27 de jun. de 2022

POBRES JUÍZES DE FUTEBOL

Pobres, sim! São acusados de erros por gente que comete muitos erros, repetidamente, sem qualquer reprimenda. Eventualmente, goleiros "engolem frangos" muito cacarejantes; atacantes perdem gols, "bisonhamente", na cara do goleiro, e cobram pênaltes chutando para fora ou no terceiro andar; dirigentes contratam e, em seguida, dispensam porque contrataram mal, além de outros erros de administração ou até malversação de recursos; comentaristas comentam mal, exageram e até quebram um tanto a premissa de que futebol é esporte coletivo (veja-se "O Gol da Vitória, em http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2012/02/o-gol-da-vitoria.html); comentaristas de arbitragem costumam escorregar na maionese: chegam a dizer que certas faltas não passam de "disputa de espaço", sem nem se tocaram que, em um campo muitas vezes menor, jogadores de porte físico muito avantajado são punidos com "dois pênaltes" quando dão um tapinha no braço do adversário (nas mãos daqueles caras, lance livre é pênalte); e dizem que um "empurrãozinho não chegou a desequilibrar o adversário. Tudo segue como está.

O juiz, esse sim, está sempre e indefectivelmente errado. Quando apita a favor de um time (ainda que correto), é imediatamente cercado, de modo constrangedor, por uma turminha de no mínimo quatro atletas; quando apita a favor de outro (correto também), é imediatamente cercado por outra turminha. Dedo em riste é pouco, nessas oportunidades.

Acontece nada!

No Fluminense x Botafogo, ontem, uma cena usual: um jogador do Botafogo foi cobrar um lateral e fez aquilo que a grande maioria faz: avançar, avançar, sempre para a frente do local do lateral (nunca para trás). O árbitro fez voltar; passinhos para trás (menores do que os para frente) e uma corridinha, retornando ao lugar de onde fora mandado voltar; nova ordem do juiz, apontando para trás; repetição da manobra, fingindo que vai mas não vai, que nem passista de escola de samba. O juiz saca o cartão amarelo e vai em sua direção. Foi o bastante para o capitão do Botafogo, Joel Carli, postar-se abruptamente diante do juiz, à frente do jogador que estava para ser amarelado, tentando impedir a aplicação do amarelo.

Não é para isso que serve um capitão.

Insisto com a escolha que fiz, na Copa do Mundo de 2018, do meu personagem na Copa - um Senhor Capitão. Pode-se ver http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2018/06/meu-personagem-na-copa-de-2018-um.html.

Será demais desejar um futebol jogado limpo, sem mutretas, só futebol? Será exagero achar que, do jeito que anda, não teremos um futebol de qualidade para o espectador? Ou será que é isso mesmo que ele quer?




Imagem: Corte em vídeo apresentado em globo.com/ge, no jogo de ontem. O juiz tem de correr dos jogadores, pelo menos para não ser atropelado. Veja o vídeo:

https://ge.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2022/03/27/fluminense-e-botafogo-termina-em-confusao-apos-arbitro-encerrar-jogo-antes-de-cobranca-de-falta.ghtml


14 de jun. de 2022

FUTEBOL FEMINO

 Sou fã. Vejo, atualmente, mais atletas com níveis bons nos aspectos técnico e físico do que no tempo em que Marta passeava quase só, com ajuda de poucas em plano mais modesto, como Pretinha, da Formiga (disputando ainda), Cristiane e poucas outras. Acho que está em desenvolvimento e daqui a algum tempo poderemos ver times mais homogêneos.

Mas feminino é feminino, ora!

No jogo São Paulo 2 x 1 Palmeiras, o clima andou um pouco quente.

Uma jogadora do Palmeiras pegou pesado em uma adversária. O juiz aplicou o amarelo. A atleta palmeirense, muito da cabritinha, fingindo que não era com ela, caminhou na direção de seu campo, arrumando o cabelo, aquele elástico que as meninas com cabelos longos colocam para fazer o que, no que lembro, chamava-se "rabo de cavalo".

O cartão ficou assinalado mas a atleta manteve a pose.


Imagem: 

https://sportbuzz.uol.com.br/noticias/agenda/palmeiras-x-sao-paulo-saiba-onde-assistir-provaveis-escalacoes.phtml

11 de jun. de 2022

SE TODO MUNDO COOPERAR... SE O POVÃO É MESMO O OBJETIVO...


Assisti, pela TV, a um pedido formulado pelo presidente da República, no sentido de que supermercados reduzam a margem de lucro sobre os alimentos básicos para conter a inflação. Segundo a Agência Brasil (https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-06/presidente-pede-que-supermercados-reduzam-lucros-sobre-alimentos), "o pedido foi feito no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), evento em que o presidente participou por videoconferência...".

Inicialmente, minha memória remeteu-me ao período em que sofri muito com a hiperinflação, (des)governo Sarney. Alguém falou sobre isso pela TV.

Cuidei de que não se trata da mesma coisa, embora semelhante: naquele período, houve tabelamento e o (des)governo queria que o povo ("fiscais do Sarney") fiscalizasse. Agora, trata-se de um pedido, não de uma imposição. Deve ser apreciado como tal.

Os supermercados são a segunda trincheira de enfrentamento, pelo povo, dos efeitos da inflação. Não só o povão abastece-se ali; acorrem também médias, pequenas e pequeníssimas empresas, fornecedoras de alimentos prontos, como padarias, restaurantes e quejandos, sem falar em ambulantes. Esses estabelecimentos e pessoas, sim, a primeira trincheira que o povão enfrenta. Enfrentamento difícil para ambos, porque essa categoria de fornecedor já está reduzindo ao máximo sua margem de lucro, porque a raridade do dinheiro determina isso ou o fechamento. Muitos seguem no limite, para não fecharem as portas. Solução  extrema que tem sido mais do que frequente.

Não precisa ser economista para verificar que, quando falta dinheiro na base, os patamares imediatamente mais elevados - e os elevadíssimo também - não conseguem vender. Reduzir a produção é a estratégia para não morrer.

A verificação do fenômeno é fácil: desde o segundo mandato do (des)governo Dilma, o desemprego campeando, faltou muito dinheiro na base. Não foi à toa que se seguiram autorizações frequentes para saques no PIS/PASEP e no FGTS (dinheiro sacado não substituído nos programas; penso que deve comprometer as finalidades dos respectivos programas).

Fui matutar. Não sei por que me ocorreu o pensamento de que algumas medidas  diferentes poderiam amenizar a situação. Por exemplo, a aplicação em socorro dos supermercados ou diretamente do povão, dos valores das tais "emendas de parlamentares" e "emendas de relator" (coisas de que não entendemos nada, por motivos óbvios); a suspensão temporária, pelo menos, dos "penduricalhos" de quantos os recebem, sem mexer nas bases das remunerações; reduzir despesas pagas com cartões corporativos (do que também sabemos nada, pelos mesmos motivos óbvios); modificar os padrões de alimentos servidos em aviões oficiais (do que entendemos pouco, por notícia, apenas, também por motivos óbvios). Sobre isso o cadikim publicou uma preocupação: "Bom, se dentro de uma única aeronave há cinco níveis de possibilidades alimentares, imaginem o que há fora dela, enquanto sobrevoa o solo brasileiro" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2016/12/e-o-sorvete.html). Penso que há mais, haverá beiradas por aí que poderão ser revertidas em suas finalidades, pelo menos temporariamente também.

Devagar, senhores economistas! O povão já está muito sacrificado. Busque-se solução diferente. Capacidade não pode faltar-lhes. Peça-se a quem dispõe de espaço para atender. Peça pra eles, presidente!











Foto "carrão": Auto MOTIVO.

https://revistaautomotivo.com.br/compradores-marcas-luxo-satisfacao/


Foto marmita de pobre: Mundo Operário.

https://www.esquerdadiario.com.br/O-aumento-dos-precos-tira-carne-da-marmita-do-trabalhador

4 de jun. de 2022

DESCULPEM-ME POR SER BRASILEIRA


Minha neta Tainah anda por vilegiaturas no Canadá. No início era viagem de estudos. Deu-se bem e partiu para a observação. Espirituosa, mostrou presença de espírito, de fato, em circunstância em que não era possível ter ausência de corpo (Millôr Fernandes: "Nos momentos de perigo é fundamental manter a presença de espírito, embora o ideal fosse conseguir a ausência do corpo.", colhido no BLOG IMS - https://blogdoims.com.br/divagar-e-sempre-millor-fernandes/).

Nas tais vilegiaturas, estava diante de uma roda gigante, com roda de amigos que fizera na roda de estudos. Foi dar uma volta e deixou sua mochila em um lugar em que haviam sido deixadas várias outras.

Na saída do brinquedo, foi pegar a mochila. Cadê mochila?! Outras estavam no mesmo lugar mas a dela... Esbravejou: fui roubada! roubaram minha mochila!... Enfim: armou barraco, deu BO!

A mochila surgiu nas mãos de uma pessoa que a havia transferido para lugar diferente, em que outras estavam colocadas (era função dessa pessoa).

Sentiu-se repreendida por inúmeros olhares... mesmo por algumas vozes: como roubaram? aqui não tem roubo!...

Chegou a sentir-se acuada. E não tinha como agir em "ausência de corpo". Aflorou a indispensável presença de espírito. Começou a gritar a plenos pulmões, para que todos a ouvissem:

Sorry! Sorry! I'm from Brazil! Sorry! I'm from Brazil!...