MESMO EM NÃO SE PLANTANDO...

Trevo de três florido, encontrado ao acaso na rachadura de uma parede.

SEMELHANÇA

Posso estar enganado mas a Mayke, lateral direito do Palmeiras, faltam apenas uns ralos bigodes nos cantos acima dos lábios para ficar muito parecido com o Cantinflas.

Imagem: CASA DA AMÉRICA LATINA.
http://casamericalatina.pt/2015/04/28/cantinflas-recordado-em-ciclo-de-cinema/

RUMO AO CATAR!

Pessimismo? Pode ser. Mas cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça. Ou gato escaldado tem medo de água fria.
Hoje, quando da chamada para o jogo entre a seleção brasileira de futebol e a seleção camaronesa, vejo referência ao objetivo de seguir com 100% de aproveitamento em jogos amistosos, em 2018 (acrescento informações que fui achar na WikipédiA: 9 jogos, 9 vitórias, 20 gols a favor, zero contra, saldo +20). Muito bacana, em atividade preparatória.
Curioso e sempre mais desconfiado do que burro de olaria, fui examinar os antecedentes da Copa 2018. Gostei muito do que vi, apesar do resultado. Vamos lá.
Encontrei em "TERCEIRO TEMPO", 08/09/2017 (https://terceirotempo.bol.uol.com.br/noticias/so-potencia-as-cinco-selecoes-mais-fortes-do-mundo-na-atualidade), entre as cinco seleções mais fortes do mundo, naquele tempo, a seleção brasileira.
Encontrei mais, em CHUTEIRA F.C. (http://chuteirafc.cartacapital.com.br/brasil-e-a-selecao-mais-forte-da-copa-diz-tecnico-da-belgica/) vários elogios de integrantes da seleção belga à canarinho (“ 'Individualmente, o Brasil é a equipe mais forte nesta Copa do Mundo, repete o zagueiro belga Vincent Kompany,...' ").
Em R7, abril de 2018 (https://esportes.r7.com/futebol/neymar-considera-brasil-a-selecao-mais-forte-para-vencer-a-copa-18042018), a abalizada opinião de Neymar Jr.: "Neymar considera o Brasil a seleção mais forte para vencer a Copa".
Ainda em R7, julho de 2018, após a despedida da seleção brasileira da copa (https://esportes.r7.com/prisma/copa-2018/cosme-rimoli/um-brasil-maior-e-mais-forte-para-a-copa-do-catar-09072018), encontro propósitos da cúpula da CBF para a Copa 2022, garantindo a permanência de Tite à frente da comissão técnica da seleção brasileira: "E a Copa América de 2019 será o passo para uma revolução no time brasileiro. Nos conceitos táticos e técnicos de Tite, o item que mais sofrerá reformulação é o físico. A derrota para a Bélgica trouxe uma lição que o preparador e parceiro de total confiança de Tite, Fábio Mahseredjian não deixou escapar. O Brasil precisa ter equipe mais forte, mais alta para a Copa do Catar. É possível ter atletas técnicos, velozes, mas capazes, prontos para suportar trancos, dar arrancadas da intermediária brasileira até a área adversária com mais de 1m80."
Cruzes! Será o "futebol força - o retorno"? E onde ir buscar jogadores de futebol com mais de 1m80, e que tenham talento para a seleção brasileira, em quatro anos? Penso que nem se migrarem do volei e do basquete. Suponho que serão necessárias algumas gerações para conseguir preparar meninos altos, pré adolescentes altos, jovens altos... até poderem chegar à seleção de futebol. Provavelmente, restarão apenas saudades de Dirceu Lopes e Giresse (1m62), Maradona (1m66), Garrincha Romário e Messi (1m69), Pelé, Iniesta e Xavi, os grandões com 1m70.
Viajando muito alto? Sei lá! Achando que já poderia encerrar, depois do almoço vejo o André Rizek, a título de homenagem a craques negros na história futebolística brasileira, citar Leônidas da Silva, Zizinho, Didi, Pelé e outros. Arrematou que Neymar ainda não teve uma copa do mundo que pudesse chamar de sua e sugeriu que poderá ser em 2022. Sonhar sempre é possível, mas seria conveniente imaginar então que poderemos ter Vinícius Júnior que, com 18 anos apenas, tem quatro anos à frente para crescer. Ah! Mas a publicidade não pode esperar. É preciso manter esperanças, ainda que sem suporte em fatos.
Acho que está faltando Simancol na área.


