29 de abr. de 2018

ACHOLOGIA EM FUTEBOL EDIÇÃO AO FINAL, EM 10/12/2022.

Não vou falar em opinião porque isto é para os especialistas. Mas cismei de comentar algumas das cenas que vi hoje, pela tv, de dois jogos.
A primeira coisa que observei foi, no jogo Atlético Mineiro x Corinthians, uma redução na média de idade do elenco. Comentara, em outra oportunidade (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2017/08/o-que-ha-com-o-galo-afinal.html), que um dos desafios do time do galo era a média de idade alta dos atletas. O Fábio Santos, para mim, era o único "velhinho" que mantinha regularidade física, com vantagem para o time. Fred (de quem ainda "livrava a cara", porque era o artilheiro do time), Robinho, Elias, Leonardo Silva e Marcos Rocha (quase meio time), com idades acima de 30 anos, não apresentavam a necessária regularidade. Cazares, que chegara arrasando, caiu de produção e não era - e não tem sido - jogador de jogo inteiro. E eram poucas as partidas em que rendia quase o que deveria, pela capacidade técnica inegável. Penso que Adilson - outro "velhinho", ficava prejudicado pelas atuações dos demais, posto que revelava alguma energia durante o jogos.
Hoje encontro um Atlético com Bremer (seria difícil colocá-lo no lugar de Leonardo Silva, se alguma circunstância não fosse mudada), um Bremer com boa cadência, boa antecipação, calma, subidas conscientes, aos 21 anos (agora, a média de idade do centro da zaga é 22 anos). Posso até queimar a língua, mas o rapaz destacou-se muito nas divisões de base. Penso que só crescerá se jogar como titular. Patric - em jogada de esforço deu assistência para o gol de Roger Guedes - é mais disciplinado taticamente, mais dedicado, muito mais energia do que Marcos Rocha (melhor tecnicamente, mas que andava em baixa no Galo); Roger Guedes, alternando altos e baixos, mostra bom domínio de bola e, veloz, dá dinâmica ao ataque, tendo se entendido muito bem com Luan e Fábio Santos; Gustavo Blanco, que vi com bons olhos jogando pelo América Mineiro, pareceu-me ter melhorado: muita velocidade, agilidade, habilidade, combatividade (no último jogo, achei algo exagerado, com algumas poucas jogadas bruscas). Otero, que não tivera oportunidades seguidas no ano passado, chegou em 2018 arrebentando. Não quero comentar: não seria achologia. Adilson, que eu achava prejudicado, está desenvolto, com uma defesa mais jovem e mais rápida atrás, e com Gustavo Blanco a seu lado.
Vi, então, o time do Galo dominando o Timão durante pelo menos 80% do jogo. Foi muito mais agressivo (estilo de jogo) e mais eficiente.
A segunda referência neste pitaco foi a organização do time do Galo. Pareceu-me calmo, organizado, sem medo de jogar e sem firulas. O interino Thiago Larghi parece estar com crédito com seus jogadores (acho que o técnico, por mais que conheça a profissão, só será vitorioso se os jogadores acreditarem nele). Gostei muito de ver o time jogar hoje.
A terceira coisa que vi não me agradou. Foi no jogo Internacional x Cruzeiro. Aquele recuo de bola do Bruno Silva, do Cruzeiro. Gostei menos da declaração dele, no intervalo. Disse que chutara a bola para escanteio e o juiz achou de marcar o chute indireto. Comentou: a gente não sabe o que vai na cabeça de juiz (culpa-se sempre o juiz, preferencialmente). Gostei nada da declaração porque observara que Bruno Silva chutara a bola na direção da linha de fundo, mas não se posicionou, em seguida, para a cobrança de escanteio. De frente que estava para a linha de fundo, deu um "devorteio" dirigindo-se em direção à "meiúca", demonstrando, pela ação, que estava a fim de meio campo e não de escanteio. Penso que esperava de Rafael - que goleiro esse reserva do Fábio - iria devolver a bola com os pés. Poderia dizer que não teve a intenção, que foi mal interpretado. Mas não me agradou ter transferido responsabilidade para o juiz.
A quarta observação: ainda desta vez, fiz restrições a Mano Menezes à beira do campo. Nunca comentei isto, mas acho que, muitas vezes, chega à grosseria. Hoje, Leandro Damião fez uma falta em um cruzeirense, perto de onde se encontrava Mano. A falta foi desnecessária (a "vítima" de frente para a lateral e não para seu campo de ataque) e, embora não fosse perigosa quanto a possibilidade de lesão, pareceu proposital, em face da força que o infrator colocou na ação. Foi o bastante para que Mano "pagasse um didático" (homenagem a Roberto Chagas) para Leandro Damião. Não concordo com essa mania que está tomando conta no futebol, de técnicos e jogadores meterem-se na função de juiz, que é quem tem poder para advertir uns e outros.


