22 de ago. de 2021

DA IMPORTÂNCIA DA INDEFECTÍVEL TECNOLOGIA DO CU DE PINTO NA CONFECÇÃO DE BOLAS DE MEIA

Tomei quase uma carraspana (sentido nº 2 do Aulete DIGITAL, não passo nem perto do nº 1 há mais de 15 anos) do Cícero, meu irmão caçula. Postei, em algum lugar, uma bola de meia que fiz. Dora, mulher de Cícero, pulou na frente e pediu-me para fazer uma para a Heleninha, sua netinha. Adrani pulou logo em seguida, pedindo uma para a Cacá, sua neta. Não sei por que cargas dágua, o tema "bola de meia" intrometeu-se em uma conversa que tive com o Cícero, por telefone. Falou-me que a bola estava muito bonita e "coisa e loisa", como costuma dizer. Acabou sentenciando, peremptoriamente: mas tem um defeito, você não fez o cu de pinto. Poderei que a malha da meia que usei era mais grossa e que não tinha sido possível fazer o cu de pinto perfeito. Mas a tecnologia era a mesma. Além do mais, cu de pinto tem mais nada a ver. Nem será reconhecido. Disse-lhe que, década de 1970, alguém falara para mim que, em BH, havia muito menino com doze anos que nunca havia visto uma galinha andando. O que dirá cu de pinto! Essas crianças nunca tiveram a oportunidade de observar os movimentos ritmados de um cu de pinto, quase pura lascívia, apenas uma curiosidade, então. Quase me desculpei porque, afinal, o Cícero foi um moleque de responsa, sabia fazer papagaios que voavam o fino, fazia de tudo que é molecagem: brincava de "nego fugido", "bentealtas licença pra dois", "tico-tico fuzilado" (nesses dois últimos a bola de meia é peça fundamental), soltava papagaio correndo em cima de muro (certa vez, fraturou a perna, caindo do viaduto do Perrela), parece que passou por outras fraturas... e sabia fazer bola de meia muito bem. Com cu de pinto e tudo! Opinião das mais respeitáveis, portanto. Afirmativa da importância indefectível da tecnologia do cu de pinto na confecção de bolas de meia!

Já havia resolvido preparar outra bola de meia, essa para o Gabriel, irmãozinho da Heleninha. A da Cacá será a próxima.

Há alguns dias, mandei para a Heleninha e o Gabriel as bolas de meia. A última foi confeccionada com meia de um tecido sintético, mais fino e leve, o que permitiu a caracterização do cu de pinto, tendo o Cícero reconhecido. Com a ressalva de que o cu de pinto da bola do Gabriel - a marrom - ficou mais bem caracterizada na outra extremidade (o besta do fotógrafo não chegou a tanto).










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