Imagem: Pelé SOCCER.
https://pelesoccer.com/blogs/news/pele-the-greatest-soccer-player-of-all-time

O ENCONTRO DE TRUMP COM KIM JONG-UN REMETEU-ME A ASTERIX E OS GODOS

Foi assim que li a notícia de que ambos iriam encontrar-se em presença apenas de dois tradutores. Lembrei-me, imediatamente, de uma passagem da estória "Asterix e os Godos", de René Goscinny (textos) e Albert Uderzo (desenhos). Não me foi possível registrar logo, porque a revista que contém essa estória estava a quilômetros de distância. Resgatei-a e vou ao assunto, no exato momento em que Kim Jong-un resolve botar as manguinhas de fora, outra vez.
A estória tem início quando o Druida gaulês Panoramix dirige-se à Floresta dos Carnutes, escoltado por Asterix e Obelix. A floresta fica nas proximidades dos limites entre o Império Romano e a Germania. Ah! E só os druidas podem entrar lá, aonde se reúnem anualmente, para compararem seus métodos, trocar experiências e participar de um concurso para eleição do melhor druida do ano.
Concomitantemente, andava por ali uma tropa de godos, em missão. Acabam aprisionando o Druida Panoramix e levam-no ao chefe dos godos, que pretende dominar o Império Romano e a Gália e, para isso, quer a ajuda da magia gaulesa.
Com a captura do Druida Panoramix, os quadrinhos contam essa passagem.

Após peripécias diversas,...

Entrementes, Asterix e Obelix rendem-se, para tornarem-se prisioneiros, certos de que, se fossem levados, achariam Panoramix.

Fiquei imaginando em que poderia dar uma reunião de duas figuras com interesses tão contraditórios e dois intérpretes.

Imagens: Asterix e os Godos, autores citados.

ARMISTÍCIO

Assistimos à comemoração, com pompa e circunstância, à sombra do Arco do Triunfo, dos 100 anos do fim da primeira guerra mundial. Cerimônia muito marcante, música excelente, solo de cello, cello e violino, orquestra mandando maravilhosamente o Bolero de Ravel (tudo com sonorização de qualidade) e, no popular, um enorme coral cantando a Marselhesa (pareceu-me coisa de conhecimento geral por longo tempo; eram pessoas de várias idades e aquilo não é fácil de ensaiar, mesmo com harmonia bastante simples).
Só não compareceu tout condate por causa da chuva (o narrador disse que, se tivesse sol haveria muitos circunstantes).
Então, esteve maravilhoso?
Para mim, nem tanto. Pessimista ou o que queiram qualificar-me, parece que fico catando algo que sugira o contrário.
Estavam reunidos ali, muito compenetrados, representantes de países beligerantes, uns impondo condições aos outros e/ou negando-se a participar, tanto formalmente como efetivamente, de acordos que se pretende venham a beneficiar o mundo inteiro. Todos comemorando a paz. Em ambiente de maravilhas, contradições, concorrências a qualquer custo, protocolos formais escondendo antipatias ("quando um chefe gaulês encontra outro chefe gaulês, o protocolo tem de ser seguido", segundo Abracursix, o todo poderoso chefe da aldeia de Asterix, de Goscinny e Uderzo).
Impressionou-me mais o grand finale da fala do presidente Emmanuel Macron. Falou que o patriotismo opõe-se ao nacionalismo. E arrematou, de sem pulo: "Vive la France!".
Ficou-me a impressão de que ainda teremos muitos armistícios a comemorar.

Foto: Metrópoles.
https://www.metropoles.com/mundo/lideres-mundiais-se-reunem-em-ato-que-lembra-fim-da-1a-guerra-mundial

LINGUAGEM FALADA X LINGUAGEM ESCRITA

Hoje pela manhã, assisti a um programa de TV em que a apresentadora chamou uma receita de pão recheado com linguiça, se não me engano. Chamando a chefe, para fazer ao vivo, disse: "a psicóloga usa a cozinha como um modo de terapia". Bacana, uai! Psicóloga também precisa de terapia, provavelmente para desmisturar todas as coisas que colecionam de seus clientes.
Mas achei muito legal, mesmo, foi dizer que a psicóloga usa a cozinha como um modo de terapia. Distraído, pensei: poderia usar a pia do banheiro; ou a do lavabo... por que precisa da cozinha como um modo de ter a pia?

Imagem: VivaDecoraBLOG.
https://www.vivadecora.com.br/revista/qual-e-a-pia-de-cozinha-para-voce/

FOI PENÂLTI SIM!

Dedé segurou e depois puxou Mateuzinho. Pênalti seguido de cartão vermelho. Mas não aconteceu. O prejuízo não foi pequeno.
Assisti a um debate sobre erros de árbitros, ainda ontem. Comentou-se que tem aumentado muito o números desses erros e, como sempre, apontando, como solução, a troca das autoridades do departamento.
Penso que a questão é muito mais complexa. Os árbitros são desrespeitados dentro de campo e, quando tomam decisões rigorosas são criticados pelos comentaristas (no caso da expulsão do Dedé contra o Boca, o goleiro deslocou-se pela pequena área e saltou para cima, quando chegou sob a trajetória da bola; o zagueiro projetou-se para cima e para a frente, na direção da cabeça do goleiro, com muita força; a bola estava um braço acima e foi socada pelo goleiro com o braço esticado; veja em https://www.youtube.com/watch?v=Mc9YVeSNrrQ; movimentando quadro a quadro é possível ter esta visão). Foi um chororô geral, sempre em tom de revolta. Um comentarista que se diz fã do Dedé fala que viu o que o atleta sofreu para recuperar-se de lesão e afirma, apaixonadamente - dá para ver e ele mesmo diz que está "com muita raiva" - que o juiz é ladrão e outros mimos. Também sou fã do Dedé e, sem ser cruzeirense nem outro "ense", "guista" ou "ano" qualquer, fiquei feliz quando voltou a jogar, pelo mesmo motivo: ter notícias das dificuldades enfrentadas pelo atleta. Mas isto não é álibi. Observe-se que, por causa desse tipo de "entrada", em que um atleta salta projetando-se para frente e para cima, quando deveria ser só para cima, foi que "inventaram" a touca de silicone para mascarar sangramentos na cabeça e o atleta poder jogar imediatamente. A jogada é realmente perigosíssima. Fiz comentário a respeito há cinco anos (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2013/10/violencia-nos-esportes.html).
Mas o que o pênalti não marcado para o América tem a ver com isto? Penso que os desrespeitos dos jogadores (tendo o juiz de aliviar, por questões que acho óbvias) e as críticas apaixonadas de muitos comentaristas transmitem insegurança aos árbitros. Daí à deterioração do esporte é um caminho. Não estou colocando os árbitros de anjos. Mas já afirmei aqui que meu sonho é ver jogos não terminarem por falta do número mínimo de atletas. Acho que é preciso fazer alguma coisa. O árbitro está sempre errado: se apita a favor de um, os jogadores do outro correm em turminha em cima deles, e vice-versa. Os treinadores também comportam-se mal, geralmente. Já pensei em uma solução bizarra: o árbitro chegar-se a um jogador qualquer e dizer, bem baixinho: "você teria de ter passado de primeira, cara; seu companheiro estava melhor colocado"; ou "você dominou muito mal essa bola; assim não dá"; ou "você atrasou essa para o goleiro, hein?"; ou "treinador, essa substituição foi um desastre, você tirou o melhor do time"; ou "demorou demais a substituir". Aí, os caras veriam como é bacana ser malhado o jogo inteiro.

Imagem: SUPER.FC.
https://www.otempo.com.br/superfc/cruzeiro/ded%C3%A9-afirma-que-n%C3%A3o-cometeu-p%C3%AAnalti-em-matheusinho-1.2063775