Resultado de imagem para jogo atlético x corinthians brasileirão 2018 hoje
Ah! Ia me esquecendo: Admirei só um jogador do Galo e seis corinthianos
parlamentando com o juiz, no lance do gol anulado (não discuto por
também seria achologia). Pareceu-me que Ricardo Oliveira
afastou demais que se haviam aproximado. Será orientação técnica?
Muito mais respeitoso! Será um novo estilo? Acho saudável!











Tirante o time do Atlético, que me parece melhor (mais consistente, como querem os técnicos); precisamos melhorar muito quanto a outros aspectos.
E chega de achologia!

EDIÇÃO: Bremer, citado no texto, como uma bela promessa, está hoje jogando na Europa e participou da Copa do Mundo de 2022, como reserva de Tiago Silva. Marcos Rocha, citado com "em baixa", saiu do Galo e já há algum tempo vem dividindo a lateral direita do Palmeiras , com muita eficiência, com Mayque.

Imagem: S.C. Corinthians Paulista.
http://tudotimao.com.br/news.asp?nID=129466

26 de abr. de 2018

O TAL FORO "PRIVILEGIADO".

Uma tremenda discussão em torno e propostas as mais diferentes. Nem poderá ser de outro jeito, porque prerrogativa de foro é materia constitucional e, pelo que aprendi no jardim de infância, para mexer nisto é indispensável mexer na Constituição. Opinião ousada de um advogadim de província.
Ouso mais: ouso pensar ser necessário conhecer as origens e os fundamentos do que se decidiu chamar "foro privilegiado". De jeito nenhum ouso pensar que a Constituição fale em "foro privilegiado", posto que, se o fizesse, estaria consagrando uma baita incompatibilidade com o art. 5º, que afirma a igualdade de todos perante a lei (ainda a ousada interpretação de um advogadim de província).
Também não posso conceber que, em qualquer modelo de governo democrático, é dispensável assegurar algum tipo de proteção a certas classes de autoridades que, conforme medidas que adotarem, passam a correr risco de vida (seria saudável e, provavelmente prazeroso, que interessados lessem "Scaramouche", ou vissem o filme).
Abro parêntesis para afirmar que, em 68 anos de vida (tenho 78 mas vou considerar apenas aqueles em que passei a colecionar informações de época), repito, durante esse tempo, não vi qualquer político correndo risco de vida que não resultasse de intolerância, concorrência desleal, inimizades políticas, aniquilamento de adversários e "inimigos do regime"... Nada disto.
Mas, no furdunço em que o Brasil se encontra, há círculos políticos que têm pressa em acabar com aquilo que se habituou a chamar de "foro privilegiado". Vai daí que o STF está firmemente empenhado em tratar da matéria.
Penso que, atacando-a, sem atacar a própria Constituição, estará apenas adiando problemas, que poderão retornar a ele próprio, se as circunstâncias se modificarem (o que é nada difícil no Brasil, esta Nação vocacionada para a flexibilidade até os últimos limites, ou até além deles).
É claro que não vou escrever as bobagens que falei para, em seguida, eximir-me de escrever o que penso possa vir a ser adotado, ainda que custe uma mudança na Constituição.
É simples (o enunciado poderá oferecer alguma dificuldade facilmente superável, considerando-se os talentos de nossos políticos): penso que crimes contra a Nação - ou seja, cujas vítimas irão encontrar-se na totalidade da população, sendo certo que dentre eles estarão os crimes de desvio de dinheiros públicos - deveriam estar entre os imprescritíveis que, se não atentam contra a ordem constitucional e contra o Estado Democrático, o advogadim de província tomou pau no jardim de infância.
Se se admitir que sejam imprescritíveis esses crimes (vale a interpretação constitucional, no sentido de que essas ações a que estamos assistindo diuturnamente - como gostam aqueles que se dedicam ao serviço da Pátria - sejam delitos atentatórios da ordem constitucional e do Estado Democrático), os que andam às voltas com tribunais podem continuar como estão. Então, um novo estado de coisas poderia resultar de interpretar "crimes de lesa-majestade", sendo vítima toda a Nação, como atentatórios da ordem constitucional e do Estado Democrático.
