Acho da maior importância a declaração dada ontem pelo Presidente do Senado - Senador Rodrigo Pacheco - sobre os prováveis desdobramento da entrevista pública (os povos de todos os Estados brasileiros estavam representados ali), que o Ministro da Saúde concedeu aos Senadores, ontem, convidado que fora por eles para debater acerca das ações do governo durante a pandemia.
Através da Globo News, assisti ao pronunciamento da referida declaração. Para não ficar só com a minha memória, transcrevo trecho da notícia que colhi em CNN BRASIL de 11 de fevereiro de 2021, às 21h 31 min:
"Identifiquei da parte do Pazuello todo o comprometimento para que se concretize aquilo que ele se comprometeu.Quando o ministro sinaliza que todos serão vacinados, é muito positivo, significa que poderemos enfrentar o coronavírus e retomar a normalidade", afirmou (https://www.cnnbrasil.com.br/politica/2021/02/12/abertura-de-cpi-sera-avaliada-diz-pacheco-apos-sessao-com-pazuello-no-senado).
O comprometimento, a que Pazuello "se comprometeu" (sic), refere-se à vacinação de todo o povo brasileiro, sendo 50% até junho e 50% até dezembro deste ano.
Pois bom!. No tocante à vacina, temos um antecedente que acho enormemente comprometedor: em meados de outubro do ano passado, o Ministério da Saúde encaminhou correspondência ao Diretor do Instituto Butantan, informando
"...a intenção deste Ministério da Saúde em adquirir 46 milhões de doses da referida vacina (Vacina Butantan - Sinovac Covid-19), em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, ao preço..., seguindo as especificações da vacina e o respectivo cronograma de entrega descritos no Ofício FB nº 070/2020 (0017214439), de 16/10/2020, supramencionado". ....,
correspondência em que afirma não ter o interesse caráter vinculante, já que o prosseguimento do processo de aquisição ficaria na dependência do registro da vacina na ANVISA, e solicita o encaminhamento urgente de todos os documentos comprobatórios dos ensaios clínicos já realizados e daqueles que estavam em andamento, "...referentes à Vacina Butantan-Sinovac", para subsidiar decisões e permitir acompanhamento contínuo de todas as fases evolutivas.
Os trechos do ofício entre aspas foram colhidos na CNN BRASIL de 21 de outubro de 2020 (https://www.cnnbrasil.com.br/politica/2020/10/21/acordo-do-ministerio-de-saude-com-sp-sobre-coronavac-e-de-intencao-de-compra).
O Presidente da República decidiu mandar cancelar a intenção de compra manifestada pelo Ministério da Saúde, afirmando que "O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade" (afirmação a que assiti pela TV).
O desfazimento das intenções gerou a manifestação de subserviência mais grave a que já assisti na minha vida, transmitida em várias edições de jornais televisivos, em vídeo, manifestação a que, em muitos anos de caserna, vi receber denominação específica para eventual manifestante.
Há outros insucessos evidenciados pela imprensa - e não negados. Entretanto, acho que só o ora relatado é o bastante para orientar raciocínio.
Mas... e o Presidente do Senado? Bom, o Presidente do Senado deu ao Ministro Pazuello um aval para um compromisso que corre risco de não ser cumprido por dois motivos: primeiro, o compromitente terá condições de cumprir o comprometido, em "dias DD" e "horas HH", mesmo sabendo que o ritmo de fabricação de vacinas e eventuais percalços poderão ser um fator incidente? Não se trata de pessimismo nem de torcer contra; qualquer planejamento tem de considerar possibilidades adversas. Segundo: se tiver o Presidente da República vai deixar?
Muito corajoso o avalista. Ainda mais falando - pelo povo e ao povo - que "...Quando o ministro sinaliza que todos serão vacinados, é muito positivo, significa que poderemos enfrentar o coronavírus e retomar a normalidade".
Baita aval!
Imagem: G1.
2 comentários:
Aval de quem dá sustentação ao que há de mais podre no Pais, o genocida...
Pois é, Gatão. Mas fixei-me no aval, que tem de ter em conta o valor do avalizado. Agora, morto o Major Olímpio, toca a CPI da covid (vou falar disso mais tarde, tá no forno). Abraço!
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