4 de jun. de 2022

DESCULPEM-ME POR SER BRASILEIRA


Minha neta Tainah anda por vilegiaturas no Canadá. No início era viagem de estudos. Deu-se bem e partiu para a observação. Espirituosa, mostrou presença de espírito, de fato, em circunstância em que não era possível ter ausência de corpo (Millôr Fernandes: "Nos momentos de perigo é fundamental manter a presença de espírito, embora o ideal fosse conseguir a ausência do corpo.", colhido no BLOG IMS - https://blogdoims.com.br/divagar-e-sempre-millor-fernandes/).

Nas tais vilegiaturas, estava diante de uma roda gigante, com roda de amigos que fizera na roda de estudos. Foi dar uma volta e deixou sua mochila em um lugar em que haviam sido deixadas várias outras.

Na saída do brinquedo, foi pegar a mochila. Cadê mochila?! Outras estavam no mesmo lugar mas a dela... Esbravejou: fui roubada! roubaram minha mochila!... Enfim: armou barraco, deu BO!

A mochila surgiu nas mãos de uma pessoa que a havia transferido para lugar diferente, em que outras estavam colocadas (era função dessa pessoa).

Sentiu-se repreendida por inúmeros olhares... mesmo por algumas vozes: como roubaram? aqui não tem roubo!...

Chegou a sentir-se acuada. E não tinha como agir em "ausência de corpo". Aflorou a indispensável presença de espírito. Começou a gritar a plenos pulmões, para que todos a ouvissem:

Sorry! Sorry! I'm from Brazil! Sorry! I'm from Brazil!...


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