Penso que não irão gostar disto. O ex-depufede (que era como Sérgio Porto - o Stanislaw Ponte Preta - intitulava os deputados federais) Eduardo Azeredo, por exemplo, renunciou ao seu mandato, com indignação, o que foi entendido por alguns como subterfúgio para fugir do STF - o foro "privilegiado" (https://www.brasil247.com/pt/247/minas247/130741/Azeredo-decide-renunciar-para-escapar-do-Supremo.htm). Segundo informações que podem ser encontradas na rede, a denúncia era por "...desvio de recursos públicos em benefício próprio, para financiar sua campanha política a governador em 1998..." (http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/02/eduardo-azeredo-renuncia-a-mandato-de-deputado-federal-977.html). Lá se vão 30 anos e a denúncia ainda não foi resolvida, não há sentença definitiva.
O que me parece estar acontecendo é que todos aqueles que têm o "privilégio" de foro adorariam escapar do STF que, mesmo julgando devagar - como de resto, todos os níveis do Poder Judiciário - julga uma vez só, ensejando apenas os tais Embargos de Declaração e o tal "golpe do desespero" (quem joga sinuca sabe o que é isto), que são os Embargos de Declaração dos Embargos de Declaração. Mesmo assim é mais rápido e, para a Nação, menos doloroso (não se olvide que haverá muito dinheiro gasto para julgar esses caras todos, desde a Comarca ao STF, passando por mais de um Tribunal intermediário). Penso que a hierarquia dos crimes poderá justificar a hierarquização no Judiciário.
Mas é claro que nem lhes passa pela cabeça fazer a "loucura" que o Azeredo fez. Nem pensam em renunciar a seus cargos. Querem, sim, fugir do STF. Mas de um modo suave.
Acabar com o foro "privilegiado" é o jogo dos que estão enrolados com o STF e com o STJ. Mas - como sempre - as "vítimas do sistema" buscam dourar a pílula, para que o povo pense que será dureza para ele. Nada disso: será mamão com açúcar!

22 de abr. de 2018

MINHA PERSONAGEM DA SUPERLIGA FEMININA: AMANDA JULIANA CAMPOS FRANCISCO

Assisti, hoje, a uma partida sensacional, para finalizar o ano da Superliga feminina de voleibol: Praia Clube, de Uberlândia, e SESC Rio, do Rio de Janeiro, valendo o título do ano. Em casa, o time que se apresenta muito organizado e eficiente, dirigido por um treinador em ascensão, fruto de um projeto desenvolvido no Praia Clube, nos últimos anos; como visitante um time consagrado, doze vezes campeão, dirigido por um treinador consagrado.
Aqui, irei tratar de uma única pessoa, que elegi minha personagem da Superliga: AMANDA JULIANA CAMPOS FRANCISCO!
Não foi a melhor atleta em campo; nem é considerada a melhor do time; nem foi maior pontuadora na competição.
Avaliei, no entanto, as comemorações de Amanda, a cada ponto que marcava. Em um esporte com nível de educação muito alto, ainda é frequente identificar uma "encarada", uma atitude pouco conveniente de quem marcou um ponto, uma comemoração "com raiva" (imagem de agressividade, às vezes até de vingança) em uma jogada muito difícil ou de solução muito demorada.
Depois de observar uma comemoração de Amanda, passei a prestar atenção na conduta dela. Vi que comemorava os pontos que marcava com uma alegria incontida, muita alegria. Mas vi nenhuma expressão de menosprezo, de chacota, de "raiva". Só alegria, muito sorriso todo aberto, muita vibração.
Penso que a alegria com simpatia - que é outro atributo da atleta - concorre para o ambiente de paz e de camaradagem que deve ser o de qualquer esporte. No mais, penso que transmite à torcida alegria e paz, do mesmo jeito que penso que, no futebol, quando vejo atletas comemorando gols imitando disparos de revólver - e até de metralhadora - ou imitando ação de degola de alguém - valendo o apelido de "ceifador", transmitem imagens de violência para a torcida. Não sei se essas atitudes extremas têm o condão de provocar nas torcidas os sentimentos de cada uma das espécies. 
O cadikimdicadacoisa elege AMANDA JULIANA CAMPOS FRANCISCO a personagem da SUPERLIGA DE VOLEIBOL FEMININO 2018!

