11 de jun. de 2022

SE TODO MUNDO COOPERAR... SE O POVÃO É MESMO O OBJETIVO...


Assisti, pela TV, a um pedido formulado pelo presidente da República, no sentido de que supermercados reduzam a margem de lucro sobre os alimentos básicos para conter a inflação. Segundo a Agência Brasil (https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-06/presidente-pede-que-supermercados-reduzam-lucros-sobre-alimentos), "o pedido foi feito no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), evento em que o presidente participou por videoconferência...".

Inicialmente, minha memória remeteu-me ao período em que sofri muito com a hiperinflação, (des)governo Sarney. Alguém falou sobre isso pela TV.

Cuidei de que não se trata da mesma coisa, embora semelhante: naquele período, houve tabelamento e o (des)governo queria que o povo ("fiscais do Sarney") fiscalizasse. Agora, trata-se de um pedido, não de uma imposição. Deve ser apreciado como tal.

Os supermercados são a segunda trincheira de enfrentamento, pelo povo, dos efeitos da inflação. Não só o povão abastece-se ali; acorrem também médias, pequenas e pequeníssimas empresas, fornecedoras de alimentos prontos, como padarias, restaurantes e quejandos, sem falar em ambulantes. Esses estabelecimentos e pessoas, sim, a primeira trincheira que o povão enfrenta. Enfrentamento difícil para ambos, porque essa categoria de fornecedor já está reduzindo ao máximo sua margem de lucro, porque a raridade do dinheiro determina isso ou o fechamento. Muitos seguem no limite, para não fecharem as portas. Solução  extrema que tem sido mais do que frequente.

Não precisa ser economista para verificar que, quando falta dinheiro na base, os patamares imediatamente mais elevados - e os elevadíssimo também - não conseguem vender. Reduzir a produção é a estratégia para não morrer.

A verificação do fenômeno é fácil: desde o segundo mandato do (des)governo Dilma, o desemprego campeando, faltou muito dinheiro na base. Não foi à toa que se seguiram autorizações frequentes para saques no PIS/PASEP e no FGTS (dinheiro sacado não substituído nos programas; penso que deve comprometer as finalidades dos respectivos programas).

Fui matutar. Não sei por que me ocorreu o pensamento de que algumas medidas  diferentes poderiam amenizar a situação. Por exemplo, a aplicação em socorro dos supermercados ou diretamente do povão, dos valores das tais "emendas de parlamentares" e "emendas de relator" (coisas de que não entendemos nada, por motivos óbvios); a suspensão temporária, pelo menos, dos "penduricalhos" de quantos os recebem, sem mexer nas bases das remunerações; reduzir despesas pagas com cartões corporativos (do que também sabemos nada, pelos mesmos motivos óbvios); modificar os padrões de alimentos servidos em aviões oficiais (do que entendemos pouco, por notícia, apenas, também por motivos óbvios). Sobre isso o cadikim publicou uma preocupação: "Bom, se dentro de uma única aeronave há cinco níveis de possibilidades alimentares, imaginem o que há fora dela, enquanto sobrevoa o solo brasileiro" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2016/12/e-o-sorvete.html). Penso que há mais, haverá beiradas por aí que poderão ser revertidas em suas finalidades, pelo menos temporariamente também.

Devagar, senhores economistas! O povão já está muito sacrificado. Busque-se solução diferente. Capacidade não pode faltar-lhes. Peça-se a quem dispõe de espaço para atender. Peça pra eles, presidente!











Foto "carrão": Auto MOTIVO.

https://revistaautomotivo.com.br/compradores-marcas-luxo-satisfacao/


Foto marmita de pobre: Mundo Operário.

https://www.esquerdadiario.com.br/O-aumento-dos-precos-tira-carne-da-marmita-do-trabalhador

Nenhum comentário: