21 de dez. de 2022

NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES - PUXA-SACOS


"Vossa Excelência,

Vossa Eminência,

quanta referência

nos cordões eleitorais.

Mas se o doutor cai do galho e vai ao chão

a turma toda evolui de opinião

e o cordão dos puxa-saco

cada vez aumenta mais."


Roberto Martins e Erastótenes Frazão em "O Cordão dos Puxa-Saco".


Para ouvir com os Anjos do Inferno: YouTube.

https://www.youtube.com/watch?v=Tc6l6Q-teek

É O FUTEBOL...

Ainda não havia decidido a manifestar-me sobre a seleção brasileira. Mas assisti, hoje, a um comentário no SporTV: falava-se sobre o jeito argentino de torcer, com foco na recepção dos campeões do mundo em Buenos Aires. Aí, um dos comentaristas disse que o jeito brasileiro de torcer ficou marcado pela decisão da Copa de 50: o torcedor começa a procurar culpados. Acrescentou que estava com uma turma, e as pessoas - cada uma delas - apontavam um elemento de culpa: dancinha, cabelo louro... Como diz a canção, "não dá pra disfarçar; desta vez doeu de mais". "Pronto! Falei! Não se trata de meter o pau em uma participação. É uma permanência: o modo de torcer dos torcedores, treinadores, comentaristas, etc. e até jogadores é: otimismo exagerado antes e caça às bruxas depois.

Mas vamos combinar: adorei ter visto o Viola correndo ao orelhão, na beirada do campo, para ligar para sua mãe e contar-lhe que havia feito gol. O Parreira barrou (foi o que vi o Viola comentando). Comentei que o jogador mostra que é craque até o momento em que a bola entra. Depois, pode fazer o que quiser, desde que não seja ilegal, nem imoral, nem engorde. Achava muito bacana, também, o Alexandro comemorar gols imitando o próprio pai, o Lela; e o William "Bigode" homenagear o pai. Mas nada disso virou polêmica. Era coisa para dentro do campo e não para uso externo (querem culpar as redes sociais?).

Quando Neymar entrou em campo, na Copa de 18, com um enorme topete dourado, minha mulher comentou: "esse cara não está preocupado em jogar futebol; isso aí demora mais de três horas para fazer; ele não está pensando em jogar futebol". Ora direis: mulher não entende de futebol! Entende sim! Mas a minha, além de entender de futebol, entende também - e muito - de vaidades.

Lembro-me de um jogador da seleção de Telê ter comentado que um jogador (não me lembro quem) apresentou-se com o cabelo produzido. Telê mandou que fosse cortar o cabelo e se apresentasse depois. Então foi por isso que o Telê não ganhou copa? Penso que não. Telê teve uma trajetória brilhante, internacional inclusive, com o São Paulo.

Vamos atualizar: alguém viu, dentre os quatro finalistas, alguém com o cabelo pintado e outras matreirices?

Antes da copa, comentei que a seleção brasileira não fizera nem um jogo treino com seleção europeia de respeito. Depois da desclassificação, vi alguém comentando isto na TV. Só depois! O que vi da imprensa, antes, foi só manifestação de otimismo: o Brasil (prefiro falar em Seleção Brasileira) é um dos favoritos (citavam no máximo 4); o Brasil deve cruzar com a França na semifinal (não havia chegado às quartas ainda). E assim por diante.

Penso que há muita coisa para mexer com o futebol brasileiro, antes de criticar uma participação em evento. Penso que há comportamentos prejudiciais de treinadores, de comentaristas, de jogadores, de árbitros, de dirigentes, da imprensa... Um conjunto de fatores que penso que dificulta as mudanças. 

Se querem, de fato, mudar, temos dois anos pela frente, para pensar em um modo de tentar uma participação marcante nas Olimpíadas.

Só que vi comentaristas escalando a seleção de 2026.


Foto: globo.com g1 ge

https://ge.globo.com/olimpiadas/futebol-olimpico/noticia/2016/08/ouro-subiu-cabeca-jogadores-pintam-cabelo-pela-conquista-inedita.html


DANÇA DO SOL

 Estava perdido entre meus arquivos e pastas. Foi o evento que mais me emocionou em Buenos Aires (2007). Acho tradição um fato muito importante.




NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES


"Disse que naquele tempo

a palavra de um mero cidadão

valia mais que hoje em dia

uma nota de milhão."


Nei Lopes e Wilson Moreira em "Coisa da Antiga"



Foto: 

Continentehttps://revistacontinente.com.br/secoes/entrevista/ro-samba-e-a-celula-mater-da-musica-popular-brasileirar

Para ouvir com Clara Nunes: YouTube.

20 de dez. de 2022

GOSTANTO DA VIDA

 Estava na cidade de São Fidélis - RJ, passeando, manhã bem cedo. Encontro um homem e uma mulher dançando no meio da rua, maior alegria, sem música. Pedi para filmar, autorizaram e dançaram um pouquinho. A vida é linda!






17 de dez. de 2022

OS TEMPOS DA FIFA

 Incomoda-me muito ver, até mesmo em Copa do Mundo, enrolação para engordar tempo: jogar a bola para longe do local da cobrança da falta; pedir assistência médica; goleiro ficar indicando os lugares aonde os companheiros deverão ir, sendo certo que a obrigação de cada jogador - pelo menos presumida - é saber para onde tem de ir (goleiros costumam enrolar até aparecer o cartão amarelo e, depois, fingem que estão melhorando a posição da bola no chão...). Mesmo durante a contagem dos acréscimos, acontecem essas embromações. Aí, apitar o fim do jogo fica por conta do árbitro, subjetivamente. Prorroga enquanto achar que deve prorrogar.

Penso que a paz no futebol - uma coisa que todo mundo diz que quer - fica comprometida porque alguns jogadores acabam perdendo a paciência quando o adversário faz cera e não raras veze acontece conflito.

