Na minha opinião, a todos os clubes. Não vou estigmatizar os brasileiros, dizendo que a falta de ética é exclusividade nossa. "La mano de Diós" é apenas um exemplo alienígena superlativo. Tenho escrito sobre futebol, falando da falta de ética de jogadores, da falta de pulso de juízes, e da intolerância de muitos comentaristas de arbitragens com árbitros, metendo o bedelho em determinados lances, equivocadamente (penso), até com indefiníveis suspeitas de clubismo ou regionalismo. No último jogo São Paulo x Corinthians, Rogério Ceni avançou muito, no pênalti que teve de ser repetido. Ficou buzinando no ouvido do juiz, no tempo entre o apito mandando repetir e a formatação final do cobrador, para a cobrança. Comentaristas já dizem que fez de propósito, sendo sua última oportunidade de empatar as cobranças, para "botar pilha" no Pato, cobrador, ou contar com um cochilo da arbitragem. Falam em "experiência". Não é improvável que tivesse sido assim.
Agora, vejo a notícia de "uso excessivo do cotovelo", pelo Davi Luiz, e da simulação, caído ao solo, com um sorriso flagrado pela "câmara do impedimento".
Temos visto muito jogador sair de maca, "lesionado" e, imediatamente após ser "desmacado", à beira do campo, levantar-se, lépido e fagueiro, ansioso por retornar ao combate. Quando algum jogador cai e é "rebocado", minha mulher já diz: "quer ver? vai levantar correndo, logo que descer da maca". Não dá outra.
Alguém falou, ontem, no "Bem Amigos", em agarramentos, dentro da área, principalmente quando das cobranças de faltas ou de escanteios.
Podemos ver de tudo isso aí, em todos os jogos. Logo que um zagueiro, ou um atacante, posta-se na área, para esperar um cruzamento de falta ou de escanteio, já vem um adversário, atravessando-lhe o braço na cintura, por trás. Quererá, por acaso, namorar o adversário? É claro que não! O agarramento vem em seguida, muitas vezes com muita rapidez - agarra - larga - desequilibrando o adversário, evitando ser detectada a falta.
Tenho visto que muita cena de violência, em futebol, resulta da incapacidade - técnica, física, ou moral - do árbitro, para coibir. A irritação acontece, resultando, muitas vezes em revides e atritos que podem descambar. Acho que o braço na cintura já é motivo para cartão amarelo. Primeiro porque a gente sabe o que virá depois. Segundo porque demais jogadores saberão do critério que, se não for repetido no jogo e em todos os outros, desmoralizará as arbitragens e o próprio futebol.
Tenho meu critério próprio: um jogador que agarra o outro dentro da área, sorrateiramente, escondido do juiz, não demonstra que é melhor do que ele. Demonstra só que não joga futebol. Pratica outra coisa.
Vou exemplificar com referências que, sendo advogado em final de carreira, já vi muito, tanto pela imprensa quanto em fanfarronadas: ou a imprensa fala que juiz vendeu sentenças - há caso de condenação - ou advogados comentam que outros advogados "compram" juízes.
Tenho argumento, sempre, que advogado não "compra" juiz. Se "compras " existiram (pessoalmente, conheço nenhuma), não foram realizadas por advogados mas um outro tipo qualquer, de profissão indefinida, que não precisa nem do título de bacharel, nem de número de inscrição na ordem. Se os tiver, estará jogando-os na sarjeta, em praticando esse tipo de ato. Também não será juiz, algum que possa achar de "vender" sentença.
Assim no futebol: o time que ganha "no apito" não jogou futebol, fez outra coisa; o jogador que ganha a jogada segurando, empurrando, agarrando o calção ou a camisa, pode até vir a ser especialista em MMA. Mas não ganhou a jogada em futebol.
A quem interessa, então?
A todos os clubes, ou à grande maioria. Hoje, é contra seu time; amanhã, a favor.
Não fosse assim, e não se conformariam com esses fatos.
Acho que pode interessar, também, aos canais especializados em esportes, em geral, e a comentaristas de arbitragem em particular. Se houvesse ética na prática do futebol, não teriam o que comentar.
Foto: Paraíba.com.br
http://www.paraiba.com.br/2013/05/06/42999-sp-x-corinthians-rogerio-ceni-adiantou-se-251m-na-cobranca-de-alexandre-pato
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