquerdo (como se estivesse afiando a cimitarra). Em seguida, repete o gesto da degola. Já vi, também, Gerson e o mesmo Bruno Henrique cruzando as duas mãos no pescoço e simulando uma degola com duas lâminas.
Acho de péssimo gosto, podendo ser um catalizador de violência.
Tenho visto muito jogador comemorar gols com expressão de ódio. E dizem que é momento de alegria!
Muita saudade das comemorações de Viola, com seus "trenzinho", "telefonema", "porco", "dancinhas" e outras demonstrações de alegria!
Imagem: UOL ESPORTE.
https://www.uol.com.br/esporte/top5/top-5---comemoracoes-com-aderecos-no-futebol.jhtm
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