Vejo, em comentários, que o mínimo ideal de bola rolando é 60 minutos. Nunca vi falar dos motivos determinantes. Só vejo que esses 60 minutos ideais - nem sempre alcançados - são muito fragmentados, o que me me causa incômodo porque essa fragmentação só
interessa a quem está ganhando. No frigir dos ovos interessa também a quem está perdendo porque perco hoje, ganho amanhã. O torcedor - que é quem financia direta e indiretamente o espetáculo e os lucros respectivos - é apenas um detalhe.

Acontece, também, que a FIFA detesta mudar. Penso em alguns motivos mas podem ser apenas coisa da minha cabeça.

Durante a Copa de 2022, o tratamento dado aos acréscimos incorporou também o tempo das demoras para cobrar uma falta, para repor uma bola em jogo, enfim, toda aquela enrolação. Não sei como o juiz faz a contagem disso, sendo que ele é quem determina o tempo de acréscimo. A monotonia predomina, em determinados momentos. No mais, acaba deixando os acréscimos ao humor do juiz, sem qualquer controle.
Aí, fico pensando que, como no basquete e no futebol de salão (insisto em chamar assim), o cronômetro poderá ser parado, de modo a excluir os tais acréscimos. O tempo será, rigorosamente, o previsto no regulamento.
Alguém objetará: ah! mas o tempo de
empenho dos jogadores ficará muito longo e, portanto, muito cansativo.
Ah! respondo eu: já fica longo. E bota longo nisso. Mudará nada. Ou poderá mudar porque, sabendo que não adiantará engordar tempo, poderá ser que os jogadores parem com as enrolações.
Mas o torcedor será recompensado: não verá a terrível enrolação em fim de partida e não passará pela tensão de ou pensar que o adversário poderá empatar ou pensar no "será que ainda vai dar?".
Arremato com dois "PS": 1) se alguém quiser dar tratos à bola, poder-se-ia estabelecer um tempo para reposição de bola em jogo (parece que existe mas ninguém observa mais), o qual poderia ser a média entre os tempos que o jogador demora para isso, quando está ganhando, e os tempos que leva quando está perdendo ou precisando segurar empate. 2) Entendo que há uma tremenda disparidade tecnológica entre a aplicação do VAR (tecnologia nova) e a contagem dos acréscimos.

6 de dez. de 2022

ACAUTELAI-V0S COMISSÃO TÉCNICA E JOGADORES DA SELEÇÃO BRASILEIRA (UMA BEIRADINHA PARA A IMPRENSA "OTIMISTA"). EDIÇÃO EM 10/12/2022.

 Vendo a barba do vizinho arder...


...ponde as vossas barbas de molho!



Edição: Considerando a vitória de Marrocos sobre Portugal, hoje, o alerta segue valendo. Será que teremos Marrocos na final? Seria extraordinário! (não é previsão; é pitaco mesmo).

Imagem: BAND.com.br 

https://www.band.uol.com.br/esportes/futebol/copa-do-mundo/placar/ao-vivo/marrocos-x-espanha-201355

4 de dez. de 2022

SELEÇÃO BRASILEIRA: CRITÉRIOS DE DECISÃO

Assisti a alguns comentários sobre a decisão do Tite, de colocar em campo, contra
Camarões, os jogadores reservas. Por definição, reserva é um jogador que está em condições de substituir outro, seja desde o início, seja durante o jogo (vide "Não vi em 1962" - 
https://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2022/11/nao-vi-em-1962.html). Pode ser por contusão, por conveniência técnica alternativa... montão de coisas. Em qualquer caso, o treinador deve ter uma motivação.

No caso da decisão, logo após a classificação, não foi seguida de explicações de motivos, dadas pelo Tite. Pode ser que o treinador tenha explicitado sua motivação, e que eu não tenha visto. Vi comentários apenas sobre a possibilidade de descansar os titulares, em face do pequeno tempo entre o terceiro jogo da fase de grupos e o primeiro jogo da seleção brasileira na fase eliminatória. Penso que se tratava de suposições de comentaristas. Adoram quando acertam sobre hipótese não explicitada. Não custa correr o risco de não acertar.

Costumo orientar meus raciocínios por um conceito que colhi em Depak Chopra: "O não revelado é o campo de todas as possibilidades". Posso dar asas à imaginação, buscando alternativas motivacionais, à minha vontade. Segui também o ensinamento de um antigo professor de matemática, que, quando demonstrava um teorema, fazia-o por dois modos, assinalando: "podemos fazer de outra maneira? sim, podemos fazer de outra maneira".

No momento em que vi a notícia da entronização do time reserva no jogo seguinte ao Brasil x Suíssa, interiormente não concordei. Sem elaborar mentalmente qualquer critério. Comecei a alinhar alternativas admissíveis.

Primeiro, imaginei que poderia ser mera imitação do Didier Deschamps, treinador da seleção francesa que, dois dias antes, com a classificação garantida, declarara que iria poupar os titulares. Achei que fazer por imitação, simplesmente, não seria um critério justificável.

Mas poderia ser para poder observar os reservas em atividade, valendo a classificação com nota máxima, mas correndo o risco de não acontecer. Penso que poderia ser um bom motivo. Afinal, pelo conceito acima, reservas servem para estarem em condições de substituir os titulares.

Buscando alternativa, imaginei que o treinador não conseguirá substituir toda a equipe durante um jogo. Portanto, a experiência não passaria de ver os reservas em atividade e avaliar seu comportamento. Achei pouco.

Logo que vi a notícia, havia pensado que se poderia lançar metade dos reservas com metade dos titulares. Isso possibilitaria ver os comportamentos dos primeiros jogando com os outros. Pensei diferente, depois que elaborei as alternativas acima. O goleiro atuaria durante todo o jogo. Cinco jogadores titulares iriam para o banco e entrariam cinco suplentes; no segundo tempo, entrariam os outros cinco titulares e os cinco reservas. O treinador teria a oportunidade de ter uma antevisão parcial da realidade: reservas jogando junto com titulares, podendo ser avaliados em tal condição. Pensei que poderia ser melhor, mais abrangente.