Amanda, dedo em riste e sorriso no rosto, valorizando Fê Garay

Imagem: olimpíada todo dia.
http://www.olimpiadatododia.com.br/volei/47600-fluminense-x-praia-clube-superliga-feminina-de-volei/

MILLÔR EM PEDACINHOS - COLOCAÇÃO OPORTUNA

"Já que não estamos vivendo em tempos éticos nem estéticos, é fundamental, pelo menos, não abandonarmos os tempos sintáticos. E, como tenho ouvido em bocas de jovens, e nem tanto, expressões como 'Ela estava de topless' e até 'Ela estava sem topless' (esta uma óbvia contradição em termos), esclareço que o verbo estar, na permissiva frase, não é regido por preposição.
Deve-se, portanto, dizer apenas 'Ela estava topless': isto é, sem (less) a parte de cima (top) do maiô ou lá como se chame aquele esparadrapo que elas compram na Johnson & Johnson.
Dizer 'Ela estava de topless' é apenas uma exdruxularia semântica, mas 'Ela estava sem topless' é uma burragem total. Pois sem (que quer dizer less) e less (que quer dizer sem) são duas negativas e duas negativas se anulam, como sabe qualquer cavalariano de nível médio. Dizendo 'Ela estava sem topless' a pessoa acaba por afirmar o avesso do que pretende e, quando pensa estar indicando alguém prafrentex, está dando a entender exato o contrário - alguém muito caretex.
A jovem que está, portanto, sem topless está de top e é pois uma pessoa pundonorosa, quadrada, consequentemente partidária e defensora do topismo. Uma utópica, jamais uma topelada.
13/02/1980"

NOTAS DO CADIKIM:
1) A quem estiver precisando dessa lição dada por Millôr em 1980, aconselho buscar os significados de "sintáticos", "exdrúxulo" (tirar conclusão quanto a "exdrúxularia"), "semântica" e "pundonorosa". Pode ser dicionário on line.
2) Acho que com a expressão "qualquer cavalariano de porte médio", Millôr quis referir-se ao presidente daquele tempo João Figueiredo. Fala muito dele no livro e nenhum elogio.

FONTE: Página 85 do livro





18 de abr. de 2018

NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES - TIRONE POVÉR


"Mulher é que se enfeita como pode.
Enfeite de homem é bigode."





Armando Cavalcanti (esquerda) com Klécius Caldas


Klécius Caldas e Armando Cavalcanti em "Tirone Povér".







MetrossexualNOTA DO CADIKIM: o blogueiro lembrou-se dessa marchinha carnavalesca - um tempo que homem só usava camisa branca ou xadrez, azul clara era uma concessão; cabelo era bem aparadinho; e enfeite mesmo era só bigode - e observou que os tempos mudaram muito e que o homem moderno enfeita-se bastante, sem cerimônia. Quem cuida muito de sua aparência  é metrossexual - ambos os gêneros do bigodudo de tamancos, o português. Foi pesquisar e encontrou coisas interessantes. No caso de Tyrone Power, consta que era bissexual, segundo o sítio "biografiasgls - um espaço aberto para a diversidade (http://biografiasgls.blogspot.com.br/2018/02/o-gala-era-gay-parte-2-tyrone-power.html). Buscando mais, surgiu um sítio com músicas carnavalescas de vários carnavais e lá estava "Tirone Povér" gravada por Dyrcinha Batista para o carnaval de 1955 (http://cesargravier.zip.net/arch2013-08-11_2013-08-17.html).
Verifica o blogueiro que, apesar de grande abertura e sensíveis modificações no ambiente social, ainda correm preconceito acentuado e atitudes homofóbicas, envolvendo violência física, inclusive, em um tempo que se pretende seja civilizado. Não entende atitudes de ódio e violência por uma coisa que é pessoal e que só pertence a cada um - @ verdadeiro interessad@ (como se vê grafado por aí). Tanto preconceito que o blogueiro cuida que poderá ser considerado um defensor de gays e até como se estivesse aproveitando o blog para sair do armário.
Muito a melhorar, ainda.


Imagem dos Autores: PORTAL LUIZ NASSIF - CONSTRUINDO CONHECIMENTO.


Imagem metrossexual: Metrossexual.



17 de abr. de 2018

SUBIU A SENHORA DA CANÇÃO!

Resultado de imagem para ivone laraFoi como a descreveu Nei Lopes, no samba "Senhora da Canção", referindo-se a Ivone Lara. Não é necessário falar muito sobre ela. Quem conhece não precisa. Quem não dá notícia, basta procurar na rede, muita informação.
Melhor mesmo é ouvir "Senhora da Canção", com Nei Lopes, Alcione e a homenageada. Homenagem que tem seu ponto alto no final da letra:

"Meu samba te pega na palma e beija tua mão."

Imagem: google.
https://www.google.com.br/search?q=ivone+lara&oq=ivone+lara&aqs=chrome..69i57j0l5.2464j0j8&sourceid=chrome&ie=UTF-8


Para ouvir com Nei Lopes, Alcione e Dona Ivone Lara:
https://www.youtube.com/watch?v=7c6sVpgWPpU

11 de abr. de 2018

MILLÔR EM PEDACINHOS - DE REPENTE


"De repente, eu me dei conta de que todas essas perguntas podem ser comigo. Sempre olhei os anúncios de jornal, as propostas pararreligiosas e os panfletos que me entregam na rua como coisas destinadas aos outros. Subitamente, percebi que estava pensando nelas e... "respondendo".

P - Você está preparado para discutir o Tratado do Atlântico Norte, o estilo de James Joyce ou as causas da Revolução Comunista?

R - Não! Precisa? Quando eles falam do James Joyce eu não posso mudar de assunto? Pra explosão do Riocentro, por exemplo? Disso eu sei tudo.


14/04/1982.

Nota do cadikim: Foi por causa de Millôr saber tudo do Riocentro que esta seção foi denominada "Millôr em Pedacinhos".

Fonte: pág. 176 do livro



8 de abr. de 2018

NÃO VEJO MOTIVO PARA COMEMORAÇÃO. SÓ DE DESENCANTO E TRISTEZA!

