Jair da Rosa Pinto, armador daquela seleção, disse que a revista "O Cruzeiro", a poderosa daquele tempo, destacou um repórter para cada jogador, para produzir a "semana de um campeão". A euforia dos jornalistas levava a seleção brasileira às alturas, campeã por antecipação. Segundo encontramos em "P@rtes" (http://www.partes.com.br/2014/03/27/barbosa-e-a-dor-quem-nao-quis-calar/#.VauzFqRVhBc), citando Orlando Duarte, o jornal "O MUNDO" antecipou a vitória:
“Na manhã do domingo da final, os jornais não seguraram a euforia. Todos apontavam o Brasil como campeão do mundo. Um deles, O MUNDO, colocou uma foto do time perfilada com a seguinte manchete: “Eles são os campeões do mundo”. Orlando Duarte em Paixão – O Brasil de Todos os Mundiais, página 64, Editora Abook, São Paulo, 2013″
Um jogador (a memória não ajudou e não encontrei na internet) disse que os jogadores nem podiam comer tranquilamente, porque suas refeições eram interrompidas ora por repórteres, buscando entrevistas, ora por políticos buscando fotos (não era tempo de selfie) para campanhas de candidaturas. Contou que, na manhã do jogo, Flávio Costa retirou os jogadores da concentração e levou-os para o Maracanã, aonde comeram sanduíches.
"A pena perpétua de Barbosa, o goleiro do 'maracanazo'". |
O que sinto é que se trata de conflito entre duas profissões com objetivos diferentes: uns querem jogar futebol, ganhar jogos, ser campeões; outros querem primazia de seus veículos, com notícias novas e exaltações a jogadores e à seleção, desde os preparativos até a final do campeonato. Se a seleção ganhar, a mídia ganha tudo, desde o início dos treinamentos; se a seleção perder, a mídia pelo menos ganhou o "meio de campo".
Foto (texto inclusive): PressFut - A CASA DO FUTEBOL.
https://pressfut.com/post/a-pena-perpetua-de-barbosa-goleiro-do-maracanazo/
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