"Marco Antônio, este abaixo assinado foi feito para uma pessoa como você. Clique e assine para apoiar."
Já havia recebido um outro e-mail do tipo, só que com a intenção de impedir que a nomeação de Ministros do STF continue sendo feita pelo Presidente da República. Posso até concordar com isto, em face de conceitos que tenho a respeito de nomeações em geral. Minha curiosidade levou-me ao texto, no qual encontrei apenas proposta relativa ao STF. No entanto, os conceitos que tenho levam-me a tratar de nomeações livres de um modo geral, desde aquelas para servidores, sem concurso. Penso ser muito pouco tratar do assunto setorialmente, como foi proposto.
Obviamente, não iria clicar sem ler, nesta nova mensagem do change.org (mencionada pelos remetentes das duas mensagens), porque não sabia o que se pretendia que eu apoiasse.
Fui encontrar o seguinte (ctrl c / ctrl v):
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Pois bem. Para início de conversa, não sei mais da change.org do que o seu nome, nem me lembro de conhecer o senhor Renato Gusmão. Segundo, não sei como a mesma change.org, cujo endereço está nos Estados Unidos, veio a conhecer o meu e-mail. Certamente, por método absolutamente não convencional, porque não me lembro que mo tenha solicitado. Pela mesma forma, o senhor Renato Gusmão. Terceiro, não sei por que um ou outro, ou ambos, entendem que o tal abaixo assinado foi feito por uma pessoa como eu (como está na mensagem). Ora, se não nos conhecemos, como é que a pessoa pode assegurar isto? Não estou, definitivamente, entre as pessoas que possam pretender acabar com a Lei de Incentivo à Cultura. Só a observação "Chega de financiar o PT" é suficiente para afastar-me da empreitada, porque vejo conteúdo partidário na mensagem. Não sou PT muito menos qualquer outro partido. Estou mais para "yo soy contra", porque não vejo sequer semi-anjos no horizonte. Percebe-se que a intimidade dessas pessoas comigo não deu ensejo sequer a lerem sobre meus posicionamentos políticos (não partidários), neste blog. Mais grave: não sei a que querem chegar com o abaixo assinado em pauta, muito menos com a abertura para qualquer um fazer um abaixo assinado.
Mandaram para a pessoa errada a proposta de acabar com a Lei Rouanet. Pode significar que muita gente esteja apoiando, sem saber do que se trata verdadeiramente, como acontece, em geral, no campo político partidário.
De resto, sou a favor da continuidade da Lei Rouanet, porque penso que é um caminho de incentivo à cultura, sim, com algumas vantagens que podem ser discutidas.
Quanto àquilo que acham absurdo nas ações cobertas pela mesma lei (financiar um casamento, por exemplo), também acho. Mas se formos acabar com tudo o que achamos absurdo, tratemos de acabar com o Congresso Nacional (Senado e Câmara têm integrantes processados por vários motivos e as demandas caminham por lá muito mais sob a ótica dos interesses políticos do que dos sociais); acabar com o SUS, porque dizem haver desvios de finalidade e de dinheiro; acabar com o CARF, porque dizem ser local de tramoias e de corrupção; acabar com Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores envolvidas com desvios diversos; acabar com as Secretarias de Segurança Pública, que não conseguem proteger a população de tudo o que é espécie de crime; acabar com a Petrobras, que virou um antro de corrupção; ah! acabar com as empreiteiras... E, se acabar com isso tudo, nem vai precisar mais de Polícia Federal... Olha, gente: acho que só vai sobrar a Receita Federal, que tem sido mais do que muito eficiente em arrecadar nosso pobre dinheirinho, para ser gasto do jeito que é.
A propósito, assisti, ontem à noite, a um lindo espetáculo, em Patos de Minas: brindou-nos com um trabalho preparado com esmero e arte a pianista Laura Boaventura, jovem e muito talentosa mineira, com passagens por vários cursos e eventos na Europa, tendo sido consagrada em 2014, em 1º lugar no Concurso Internacional de Música, em Helsinque, na Finlândia. O programa apresentado ontem, com obras de compositores dos séculos XVIII, XVIV e XX, está incluído no projeto Terra Sem Sombra, que já tem programação, ainda em Patos de Minas, para o dia 23 de agosto próximo, apresentando um trio de violino, cello e piano.
Tudo através da Lei Rouanet.
E vamos acabar com isto?
Imagem Terra Sem Sombra: Patos Notícias.
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