19 de out. de 2013

VIOLÊNCIA NOS ESPORTES


Foto Sportz8ne - Revista de Esportes by Fraja8
Blog UOL

Tenho falado de violência no futebol que, na minha opinião, pode ter, como origem, dois motivos que acho em um conjunto: orientações de treinadores, para as tais de “faltas táticas”, eufemismo de atitude anti-desportiva; e avaliações de comentaristas, que dizem ser o futebol um “esporte de contato”. Não quero discutir, agora, a questão do “esporte de contato”, o que pretendo fazer posteriormente. Quanto às “faltas táticas”, penso não haver o que discutir. A matéria submete-se ao campo da ética. A ética é cruel: ou é ou “deixa de é”, como dizia um botinudo de Passa Quatro.
Ontem, no programa “Redação Sportv”, André Risek comentava a violência no futebol americano (não sei bem a denominação correta). Atletas aposentados moveram uma ação contra a entidade que regula o esporte, com pedido de indenização por danos físicos. A entidade fez acordo, pagando seiscentos milhões de dólares, mas deixando claro que a organização do esporte nada tem a ver com as seqüelas que atormentam os atletas aposentados. Os componentes da mesa do Redação falaram, também, no pugilismo profissional, que a TV resolveu adotar, também, atividade que, segundo os próprios, envolve muita grana.
Podemos observar que, nos esportes de alto rendimento, encontramos atletas com deformações físicas resultantes de métodos empregados para melhorar o tal rendimento. No voleibol, inofensivo quanto ao “jogo de contato”, porque não há, encontramos atletas usando adesivos em várias partes do corpo, por questões físicas ou fisiológicas, sei lá. No pugilismo, minha mulher, que é médica, diz que não pode ser considerada esporte uma atividade em que o objetivo de cada lutador é causar um traumatismo craniano no outro.
Vamos ao futebol, o meu predileto. Tenho dito que está muito feio. As estratégias e táticas são anti-desportivas: revezamento para fazer faltas em determinado jogador adversário; “faltas táticas”; agarração na área sem solução... Por experiência pessoal de campinhos modestos, sei que esse tipo de coisa irrita determinados atletas, que acabam “apelando” e até sendo expulsos, sem que nada aconteça com o adversário faltoso. Só para ilustrar: há tantos choques de cabeças (coisa que não se via, há algum tempo, com a freqüência de hoje) que acabaram “criando” o uso da touca de natação para que um atleta lesionado, sangrando, possa seguir no jogo.
Não me venham com a tal estória de “esporte de contato”. No basquetebol, as dimensões do campo, a velocidade do jogo, o congestionamento nos garrafões, tudo isto faz os atletas ficarem muito próximos. Qualquer encostadinha é falta, resultando em lance livre – efetiva oportunidade de marcar ponto.
Daí, penso que de nada valeu o que o Risek e seus companheiros de bancada falaram. A comunicação televisiva fica em um morde-e-sopra: “abomina” a violência mas ganha dinheiro transmitindo as lutas e “alivia” a violência no futebol, com as referências a “falta tática” o “esporte de contato”, os "agarra-agarra" na área.
Como princípio ético, a televisão não deveria exibir lutas excessivamente violentas, podendo salvar-se - acho - o judô, o caratê e quejandos, já que até querem excluir o capacete do box olímpico. Quanto ao futebol, deveria abominar, de verdade, qualquer atitude que pudesse causar lesões e irritações (estas resultantes de “faltas leves” consecutivas, variadas e não punidas. e que podem desandar em revides).
Mas a gente sabe que a ética não costuma freqüentar qualquer das faces das moedas  .
Sei que não é o Risek, nem o diretor, nem o diretor geral quem pauta os temas levados ao ar, mas é a administração financeira, junto e conforme os patrocinadores. Portanto, não estou malhando nem o Risek nem seus companheiros de bancada. Se não rezarem pela cartilha, irão parar no olho da rua.

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