Costumo andar na contra mão: não vejo motivo para comemorações, nem para alvíssaras, nem para esperança. Não vejo tristeza só no último ato (penso que poderemos vir a enfrentar outros). Aos 78 anos, vi tramóias de Getúlio; vi o maluco do Jânio Quadros querendo governar com uma vassoura; vi a construção de Brasília (na base do rouba mas faz); vi a ditadura com corrupção (veja-se o "caso Lutfalla"); vi Collor de Mello fazendo experiência em economia, bloqueando ativos dos cidadãos, levando muitos à falência e até grandes decepções e, de quebra, vi a "morte" de PC Farias (as indenizações respectivas, no judiciário há mais de vinte anos, ainda não foram solucionadas, dependem de um "acordo" para receber); vi (quase que de corpo presente) pelo menos um ato irregular e desonesto de FHC, como justificativa para o "enxugamento" da máquina; ainda vejo o cadáver de Celso Daniel andando por aí, provavelmente querendo contar coisas que ninguém quer contar; vi os anõezinhos do orçamento (tive um colega que virou anão); vi o mensalão; vi o petrolão; vi o Joesley (antes, um grande industrial; depois, um bandido desclassificado), sendo recebido à socapa pelo presidente da república, em seu palácio, e, depois, contando - ele, Joesley - uma estória de corrupção; vi a mala do Loures (o mesmo que o presidente da república, naquele encontro, indicara ao grande industrial-bandido desclassificado - então de sua inteira confiança - como intermediário de negócios com o governo); vi a tentativa de Gedel, junto ao Meio Ambiente, querendo que modificasse posturas especialmente para um prédio na Bahia (o ministro, constrangido, pediu as contas); vi os 51 milhões do mesmo Gedel, escondidos em um apartamento; vi o presidente da república distribuindo emendas orçamentárias para quem o livrasse de ser processado; vi a mesma coisa, depois, só que com "sugestões" dos beneficiários de que pretendiam bufunfa na mão, quando a dádiva era só orçamento (uma tergiversação), sem o vil metal na materialidade (já vira esse expediente de comprar "base aliada", em governos anteriores)... Ah! E os desastres das previdências do AEROS, dos CORREIOS, da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL...? Não foi coisa arrumada em um dia, não. E a toda hora pipoca uma nova. Vejo a insegurança pública tomando conta do Brasil, descontrolada e progressiva, desde há mais de trinta anos. Não vejo nos que odeiam Lula qualquer motivo real para comemoração, sem pelo menos rememorarem ou procurarem conhecer nossa história de desgovernos. E não vejo nos que o rodeiam motivos para achar que a presença dele durante oito anos em governo, e nos demais como partícipe de articulações governamentais, que a presença dele - repito - tenha evitado efetivamente qualquer dessas mazelas. Não será em pouco tempo que teremos paz. E, pelo andar da carruagem, não conseguiremos viver em paz entre nós, durante muito tempo ainda. Abraço, assim mesmo! Tudibom sempre procês tudo aí!





Imagem: Blog do Prof. Osmar Fernandes.
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3909210118884130113&pli=1#editor/target=post;postID=2845827744962423658

INSUBSTITUÍVEIS


Às vezes, penso que sou insubstituível. Aí, olho para a beira do campo e lá está o técnico dando instruções para meu substituto.



Foto: Blog do Júlio Gomes.

7 de abr. de 2018

4 de abr. de 2018

AS DÚVIDAS JURÍDICAS DE UM POBRE ADVOGADIM DE PROVÍNCIA: PRISÃO APÓS CONDENAÇÃO EM SEGUNDO GRAU

O Supremo Tribunal Federal encontra-se em uma encruzilhada que nem Exu domina (e, pelo pouco que sei, Xangô não frequenta encruzas): a discussão sobre a prisão de pessoa condenada em segundo grau de jurisdição. Os Ministros precisam enfrentar a última decisão tomada a respeito, pelo próprio STF, em outubro de 2016: deve ser executada a pena de prisão, quando o denunciado tenha sido condenado por um Tribunal, em segundo grau de jurisdição.
Não pretendo discutir aqui se deve ser "sim" ou "não". Advogadim de província, tenho "cá consigo" (no dizer de um passaquatrense) que quem sabe direito é juiz. Posso pensar o que quiser, posso argumentar o quanto possa, mas quem dá a sentença é o juiz. E vale a sentença, que nem no jogo do bicho, em que "vale o escrito". E mais: como posso ter certeza sobre qualquer questão de direito se os onze magistrados da Excelsa Corte não chegam a um acordo? Discussão inútil, pois.
As questões que abordo são duas: a primeira refere-se aos aspectos da segurança jurídica. Em 2016, cinco ministros votaram em um sentido, seis em outro. Isto, por si só, já enche de dúvidas o cidadão. A segunda é "mais pior" (Latricério, personagem de Stanislaw Ponte Preta - Sérgio Porto): como é possível, em dois anos de vida daquela decisão, sem que tivesse havido modificação em qualquer norma, que algum(uns) dos Ministros que votaram possa(m) mudar de ideia? Qual a segurança do cidadão? Pensará estar sujeito ao sabor do vento? E, na sua santa ignorância jurídica - perfeitamente cabível - poderá pensar o que quiser, em face das incertezas de juristas do mais alto jaez, de ilibada conduta e notório saber jurídico.
Não é para entrar na onda do povo (mesmo porque vi ninguém do povo, de qualquer crença política, religiosa ou filosófica - vi ninguém, repito - assomar à imprensa ou à tribuna para opor-se ao encarceramento de quantos - e são muitos, de colarinho branco - com canetas - e de colarinho sujo - com armas de fogo - tiveram as ordens de prisão sustentadas pela decisão de 2016), mas vou analisar aqui o voto do Ministro Gilmar Mendes, em 2016, seja por sua segurança ao proferir aquele voto, seja porque ouvi outras pérolas, uma contemporânea, outra atual do mesmo Ministro. Transcrevo o que li em G1 (http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/supremo-mantem-prisao-apos-condenacao-em-segunda-instancia.html):


