Leio na última edição de Veja:
"Quando, em dezembro do ano passado, Cunha aceitou o pedido de impeachment da petista, o governo fez circular a versão de que a decisão era uma retaliação à recusa da presidente em ceder a um acordo proposto pelo parlamentar. Cunha estaria disposto a não aceitar o pedido de impeachment se três deputados do PT votassem a seu favor na Comissão de Ética, que discutia a abertura de processo contra ele."
Aí, encontro em EBC Agência Brasil (http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-04/cardozo-diz-que-recebimento-do-pedido-de-impeachment-foi-vinganca-de-cunha) o que foi dito por José Eduardo Cardozo, em defesa da Presidente:
"Cardozo disse que há 'indiscutível, notório e clamoroso desvio de poder' no recebimento do pedido do impeachment. "Conforme [foi] fartamente noticiado pela imprensa, a decisão do presidente Eduardo Cunha não visou não visou (sic) à abertura do [processo de] impeachment, não era essa sua intenção, não era essa a finalidade. Sua Excelência, Eduardo Cunha, usou da competência para fazer uma vingança e uma retaliação à chefe do Executivo porque esta se recusara a dar garantia dos votos do PT no Conselho de Ética a favor dele', argumentou Cardozo.".
Minha busca comparativa destinava-se apenas a confirmar aquilo que ouvira de mais de um(a) senador(a) do PT (eventualmente do PC do B), em defesa da Presidente. Acredito que o argumento tenha sido usado, sim, porque o vejo em duas fontes e porque ouvi da boca do José Eduardo Cardozo e de defensores da Presidente, quando se manifestaram em sessões da Comissão de Impeachment.
Admitamos, sim, que Cunha tivesse tentado a tramoia. O que a Presidente, deveria fazer? Ou Deputados eventualmente "tentados"? Denunciar o Presidente da Câmara, ora bolas. Calar-se é consentir. Agora não é hora de vir alegar isto, sem provas de que Cunha agiu por vingança, no que até poderia acreditar, se o íntimo das pessoas não fosse indevassável. Como indevassável, para mim, são as consciências dos petistas que poderiam ou não estar envolvidos na "cumbina" (como dizem os mineiros), e depois mudado de ideia. Mesmo porque, no mesmo exemplar de Veja, mesma matéria (pág. 53), está que
"Uma outra versão, essa disseminada pelo presidente do PT, Rui Falcão, dizia que havia sido a bancada do partido, pressionada pela opinião pública, que teria se negado a apoiar Cunha em troca da salvação do mandato de Dilma".
Prefiro, sim, repetir aquilo que norteia meu raciocínio sempre que alguém se cala e depois sai a alegar aquilo sobre o que se calou. Uma das cerimônias que considero mais sérias, para prevenir esse tipo de coisa, é a do casamento. Por causa daquelas palavras finais que, conforme forem pronunciadas, podem até não ser as finais:
"Se alguém souber de algum impedimento, que fale agora ou cale-se para sempre!".
Foto (editada de vídeo): Comercial de TV,
Strepsils - Casamento - Fale agora ou cale-se para sempre.
https://www.youtube.com/watch?v=H-HHRi9XA84
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