Mas... tem sempre um "mas": seria conveniente deixar o goleiro sem substituição possível? E se se contundisse ou passasse por um situação impeditiva de serguir? Esse "mas" deveria determinar uma escolha: correr o risco ou deixar um reserva de fora. Teria optado por essa. Prefiro a segurança.

Ah! Quer dizer que se o treinador tivesse pensado por aí a seleção brasileira teria vencido a de Camarões? Nem pensar! Aprendi que quem planeja deve pensar sobre o que aconteceria se fosse tomada determinada decisão. Primeira resposta: nada!

Todo planejamento é a tentativa de antecipação de resultado. Que poderá não acontecer, qualquer que seja decisão.

Nenhum interesse em criticar o treinador. Só um exercício de raciocínio de quem tem tempo demais para pensar besteira e gosta de viagens longas.

Foto: uol.

https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/perrone/2022/12/03/perrone-escolhas-arriscadas-de-tite-preocupam-mais-do-que-derrota.htm

3 de dez. de 2022

 Na Copa de 14, cadikim chamou a atenção dos "otimistas", cujo comportamento indicava que a seleção brasileira já havia ganho a Copa antes dos jogos (https://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2014/06/e-preciso-ter-sorte.html). Estamos indo do mesmo jeito. No início da fase de grupos, muitos comentaristas já diziam que "no mata-mata, vamos enfrentar...". Se os adversários, no grupo, tivessem sido um pouquinho competentes, a seleção brasileira poderia ter corrido o risco de não ficar no primeiro lugar, ou até de sair, por causa da derrota para Camarões que, se tivesse ganho mais uma partida, teria ficado com sete.

Sempre me lembro de uma frase de Sérgio Porto - o Stanislaw Ponte Preta: "malandro prevenido dorme de botina".

Terminado o jogo com a seleção suíssa, já tinha gente dizendo que a brasileira iria cruzar com a francesa na final.

A seleção brasileira só irá cruzar com qualquer seleção na final se chegar à final.

Melhor adotar ideia do voleibol: "temos de chegar ponto a ponto". Temos de chegar jogo a jogo, sem premonições, previsões, estimativas, mas jogando futebol.

Devagar com o andor que o santo é de barro, gente!


Para chegar a fazer uma foto que nem essa aí, um longo caminho pela frente

Imagem: BETANO.

https://www.verminososporfutebol.com.br/papo-serio/brasil-e-apontado-como-favorito-ao-titulo-em-2022-bem-pelo-menos-por-apostadores/

2 de dez. de 2022

INVENTANDO MODA NAS TRANSMISSÕES DE FUTEBOL

 Foi só o Cristiano Ronaldo dizer que a bola roçou no seu cabelo e o André Risek dizer que foi "gol de gel" e um dos narradores mandou: "meteu o cabelão nela" (esse "ela aí" é como todo mundo se refere à bola). Se continuar
assim, será mais uma vitória de Goebbels (ministro da propaganda na Alemanha nazista): "uma mentira dita mil vezes torna-se verdade".

Assim vamos tocando a vida...


Foto: WikipédiA.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Goebbels


Edição em 4/12/22: Não falei? Hoje, jogo França x Polônia, um jogador da França, dentro da área, saltou em direção à bola que passava pelo alto, e ficou a cerca de 5 cm dela. O narrador não se mancou: se tivesse um topete, metia o topete nela.



30 de nov. de 2022

SELEÇÃO PORTUGUESA: GOL COMPARTILHADO, COM CERTEZA!

 Quando vi o lance, achei que a bola não havia tocado em Cristiano Ronaldo. Pensei que ele havia feito um corta-luz. Fiquei esperando a repetição, para prestar atenção. Várias repetições e mantive o mesmo entendimento. Observei, inclusive, que, quando Cristiano Ronaldo saltou, o goleiro pendeu o corpo para a direita, lado que, se R7 tocasse na bola, daria a esta aquela direção. Depois que a bola passou, observei que o goleiro tentou voltar à esquerda, sem alcançar a bola.

A bola fora chutada por Bruno Rodrigues. Aí surgiram teorias: "Bruno apenas cruzara, sem a intenção do gol"; André Rizek afirmou que o gol fora do gel que estava no cabelo do Ronaldo; teve gente que afirmou que Ronaldo havia tocado na bola com o cabelo... Olha, gente: eu já ouvi falar de cabelo tão forte que um só fio tem mais força do que uma junta de bois. Mas desviar uma bola?

Não importa se a intenção do Bruno Rodrigues era chutar a gol ou cruzar. A bola foi direta para o gol, sem que Ronaldo tivesse tocado nela. Mas não vejo dúvida de que foi um gol compartilhado. Ronaldo poderia não ter tido a intenção de um corta-luz (é pra lá de "fominha"). O fato é que, em condição de jogo regular, acabou fazendo um corta-luz que contribuiu para enganar o goleiro.

Para mim, um autêntico gol compartilhado.



Imagem (corte em vídeo): GazéTV (o vídeo pode ser visto no endereço abaixo).

https://www.youtube.com/watch?v=fft0vP3xJBM

28 de nov. de 2022

NÃO VI EM 1962


Não vi, mesmo, em 1962, tanta preocupação da imprensa com quem seria o substituto de Pelé, como vejo em 2022 a preocupação com a ausência de Neymar. No início, parecia até que só ele tinha machucado, nada sobre o lateral Danilo. Só vi repórteres e comentaristas falarem de Danilo depois que vi, em rede social, que a imprensa só falava em Neymar, como se nada tivesse acontecido com Danilo.

Se não me falha a memória - já que lá se foram sessenta anos - o que me lembro é de que, com Pelé machucado, substituiu-o
Amarildo - o "Pocesso" de Nelson Rodrigues. Portou-se muito bem, fez três gols e deu uma assistência para Zito marcar.

Quantos craques naquela seleção: Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá, Pelé (Amarildo) e Zagallo.

Garrincha acabou por roubar a cena e de "garçom", passou a fazer "de um tudo": driblou, lançou, fez quatro gols (vários modelos) e deu três assistências. Acabou eleito o melhor daquela copa.

Para considerarmos o futebol brasileiro o melhor do mundo precisamos ter um time que tenha pelo menos mais um jogador de grande peso além do "estrela", e, quando necessário, buscar a superação no desempenho do conjunto.

Foto de Amarildo (editada em cores): facebook (Memórias do esporte).

https://www.facebook.com/memoriasdoesporteoficial/photos/a.1789236944703325/2518189395141406/?type=3


PRECISÃO, VELOCIDADE, DRIBLE, ATREVIMENTO: GRANDE GOL DE CAMARÕES

 Precisão na arrancada: partindo de um pouquinho atrás do que seria a linha de impedimento. Velocidade: chegar com a bola na entrada da área, antes de qualquer adversário, do goleiro inclusive. Atrevimento: driblar o zagueiro com um corte seco e, com a bola no chão, pegar nela por baixo, levantar para cobrir o goleiro da Sérvia, com mais de dois metros de altura e ver a bola chegando às redes.

Assim vi o gol de Aboubakar, da seleção de Camarões. Para mim o mais bonito e sensacional até agora, em um empate heroico.



Imagem: AgênciaBrasil.

https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2022-11/camaroes-e-servia-empatam-em-3-3-em-jogo-eletrizante-pelo-grupo-g

23 de nov. de 2022

ONDE ELE JOGA NÃO NASCE GRAMA

 Cadikim falou sobre isso, em 2012 (https://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2012/11/onde-ele-joga-nao-nasce-grama.html). Ainda acontece. A paixão pelo gol supera a paixão pelo futebol e até mesmo a paixão pelo time ou pela seleção de seu país. O goleiro continua desvalorizado, relativamente ao goleador, por mais que tenha feito um trabalho de maior importância na defesa. No jogo Alemanha x Japão, hoje, pela Copa do Mundo, quando a Alemanha ainda

vencia por 1x0, o goleiro japonês Gonda, além de outras defesas importantes, fez uma série de quatro defesas, garantindo a possibilidade de uma virada, que aconteceu por 2x1. Só ouvi isto de um dos comentaristas. E verifiquei que, no final, confirmada a vitória da seleção japonesa, os nipônicos não fizeram para o goleiro milagroso a mesma festa que fizeram para os que marcaram gols. Muito desigual.


Imagem: globo.com ge.

https://ge.globo.com/futebol/selecoes/japao/noticia/2022/11/23/muralha-goleiro-do-japao-gonda-faz-quatro-defesas-seguidas-em-mesmo-lance-veja-video.ghtml


16 de nov. de 2022

O POETA MÁRIO QUINTANA


Eu estava dormindo e me acordaram

E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...

E quando eu começava a compreendê-lo

um pouco,

Já eram horas de dormir de novo!


Imagem: Figuras de Linguagem.

https://www.figuradelinguagem.com/literatura/mario-quintana/


1 de nov. de 2022

MILLÔR EM PEDACINHOS: MÉTODOS DE AÇÃO. TRABALHO.


"Menos do que um meio de vida, uma atividade de interesse público, a prática da política é um alucinógeno."


Millôr Fernandes, em "O Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr", pág. 40.





31 de out. de 2022

MILLÔR EM PEDACINHOS - INDIVIDUALISMO. POSITIVO E NEGATIVO.


"Depois de tantos anos de vida, por consciência, temperamento ou até mesmo por cansaço, descubro que sou e continuo sendo um democrata. Alguém tinha que ser."


Millôr Fernandes, em "O Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr", páginas 179 (título) e 184 (texto).




19 de out. de 2022

PRECISAVA DE STF? PRECISAVA, SIM! O ELEITOR PERTENCE À TURMA DO FLAUTIM!

Ainda no inicim de outubro, um mês antes das eleições, cadikim comentou que só nos três dias anteriores tinha ouvido referência a preocupações de alguns governadores e prefeitos, relativamente a transporte dos eleitores para locais de votação. Pra não deixar de dar pitaco, sugeriu que, como a atividade do eleitor sair de casa e ir votar é também um serviço prestado ao País, do mesmo jeito que o candidato empenhar-se em ocupar um cargo de sacrifício em benefício de todos é um serviço prestado ao país, no âmbito eleitoral, e que o financiamento mais lógico seria pelo tal fundo eleitoral, que financia montão de coisas.  Mais ou menos isto, pode ser visto em https://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2022/10/transporte-gratuito-para-eleitores-em.html.

Provavelmente, a preocupação dos políticos não teria sido exatamente o conforto ou a economia do eleitor para deslocar-se, mas para evitar abstenções, até por eventual incapacidade financeira do eleitor para financiar a atividade.

Aí, começou-se a levantar dúvidas sobre a possibilidade de se atribuir hipótese de ilícito eleitoral a disponibilidade de recurso público para o deslocamento de eleitores.

Daí, acabou que o assunto foi parar no STF e o Ministro Barroso achou de liberar transporte gratuito para eleitores. Agora, o Plenário do STF está decidindo se confirma a decisão monocrática do Ministro Barroso.

Acho que carecia disso tudo não, sô. Era só os caras que inventaram o tal Fundo Eleitoral terem pensado que o eleitor também presta um serviço à Pátria, quando vai votar. E que esse serviço merece ser contemplado com pelo menos o transporte para o local de votação, como de quebra, um lanchinho, conforme o tipo de demora.

Ninguém pensou no eleitor como agente de patriotismo no ato de votar. Só eles são patriotas!!!!

Mas aonde é que fica a "turma do flautim", mencionada no título? Para quem tiver tempo e paciência, conto o causo.

O rei andava muito deprimido e muito triste na solidão de seu castelo. Certa manhã, bem cedinho, estava imerso em sua enorme depressão, quando ouviu ao longe, aproximando-se, cada vez mais audível, num crescendo: pom pororom pom pom pom pom pom pom pom pororom pororom pom pom pom (veja se o vídeo ao final ajuda)...  o rei foi sentindo-se animado com um dobrado executado pela banda do palácio, animou-se tanto e acabou muito alegre, satisfeito. Rei satisfeito chama quem?

- Chama meu tesoureiro!

Apresentando-se o tesoureiro, disse-lhe o rei:

- Forme essa banda e encha os instrumentos dos músicos de ouro!

Desceu ao pátio do castelo o tesoureiro, arrastando um enorme saco cheio de ouro. Enquadrou a banda e mandou que o tocador do bombo abrisse um dos lados do instrumento. Derrubou um monte de ouro dentro do bombo. Depois, a tuba, o bombardino, o trombone, os saxofontes, os trumpetes... até que chegou ao flautim. Neste, a muito custo e habilidade, conseguiu inserir só um muito pouquinho de ouro.

Retornando ao palácio, para dar contas ao rei de sua missão, não deixou de comentar:

- Majestade, o cara do bombo levou uma quantidade grande de ouro mas o do flautim, coitado, ganhou uma quantia quase insignificante. Instrumento muito pequeno, cabia quase nada.

O rei objetou (rei objeta):

- Não se preocupe, tesoureiro. Assim é a vida, uns contemplados com muito e outros com quase nada.

A banda continuou tocando, o rei seguiu alegre, descontraído, até que... ah! O rei sofria de insônia. Certa noite, passou-a acordado, tentando inutilmente dormir, irritadíssimo, esgotado... até que, de madrugadinha, pegou no sono. Dia raiando, o rei naquele soninho gostoso dos insones, e lá vem a banda: pom poom pom pom pom poom pompom pom poom popom pom pom pom pom pom pom pom pooom porompopompom (vídeo abaixo)...

O rei acordou pdavida. Rei pdavida chama quem?

- Chama o Comandante da Guarda!

Apresentou-se o Comandante da Guarda.

- Comandante da Guarda! Forme essa banda e enfia o instrumento de cada músico no fiofó dele!

Desce o Comandante da Guarda. Enquadra a banda e fica o dia inteiro ali. À tardinha, volta ao palácio, para dar contas ao rei de sua missão:

- Majestade! Não tem jeito, Majestade! Não cabe! Tentei de tudo! Só consegui no cara do flautim!

Então? O eleitor pertence ou não pertence à turma do flautim?


REI DEPRIMIDO



REI INSONE

Nota: esse causo veio por tradição oral. Não me é possível atribuir crédito.



11 de out. de 2022

NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES - A SÁTIRA CAIPIRA



"O caveiro tomou uma bebedeira

e matou-se de um modo romanesco

por causa dessa ingrata caveira

que trocou ele por um defunto fresco."





Alvarenga e Ranchinho com Ciquinho Salles em "Romance de uma Caveira".




Para ouvir com a dupla: YouTube.

https://www.youtube.com/watch?v=8WOTNBQoxO8


Imagem: cifraclub.

https://m.cifraclub.com.br/alvarenga-ranchinho/

1 de out. de 2022

TRANSPORTE GRATUITO PARA ELEITORES EM DIA DE ELEIÇÃO: ALGUÉM INCLUIU ISSO NO PLANEJAMENTO DO "FUNDO ELEITORAL"?

 Eleitores só são declarados "muito importantes" pelos administradores públicos em um dia a cada dois anos: no dia da eleição.

Estamos em véspera dela e só nos três últimos dias tenho ouvido notícias, pela TV, de preocupação de alguns governadores e prefeitos, quanto ao transporte dos eleitores para os locais de votação. Vejo, hoje, notícia de que "pelo menos nas capitais os eleitores terão transporte gratuito".

Não consigo me conformar com o modo como certas coisas são tratadas: o conjunto dos cidadãos  eleitores não é considerado a não ser nas vésperas da eleição. Deveria ser considerado nos planejamentos desde o dia em que, em cada ano eleitoral, cogita-se da realização das eleições, mediante o estabelecimento de uma regra permanente.

Ora! O financiamento das campanhas dos candidatos é matéria de orçamento público. Tem o tal Fundo Eleitoral, com recursos bastantes para garantir que os candidatos possam fazer suas propagandas. Tudo bem: é muito importante a participação do cidadão como candidato a ser um trabalhador que se sacrifica em prol do Brasil.

Ora! Mas também é muito importante o eleitor participar da tal Festa da Democracia, com o seu comparecimento às urnas, comparecimento que é insistentemente solicitado em propagandas televisivas.

Para bem cumprir esse dever cívico - que, como no caso dos candidatos, nada mais é do que uma prestação de serviço ao Estado - o cidadão precisa deslocar-se. Um deslocar-se que onera seu orçamento, não raro insuficiente para satisfação de todas as suas necessidades.

Enquanto os candidatos são financiados para participarem da Festa da Democracia, os cidadãos eleitores são obrigados a participar  dela custeando - eles próprios - sua participação.

Penso que seria o caso de os deslocamentos  de eleitores para os locais aonde se realiza a Festa da Democracia passarem a ser financiados pelo Fundo Eleitoral.

Nem se diga que é muito caro (150.000.000 de eleitores) e muito difícil de planejar. Não concordo. Rodam muitas centenas milhões por aí para outras atividades menos importantes do que as eleições - pelo menos nas reiteradas avaliações dos políticos. Quanto a planejamentos, temos pessoal altamente qualificado que consegue alocar milhões em seus projetos com facilidade de fazer inveja.

E estou certo de que os políticos receberiam de cabeças e braços abertos a oportunidade de, através dos recursos do Fundo Eleitoral, garantirem aos cidadãos eleitores os
deslocamentos necessários ao cumprimento do dever cívico.


Imagem: 

https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2022/Abril/eleicoes-2022-confira-as-principais-informacoes-para-votar-em-outubro






19 de set. de 2022

O POVO ACREDITA MESMO!

 Na quarta feira da semana passada, fiz a muito cansativa viagem Patos de Minas - São Paulo. É muito chão. Saímos às 19,30 da terça e chegamos por volta das 09,00 da quarta.

Ao descermos para receber bagagens, verificamos que o bagageiro do ônibus estava muito cheio, malas muito apertadas umas nas outras, tudo muito espremido. Estava difícil separá-las para a retirada.

Pode ser que tenha conseguido fazer cara de decepcionado razoavelmente, quando falei para minha mulher, mas para todos os circunstantes ouvirem: "nossa! essa mania que mineiro tem de levar cachaça, queijo e outras coisas da roça para as capitais! é nisso que dá! como estarão os ovos que trouxe para a tia Matilde?".

Pois não é que circunstantes próximos acreditaram que de fato eu tivesse levado ovos em uma mala, apertada no bagageiro de um ônibus?

Fake news pega facim, facim!...

12 de set. de 2022

UM MONJOLO NO PARQUE DO MOCAMBO

 Uma das utilidades que o homem encontrou para a água: engenhoca para pilar milho e descascar café. Sempre para facilitar o trabalho físico do homem.




8 de set. de 2022

7 de set. de 2022

PESQUISA

Resolvi pesquisar o valor quantitativo da aceitação de meu nome para a vida coletiva. Encontrei um percentual de 50%, ouvindo trinta pessoas todas pertencentes ao meu círculo de amigos ou conhecidos.

O grau de confiabilidade é de 2% e a margem de erro é de 50% para mais ou para menos.



será que eu chego lá?

20 de jul. de 2022

DIFICULDADES PARA ENCONTRAR VICE


Nos ensaios para as eleições de 2018, parece que Ciro Gomes teve dificuldade para encontrar um vice. Cadikim comentou o assunto (https://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2018/07/eleicoes-2018.html), com uns versinhos, adiante reproduzidos. Para as próximas eleições, Ciro Gomes foi o primeiro a registrar candidatura mas não inscreveu vice, ainda. Será um trem tão difícil, sô?!




15 de jul. de 2022

AINDA TEM UM MINEIRO LÁ

 Segue a Copa do Brasil com graúdos caindo. O Atlético Mineiro saiu da quarta feira fora das quartas de final, excluído pelo Flamengo;
ontem foi o Palmeiras - o todo poderoso Palmeiras - que, depois de virar o resultado agregado em cerca de 13 minutos, acabou cedendo empate e vendo-se alijado da Copa nos pênaltes.

Ah! Mas ainda restava um mineiro! O América, virando-se como pode no Brasileirão, tinha 3 x 0 a seu favor, contra o Botafogo, agora no estádio do enciclopédia (Nilton Santos, craque que só jogou no Botafogo e na Seleção Brasileira, foi considerado "enciclopédia do futebol");

Pois não é que o América - time do coração da Dona Ephigenia - venceu o jogo e incrementou mais dois gols no placar agregado.

No seca-bagaço iremos ver aonde conseguirá chegar o América Mineiro. Sabe-se que não haverá facilidade.

Mas ainda tem um mineiro lá. Entre os oito que seguem na Copa do Brasil, está lá o América Mineiro.


Imagem: AS MIL CAMISAS.

https://www.asmilcamisas.com.br/2014/10/07/174-camisa-do-america-mg/

9 de jul. de 2022

A MAGIA DA ROTINA 1 DA FAIXA BRANCA DA ESSÊNCIA DO SOM

 


O Professor Tiago Meira - criador da Academia 
Inspirart - vem de promover a transformação de sua Escola de uni instrumental em multi instrumental, mediante o lançamento de uma nova e mais ampla Escola de Música. De Professor solitário de um só instrumento - a flauta - evoluiu para um timaço de Professores, com a Nova Academia Inspirart (
https://www.academiainspirart.com.br/novainspirart1mobile), agora oferecendo cursos de vários instrumentos e de canto

Esse "Professor solitário" vem sendo acompanhado e admirado por quantos se matricularam na Academia Inspirart, desde a fundação, mercê da qualidade de seu magistério, sempre aperfeiçoado em vários momentos, conforme as observações de sua experiência.

A promessa - que tenho certeza, será cumprida, se não for entregue algo ainda melhor - é ambiciosa e, no estilo Tiago Meira, audaciosa. Para ter uma ideia será necessário acessar o link indicado.

Nesta manifestação, prefiro realçar um conceito muito valorizado pela insistência do Professor Tiago: a busca através da simplicidade e da persistência. Conceito esse expresso na Rotina 1 da Faixa Branca (o Método Essência do Som contempla faixas conforme o grau de desenvolvimento, semelhantemente ao Judô).

Mas o que é essa tal de "Rotina 1 da Faixa Branca", na Academia Inspirart? Logicamente, o grau mais elementar do aprendizado da flauta. Aquele através do qual o aprendiz poderá, praticando, internalizar e dominar os cinco pilares da Essência do Som - o sustentáculo da produção sonora.  É o passo inicial para o estudante caminhar até obter a Essência do Som - objetivo dado como principal.

À primeira vista, primeira leitura, parece muito simples. E é! Desde que o modo de executar a Rotina 1 da Faixa Branca obedeça aos princípios de atenção e perseverança transmitidos pelo Professor Tiago.

Mas... e a magia?

A magia está em não considerar a Rotina 1 da Faixa Branca apenas como passo de arrancada. E, também, considerá-la como elemento didático que deve ser revisitado sempre. O retorno é recomendado para a circunstância de que alguma dificuldade incomode o estudante, em qualquer fase de seu desenvolvimento. Em determinado estágio dos estudos, senti-me tão incapaz que cheguei a pensar que estava na hora de parar, que minha idade (82) estava estabelecendo o limite extremo. Tive a sorte de lembrar-me da insistência do Professor Tiago com a Rotina 1 da Faixa Branca: "se sentirem dificuldade, retornem ao princípio, à Rotina 1 da Faixa Branca". Retornei e senti-me reanimado a prosseguir.

Então, estou ótimo?

Não! Apenas reanimado a prosseguir. Sabendo que, mesmo com a minha idade, o exercício mantém o ânimo e proporciona momentos de alegria em cada pequeno progresso.

Agora, temos uma Nova Academia Inspirart, vários Professores com prestígio profissional de altíssimo nível, vários instrumentos, voz inclusive. Vai ser muito melhor o que, para um  só instrumento já era de enorme valia.

Mas qualquer que seja a qualidade, é importante lembrar e revisitar a Rotina 1 da Faixa Branca.

8 de jul. de 2022

ALVORADA EM PATOS DE MINAS

 




"...O sol colorindo é tão lindo, e a natureza sorrindo, tingindo... tingindo, tingindo... você também me lembra a alvorada quando chega iluminando meus caminhos tão sem vida...".


Cartola, em "Alvorada".

Para ouvir com o autor: YouTube.

https://www.youtube.com/watch?v=lEHA2F5cmok

3 de jul. de 2022

ARMAS: O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS É BOM PARA O BRASIL?

 Primeiro que tudo, comento que a expressão que escrevi no título, em forma de pergunta, já foi dita afirmativamente por político.

É o que informou, há pouco mais de um ano atrás, o "Correio do Brasil" em matéria assinada por Paulo Kliass - de Brasília (https://www.correiodobrasil.com.br/que-e-bom-para-eua-e-bom-para-brasil/), informando que a frase foi pronunciada pelo político brasileiro Juracy Magalhães, logo depois de ter sido nomeado Embaixador do Brasil nos Estados Unidos, em meados da década de 1960.

Não pretendo entrar na análise de ideologias. Prefiro focar minha opinião no argumento, simplesmente. Reflito em experiência pessoal:

Em 1963, Aspirante a Oficial da Polícia Militar de Minas Gerais, fui designado, junto com Oficiais e outros Aspirantes, para participar de um treinamento promovido pelo Ponto 4 (Programa de cooperação técnica internacional entre os Estados Unidos e países latino americanos). No caso, o treinamento referia-se, obviamente, a ações policiais militares.

Em uma das sessões, o instrutor estadunidense relatou que, nos Estados Unidos, o policial recebia orientação no sentido de só sacar arma para atirar e só atirar para matar.

Entendi que tal orientação só teria sentido para a eventualidade de o policial estar na iminência de defender sua própria vida ou a de terceiro.

Perguntei-lhe qual era o grau de escolaridade desse policial. Respondeu-me que era de onze anos de estudos. Correspondia, no nosso regime escolar, à conclusão do curso Científico ou Clássico, hoje segundo grau completo.

Matutei que, em nossa Polícia Militar, naqueles idos de 1963, ainda ingressavam na Corporação pessoas com curso primário incompleto. A exigência para acesso ao Curso de Formação de Oficiais era o curso ginasial.

Ainda jovem, apenas iniciando-me na carreira de Oficial e sem experiência operacional mediana, compreendi que nem tudo que é bom para os Estados Unidos - ou para qualquer outro país do mundo - é bom para o Brasil.



g1

https://g1.globo.com/mundo/noticia/tiroteio-e-registrado-em-igreja-no-texas.ghtml


27 de jun. de 2022

POBRES JUÍZES DE FUTEBOL

Pobres, sim! São acusados de erros por gente que comete muitos erros, repetidamente, sem qualquer reprimenda. Eventualmente, goleiros "engolem frangos" muito cacarejantes; atacantes perdem gols, "bisonhamente", na cara do goleiro, e cobram pênaltes chutando para fora ou no terceiro andar; dirigentes contratam e, em seguida, dispensam porque contrataram mal, além de outros erros de administração ou até malversação de recursos; comentaristas comentam mal, exageram e até quebram um tanto a premissa de que futebol é esporte coletivo (veja-se "O Gol da Vitória, em http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2012/02/o-gol-da-vitoria.html); comentaristas de arbitragem costumam escorregar na maionese: chegam a dizer que certas faltas não passam de "disputa de espaço", sem nem se tocaram que, em um campo muitas vezes menor, jogadores de porte físico muito avantajado são punidos com "dois pênaltes" quando dão um tapinha no braço do adversário (nas mãos daqueles caras, lance livre é pênalte); e dizem que um "empurrãozinho não chegou a desequilibrar o adversário. Tudo segue como está.

O juiz, esse sim, está sempre e indefectivelmente errado. Quando apita a favor de um time (ainda que correto), é imediatamente cercado, de modo constrangedor, por uma turminha de no mínimo quatro atletas; quando apita a favor de outro (correto também), é imediatamente cercado por outra turminha. Dedo em riste é pouco, nessas oportunidades.

Acontece nada!

No Fluminense x Botafogo, ontem, uma cena usual: um jogador do Botafogo foi cobrar um lateral e fez aquilo que a grande maioria faz: avançar, avançar, sempre para a frente do local do lateral (nunca para trás). O árbitro fez voltar; passinhos para trás (menores do que os para frente) e uma corridinha, retornando ao lugar de onde fora mandado voltar; nova ordem do juiz, apontando para trás; repetição da manobra, fingindo que vai mas não vai, que nem passista de escola de samba. O juiz saca o cartão amarelo e vai em sua direção. Foi o bastante para o capitão do Botafogo, Joel Carli, postar-se abruptamente diante do juiz, à frente do jogador que estava para ser amarelado, tentando impedir a aplicação do amarelo.

Não é para isso que serve um capitão.

Insisto com a escolha que fiz, na Copa do Mundo de 2018, do meu personagem na Copa - um Senhor Capitão. Pode-se ver http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2018/06/meu-personagem-na-copa-de-2018-um.html.

Será demais desejar um futebol jogado limpo, sem mutretas, só futebol? Será exagero achar que, do jeito que anda, não teremos um futebol de qualidade para o espectador? Ou será que é isso mesmo que ele quer?




Imagem: Corte em vídeo apresentado em globo.com/ge, no jogo de ontem. O juiz tem de correr dos jogadores, pelo menos para não ser atropelado. Veja o vídeo:

https://ge.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2022/03/27/fluminense-e-botafogo-termina-em-confusao-apos-arbitro-encerrar-jogo-antes-de-cobranca-de-falta.ghtml


14 de jun. de 2022

FUTEBOL FEMINO

 Sou fã. Vejo, atualmente, mais atletas com níveis bons nos aspectos técnico e físico do que no tempo em que Marta passeava quase só, com ajuda de poucas em plano mais modesto, como Pretinha, da Formiga (disputando ainda), Cristiane e poucas outras. Acho que está em desenvolvimento e daqui a algum tempo poderemos ver times mais homogêneos.

Mas feminino é feminino, ora!

No jogo São Paulo 2 x 1 Palmeiras, o clima andou um pouco quente.

Uma jogadora do Palmeiras pegou pesado em uma adversária. O juiz aplicou o amarelo. A atleta palmeirense, muito da cabritinha, fingindo que não era com ela, caminhou na direção de seu campo, arrumando o cabelo, aquele elástico que as meninas com cabelos longos colocam para fazer o que, no que lembro, chamava-se "rabo de cavalo".

O cartão ficou assinalado mas a atleta manteve a pose.


Imagem: 

https://sportbuzz.uol.com.br/noticias/agenda/palmeiras-x-sao-paulo-saiba-onde-assistir-provaveis-escalacoes.phtml

11 de jun. de 2022

SE TODO MUNDO COOPERAR... SE O POVÃO É MESMO O OBJETIVO...


Assisti, pela TV, a um pedido formulado pelo presidente da República, no sentido de que supermercados reduzam a margem de lucro sobre os alimentos básicos para conter a inflação. Segundo a Agência Brasil (https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-06/presidente-pede-que-supermercados-reduzam-lucros-sobre-alimentos), "o pedido foi feito no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), evento em que o presidente participou por videoconferência...".

Inicialmente, minha memória remeteu-me ao período em que sofri muito com a hiperinflação, (des)governo Sarney. Alguém falou sobre isso pela TV.

Cuidei de que não se trata da mesma coisa, embora semelhante: naquele período, houve tabelamento e o (des)governo queria que o povo ("fiscais do Sarney") fiscalizasse. Agora, trata-se de um pedido, não de uma imposição. Deve ser apreciado como tal.

Os supermercados são a segunda trincheira de enfrentamento, pelo povo, dos efeitos da inflação. Não só o povão abastece-se ali; acorrem também médias, pequenas e pequeníssimas empresas, fornecedoras de alimentos prontos, como padarias, restaurantes e quejandos, sem falar em ambulantes. Esses estabelecimentos e pessoas, sim, a primeira trincheira que o povão enfrenta. Enfrentamento difícil para ambos, porque essa categoria de fornecedor já está reduzindo ao máximo sua margem de lucro, porque a raridade do dinheiro determina isso ou o fechamento. Muitos seguem no limite, para não fecharem as portas. Solução  extrema que tem sido mais do que frequente.

Não precisa ser economista para verificar que, quando falta dinheiro na base, os patamares imediatamente mais elevados - e os elevadíssimo também - não conseguem vender. Reduzir a produção é a estratégia para não morrer.

A verificação do fenômeno é fácil: desde o segundo mandato do (des)governo Dilma, o desemprego campeando, faltou muito dinheiro na base. Não foi à toa que se seguiram autorizações frequentes para saques no PIS/PASEP e no FGTS (dinheiro sacado não substituído nos programas; penso que deve comprometer as finalidades dos respectivos programas).

Fui matutar. Não sei por que me ocorreu o pensamento de que algumas medidas  diferentes poderiam amenizar a situação. Por exemplo, a aplicação em socorro dos supermercados ou diretamente do povão, dos valores das tais "emendas de parlamentares" e "emendas de relator" (coisas de que não entendemos nada, por motivos óbvios); a suspensão temporária, pelo menos, dos "penduricalhos" de quantos os recebem, sem mexer nas bases das remunerações; reduzir despesas pagas com cartões corporativos (do que também sabemos nada, pelos mesmos motivos óbvios); modificar os padrões de alimentos servidos em aviões oficiais (do que entendemos pouco, por notícia, apenas, também por motivos óbvios). Sobre isso o cadikim publicou uma preocupação: "Bom, se dentro de uma única aeronave há cinco níveis de possibilidades alimentares, imaginem o que há fora dela, enquanto sobrevoa o solo brasileiro" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2016/12/e-o-sorvete.html). Penso que há mais, haverá beiradas por aí que poderão ser revertidas em suas finalidades, pelo menos temporariamente também.

Devagar, senhores economistas! O povão já está muito sacrificado. Busque-se solução diferente. Capacidade não pode faltar-lhes. Peça-se a quem dispõe de espaço para atender. Peça pra eles, presidente!











Foto "carrão": Auto MOTIVO.

https://revistaautomotivo.com.br/compradores-marcas-luxo-satisfacao/


Foto marmita de pobre: Mundo Operário.

https://www.esquerdadiario.com.br/O-aumento-dos-precos-tira-carne-da-marmita-do-trabalhador