10 de ago. de 2017

O QUE HÁ COM O GALO, AFINAL?

Clube Atletico MineiroA mídia qualificava o Atlético Mineiro como um dos candidatos ao título do Brasileirão 2017. Todos diziam que o time tem elenco. O Galo faturou o Mineiro deste ano. E parou por aí. Para animar a torcida, a mídia anunciava que o time fez a melhor campanha da fase de grupos, na Libertadores. Verdade. Mas desandou no Brasileirão. Tem muito pouco daquele time que conquistou a Libertadores, cuja tática, a meu ver, era mais de ligação direta, com Victor mandando a bola da meta ao ataque, o Jô ganhando as bolas altas que amaciava para Ronaldinho Gaúcho, Tardelli e Bernard, um ataque pra lá de ágil. O restrito repertório era muito bem executado pela habilidade e a juventude, além do enorme talento de Ronaldinho.
Como mais de duzentos milhões de brasileiros, sou metido a entender futebol. Penso, há muito tempo, que qualquer time de futebol deve ter no elenco - e em campo, principalmente - um percentual pequeno de jogadores muito experientes, um percentual médio de experientes e um percentual maior somando inexperientes e pouco experientes. Teoria pura, porque não vi isto aplicado. Mas vi muito time jovem com um só "velhinho" no meio jogando muito bem, porque, se fosse craque com "C" o "velhinho", a experiência pesaria muito a favor do time, aliada à juventude dos companheiros. Penso, também, que um meio de campo deve ser composto por um volante que tenha velocidade, um "armador" inteligente e habilidoso, com visão ampla de campo (elemento praticamente extinto, atualmente), e um ataque rápido. Volto a 1958 e encontro Didi comentando que "no futebol moderno, quem corre é a bola", o que me incomodou, mesmo jovem para entender, porque achei que Didi esqueceu-se de completar: "...a bola e Pampolini, Garrincha, Paulo Valentim, Amarildo e Zagalo (havia, ainda, Edson e Quarentinha), no Botafogo, e Zito, Garrincha, Pelé, Vavá e Zagalo, na seleção brasileira". Todos voando rasteiro. Em 62, quase repeteco; em 70, fórmula parecida, com Piaza, Clodoaldo, Gerson, Tostão, Rivelino e Jairzinho - o Furacão da Copa. Não estou comparando jogadores, mas analisando a formação de um time.
Volto à realidade, ao time do Galo. Não tem um ataque ágil como o da Libertadores de 2013. E não tem um meio de campo dinâmico. Não há jogadas de transição com a frequência que qualquer jogo requer. Vejo um outro fator, que já se arrasta há algum tempo e que, neste ano, agravou-se. O time do Galo está velho. Preconceito? Jeito nenhum! Encontro em globo.com, dezembro/2016,(http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2016/12/media-de-idade-do-time-e-desafio-para-o-atletico-mg-na-proxima-temporada.html) que "Média de idade do time é desafio para o Atlético-MG na próxima temporada". Fala da média de idade de 30 anos do time titular.
Faço uma consulta rápida na rede encontro, no time que entrou jogando ontem: um jogador com mais de 35 anos; dois com mais de 32; três com mais de 30; três com mais de 25 e dois com menos de 25. Gabriel - único aproveitamento da base - está com 22. É quem deixa a média de idade do time em 29,27. Se excluirmos Gabriel, a média irá para os 30. Mais da metade do time está acima dos 30 anos. Tenho comentado com amigos (atleticanos às vezes desencantados), que o time tem sofrido e até perdido jogos nos últimos quinze minutos.
A esperança, agora, é o Brasileirão, a busca do G6, para a próxima edição da Libertadores. Mas o time é o mesmo.

Imagem: clickgrátis - fotos & imagens.
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