"Presidente, a mim me parece que aqui encerrando, não há nenhuma dúvida de que a realidade mostra que nós precisamos, sim, levar em conta não só o aspecto normativo que, a meu ver, legitima a compreensão da presunção de inocência nos limites aqui estabelecidos a partir do voto do Relator, como também - e aqui estou acompanhado - como também levar em conta a própria realidade que permite que exigir o trânsito em julgado formal transforme o sistema num sistema de impunidade. Portanto, Presidente, com todas as vênias ao voto do Ministro Marco Aurélio, do Ministro Lewandowsky, da Ministra Rosa, eu acompanho na íntegra o pronunciamento do Ministro Fachin, destacando que talvez, se formada a maioria, nós devêssemos, na linha do que já fizemos em outro momento, também converter este julgamento em julgamento de mérito, até porque senão vamos ter um outro debate sobre a eficácia deste julgamento, uma vez que estaremos apenas indeferindo a liminar. A mim me parece que coloco esta questão como uma questão de ordem para que possamos definir a mim me parece que se estamos até tarde hoje é em razão de termos uma definição e é importante então que esta decisão tenha eficácia geral, efeito vinculante. Com as vênias devidas ao eminente Relator, acompanho às inteiras o voto do Ministro Fachin.".

Naquela oportunidade, outra parte da fala do Ministro Gilmar foi reproduzida em G1 (link):


"Em seu voto, também pela prisão depois da condenação em segunda instância, Gilmar Mendes argumentou que as etapas do processo penal indicam uma gradação que permite formar convicção sobre a culpa do suspeito, após a condenação.
'Uma coisa é termos alguém como investigado. Outra coisa é termos alguém com condenação. E agora com condenação em segundo grau. O sistema estabelece uma progressiva derruição da ideia de presunção de inocência', defendeu Gilmar Mendes.".

Fui colher também um pronunciamento recente do Ministro Gilmar, em Portugal (visto e ouvido pela TV, ontem, e lido agora, em O GLOBO (https://oglobo.globo.com/brasil/gilmar-ter-um-ex-presidente-condenado-muito-ruim-para-imagem-do-brasil-22550215):


"- O Supremo tem que se preocupar com o didatismo, mas não sei se terá êxito. O Supremo tem que explicar a decisão e como ela se aplica. Nesta questão da segunda instância, por exemplo, o meu entendimento, e eu acompanhei a maioria formada então, é que nós estávamos dando uma autorização para que, a partir do segundo julgamento, pudesse haver a prisão. Era um termo de possibilidade que na prática virou ordem de prisão. Para mim, é uma grande confusão e temos que esclarecer nesta decisão. Se o juiz, a partir da segunda instância, pode prender, ele tem que fundamentar, dar causa. Se há automaticidade, nós já temos outro quadro. Há uma grande confusão e é importante o tribunal esclarecer - declarou."

