2 de dez. de 2020

DE REPENTE, NÃO MAIS QUE DE REPENTE... E LÁ SE VÃO OS DINHEIROS DE CRICIÚMA E DE CAMETÁ

 

Não mais que de repente? Ora essa! Essa modalidade de assalto tem sido notícia

AVISO AOS NAVEGANTES:
A CENA ARTÍSTICA NÃO DESVALORIZA A
IMPORTÂNCIA DO TEMA.

frequente, só que sem repetição em curtos prazos como nos casos dessas duas cidades. Sempre sem solução publicada ou conhecida. Em rápido levantamento, uma visão parcial de eventos, no tempo e no espaço:


1) Em 05/09/2017, três agências bancárias mineiras, na mesma madrugada: Campos Gerais (03 h); Itanhandu (04 h 30 min); e São Pedro da União, sem informação de horário. Segundo a notícia, de Itanhandu a quadrilha seguiu para Itamonte, caminho para o Rio de Janeiro, fora do eixo Via Dutra.

2) Em 27 jun 2019, 03 h 30 min, Uberaba - MG.

3) Em 02 mai 2020, Ourinhos - SP.

4) Em 30 jul 2020, Botucatu - SP.

5) Em 01 dez 2020, Floraí - PF e Criciúma - SC.

6) Em 02 dez 2020, Cametá - PA.

São ações criminosas organizadas, frequentemente bem sucedidas. Não se sabe se o aparelho estatal conseguiu prender, processar, condenar, prender algum dos participantes.

Prefiro seguir comentando o passado. Vi crescer e proliferar a escalada de violência no Brasil, sem aumento da capacidade estatal de enfrentamento.

Bandidos levam imensa vantagem nessa briga: fortemente armados, logística de transporte poderosa e eficaz, pouco dispendiosa de recursos na preparação (executam golpes de mão, ações rápidas e fugidias) surpresa. Contam também com a ineficácia institucional no controle de armas e de explosivos, havendo notícia de utilização de armas de uso exclusivo das Forças Armadas. Quanto ao Estado, não dispõe - e é duvidoso de que deva dispor - de estrutura de defesa com a capacidade e a mobilidade necessárias ao enfrentamento. Extensão territorial, capilaridade da rede viária e até entraves burocráticos (necessidade de planejamentos compartilhados, para que uma cidade maior, de Estado alheio, nas proximidades de fato em outro Estado, possa intervir de ofício). O ingresso legal da Polícia Federal na atividade vê-se que não reduziu a incidência, que, agora, recrudesce, sem que se saiba o que poderá acontecer amanhã.

E busca de informações, encontrei um texto com 69 páginas, incluindo citações, de autoria de Cleber Eduardo dos Santos Tavares, classificado em primeiro lugar no Concurso de Monografias de TCC do Curso de Especialização em Execução de Políticas de Segurança Pública da Academia Nacional de Polícia, em 2008 (doze anos atrás). Abordagem ampla, fatores históricos e tópico sobre ROUBOS A BANCOS E A QUESTÃO DA SEGURANÇA BANCÁRIA.

Encontrei, também, texto intitulado "Novo cangaço: uma modalidade criminosa cada vez mais organizada" de autoria de Frederico Willian da Cruz, Funcionário Público Estadual do Estado de Minas Gerais, Pós-graduado em Direito Penal e Processual Penal, com Docência do Ensino Superior e Ensino Multimídia. Trabalho publicado em setembro/2018.

Até aqui, material bastante para mim, que entendo muito pouco da conjuntura atual. A quem interessar possa, os nomes e os títulos mencionados aqui são bastantes a encontrar na rede.

Prefiro cuidar de outros aspectos.

Primeiro: com certeza, não interferem na situaçao a criminalidade oficial, praticada por pessoas que não portam armas, agem com uma caneta na mão, e não se arriscam a enfrentamentos armados.

Segundo: não importa o aprofundamento de crises no Brasil, desde há muito tempo, em todos os governos, no que diz respeito ao campo da Segurança Pública e da Securança Interna (quiçá fosse apenas isto). O controle de armas e munições, bem como de explosivos em mãos particulares é nada eficiente. Fosse, e não iríamos ver armas de uso exclusivo das Forças Armadas, nem explosivos sob controle militar, em mãos de quadrilhas inteiras, até exibidas publicamente em bailes funk.

Também não interfere a questão social, porque isso deve ser coisa da esquerda, e não tem a menor importância no contexto da violência. Afinal, o homem é o lobo do homem e cada um defende seu pedaço do jeito que quer e que pode.

Mas vou arriscar-me: cito uma publicação do cadikim, em 30 jul 2017, reportando manifestações de políticos em 2010 (o cadikim não existia), realce para Sérgio Cabral, de "certeza e esperança",. Está em "O CAOS NÃO CHEGA DE REPENTE. NEM SE VAI RAPIDAMENTE" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2017/07/o-caos-nao-chega-de-repente-nem-se-vai.html), em contraposição ao título aí de cima.

Permito-me, também, apresentando excusas aos que acham que o caos social nada tem a ver, permito-me propor a oitiva do samba de Wilson das Neves, parceria de Paulo César Pinheiro, lançado em 1996, "O dia em que o morro descer e não for carnaval"(https://www.youtube.com/watch?v=mr0ZUETRnJk&list=RDmr0ZUETRnJk&start_radio=1&ab_channel=GuilhermeAraujoGon%C3%A7alves).

Ora direis: fantasias de socialistas... artistas sonhadores e irresponsáveis... terroristas...

Por seu lado, Paulo César Pinheiro e Wilson das Neves, onde estiverem, sacanamente poderão estar pensando: "eu avisei, viu?".


Imagem de Wilson das Neves: A Tarde.

https://atarde.uol.com.br/brasil/noticias/1889654-sambista-wilson-das-neves-morre-aos-81-anos-no-rio

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