No correr de todo esse tempo em que, em diversas oportunidades, conforme a inflação do momento, mudamos de unidades monetárias (réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo, cruzeiro outra vez, cruzeiro real, real - mais ou menos isto), tivemos duas notas que, em rápida visão, podiam ser confundidas, ambas com a face azulada: a de mil cruzeiros (então com a efígie de Pedro Álvares Cabral, e que, por isto, passou a ser tratada, na intimidade, como "um cabral"),
e a de dois cruzeiros, com a estampa do Duque de Caxias, carinhosamente tratada como "um caxias".
O verso do "cabral" era em um laranja forte
e o verso do "caxias" era em um laranja mais fraco.
Pois bem. Meu amigo, o advogado José Maria Mayrink Chaves - que, com toda certeza, aguarda-me no andar de cima, só para provar que é o mais maluco (como se precisasse) - passava-me alguns sambas, que dizia serem de autoria de um tal Cirilo, carregador no Mercado Municipal de Belo Horizonte. Nunca vi o tal compositor, apesar de minhas andanças frequentes com o Zé Maria. Por isto, penso que as músicas, sempre muito engraçadas, eram do Zé, mesmo. Cirilo era só uma escapada.
Por ter vindo à baila o tema "moedas", transcrevo a letra de um samba, autoria do "Cirilo", falando sobre o fim de um amor mui chegado ao interesseiro:
"Chega, entre nós não há mais nada.
Você não é mais o estouro da boiada.
No nosso romance, já "coloqueio" ponto final
pois na sua bolsa só tem caxias mas não tem cabral."
Imagens: Nosso Dinheiro Através dos Tempos.
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