Data venia, Ministro Gilmar, que confusão Vossa Excelência acha - declarando - que "é importante o tribunal esclarecer"? A que Vossa Excelência deitou sobre o assunto? A dúvida sobre se o STF poderá ter êxito, no se preocupar com o didatismo (mas não sei se terá êxito)? Vossa Excelência pode afirmar que tem sido didático? O dizer que "não há nenhuma dúvida" de que "exigir o trânsito em julgado formal transforme o sistema num sistema de impunidade"? Esclarecer a dúvida se há, no sistema jurídico brasileiro, hipóteses de "trânsito em julgado formal" e "trânsito em julgado informal"? Esclarecer dúvida sobre as falas "é importante então que esta decisão tenha eficácia geral, efeito vinculante" e a fala mais recente de que "Era um termo de possibilidade que na prática virou ordem de prisão"? Esclarecer para nós - pobres mortais - se "eficácia geral" e "efeito vinculante" podem significar "termo de possibilidade"?
Na minha santa ignorância, Ministro Gilmar, penso que é Vossa Excelência - e não qualquer tribunal - quem tem de esclarecer essa confusão que pessoal e explicitamente deitou sobre o assunto.
Data venia, senhor Gilmar, não me venha com seus borzeguins ao leito!

Imagem: PONTO DE VISTA COM NELSON FREIRE
https://www.pontodevistaonline.com.br/principio-de-incendio-atinge-anexo-stf/

2 de abr. de 2018

DEU GALO! ÓTIMO JOGO. LIMPO, SEM CERA OU CATIMBA. SÓ FUTEBOL, COMO DEVE SER

Certamente, o resultado não era o esperado, pelo menos quanto aos números. O Cruzeiro vinha melhor durante todo o campeonato. Invicto. Melhor ataque, melhor defesa. Treinador estável, o que é raro. Tudo para ganhar. O Atlético crescia "sob nova administração", técnico interino, campanha muitos pontos abaixo da do Cruzeiro, objetivamente.
Mas - como me falou um cruzeirense uniformizado, pela manhã - clássico é clássico! Tão clássico quanto este jargão.
Acabou acontecendo uma coisa que sempre comento, quando um time grande aplica uma goleada em outro grande (não era o caso, apenas um placar chamado elástico), penso que aconteceu até naquele Brasil x Alemanha: quando isto acontece, tudo deu certo para um e tudo deu errado para o outro. No nosso clássico, não foi bem assim, mas foi parecido. No primeiro gol, Ricardo Oliveira entrou com tudo na bola alta, acertando-a com o joelho. No atabalhoado da jogada, poderia ter jogado para fora, por cima. Mas acertou as redes. No segundo, aquela cabeçada para trás do Adilson pareceu-me que tinha mais o objetivo de jogar a bola cruzando a área, paralela à linha de gol. Acho que, conscientemente, sabia que sairia fraca e Fábio poderia defender sem problema, como alguém poderia chutar para longe, ou para dentro do gol, até contra. Mas a bola seguiu em linha reta, várias pernas no caminho sem tocar nela, mas atrapalhando a visão do Fábio que acabou deixando passar entre as pernas. Sorte? Não! Se pensarmos assim, a hipótese de algum adversário, no caminho, tocar nela no susto, afastando, também poderia ser considerada sorte. O jogo é jogado e assim foi. Ora direis: mas e o terceiro gol? O Ricardo Oliveira fez falta no Egídio. Vi o jogo pela tv. Procurei ver o lance na passagem de Ricardo Oliveira. Pareceu-me que levou o braço para frente, podendo ter tocado em Egídio, naquilo que estão chamando de "disputa por espaço". Acho que se houve toque, não teria sido suficiente para derrubar Egídio. Penso que este "deu Migué", apesar de ter achado o jogo limpo. Fica um tiquim de jogo para discussão "foi não foi".
Bom de tudo é que o jogo foi muito corrido, com técnica. Cheguei a pensar, no segundo tempo, que os descontos não passarias de um minuto. Esquecera-me das substituições, por isto foram quatro minutos. Excluídas as paradas para substituições, o jogo foi corrido todo o tempo
No mais, belas defesas de ambos os goleiros, o que era de se esperar, em se tratando de Victor e Fábio.
Praza aos céus - como gostam os puristas - que no próximo domingo tenhamos um jogo com as mesmas emoções.


Imagens no cadikim, Galo Forte - Cruzeiro Terror.
http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2015/04/atletico-mineiro-e-cruzeiro-um-dos-dois.html