É coisa mais que "da antiga".
Famosa é a trova de Gregório de Matos, de um mote que lhe foi proposto: "A mais formosa que Deus".
O poeta construiu, logo:
Eu com duas Damas vim
de uma certa romaria,
uma feia em demasia,
sendo a outra um Serafim:
e vendo-as eu ir assim
sós, sem amantes seus,
lhes perguntei, Anjos meus,
quem vos pôs em tal estado?
A feia diz que o pecado,
a mais formosa que Deus.
Gregório de Matos e Guerra, poeta colonial brasileiro, séc. XVII. Nasceu na cidade de Salvador (Bahia), em 1633. Estudou em colégio Jesuíta, na Bahia, e formou-se em Direito, na Universidade de Coimbra, Portugal. Retornando ao Brasil, além de praticar em trabalhos jurídicos, dedicou-se à literatura, escrevendo sátiras sobre a sociedade da época. Em função de suas críticas duras aos integrantes da sociedade (políticos, religiosos, empresários, ganhou o apelido de "boca do inferno". Produziu também poemas de caráter erótico e amoroso.
Descontentes com as críticas, as autoridades locais passaram a persegui-lo. Preso em 1694 (a inversão de algarismos no número 1964 é mera coincidência), foi deportado para Angola (África). Autorizado, mais tarde, a retornar ao Brasil, foi viver na cidade de Recife, onde faleceu em 1696.
Fonte (imagem inclusive): Sua Pesquisa.
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