Temos o hábito de não ligar para as coisas pequenas. Centavos, por exemplo. Uma ninharia! Reclamar é mesquinharia!
Mas vejamos: os comerciantes varejistas já levavam uma vantagem, quando havia moedas de um centavo para dar como troco. Anunciavam produtos por x,99 para atrair o consumidor à unidade monetária imediatamente abaixo, como se fosse vantagem - que não era. Além disto, muitos já não davam centavos de troco. À medida que os centavos foram rareando, então - um dos efeitos da inflação é eliminar as moedas divisionárias menores - foram deixando de lado as de um centavo e dando o troco pela unidade monetária disponível imediatamente superior.
Com o fim dessas moedas menores, então, passaram a fingir que propõem preço de unidade de real mais baixa (1,99, por exemplo) e cobrar a imediatamente acima (2,00), por "falta de troco".
Uma medida qualquer, que poderia vir, espontaneamente, das associações comerciais e congêneres, seria cobrar, no total, a divisionária disponível imediatamente abaixo (10,95, por exemplo, quando a soma der 10,99), porque o fingimento já passou a ser realidade: 1,99 passou a ser 2,00 mesmo.
Vejo isto em alguns estabelecimentos varejistas, parcialmente apenas: quando a unidade centavo não ultrapassa três, cobram para baixo; quando chega a três, cobram para cima. Estarei gastando tempo com coisa à toa? É só pensar que, conforme o número das vendas, o valor agregado com sobras de valores menores que cinco centavos não é pouca coisa, não.
Hoje, comprei chocolate nas Lojas Americanas. Dois, cada um a R$1,99. A soma de R$3,98 resultaria em um troco de R$16,02, para a nota de R$20,00 que dei. A moça do caixa arredondou para baixo o troco, não o preço cobrado. E entregou-me R$16,00. Sem ressentimentos. Ficou natural tungar um, dois, três, quatro centavos, de milhares de consumidores.
O cupom fiscal está aí para ver.
Se o leitor achar que vale a pena tentar um movimento pelos meus centavos - e pelos seus, compartilhar é uma boa.
EDIÇÃO EM 17/08/2017:
Tenho tomado refeições no restaurante do Jason, em Patos de Minas, no qual o "caixa" costuma arredondar para baixo o valor da conta. Por exemplo: 12,10 para 12,00. Acho que não precisava tanto, bastava reduzir os centavos "quebrados". Vem funcionando muito bem para os consumidores. Mas deve estar bom para ele, já que está mantendo o procedimento.
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