Ainda no inicim de outubro, um mês antes das eleições, cadikim comentou que só nos três dias anteriores tinha ouvido referência a preocupações de alguns governadores e prefeitos, relativamente a transporte dos eleitores para locais de votação. Pra não deixar de dar pitaco, sugeriu que, como a atividade do eleitor sair de casa e ir votar é também um serviço prestado ao País, do mesmo jeito que o candidato empenhar-se em ocupar um cargo de sacrifício em benefício de todos é um serviço prestado ao país, no âmbito eleitoral, e que o financiamento mais lógico seria pelo tal fundo eleitoral, que financia montão de coisas. Mais ou menos isto, pode ser visto em https://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2022/10/transporte-gratuito-para-eleitores-em.html.
Provavelmente, a preocupação dos políticos não teria sido exatamente o conforto ou a economia do eleitor para deslocar-se, mas para evitar abstenções, até por eventual incapacidade financeira do eleitor para financiar a atividade.
Aí, começou-se a levantar dúvidas sobre a possibilidade de se atribuir hipótese de ilícito eleitoral a disponibilidade de recurso público para o deslocamento de eleitores.
Daí, acabou que o assunto foi parar no STF e o Ministro Barroso achou de liberar transporte gratuito para eleitores. Agora, o Plenário do STF está decidindo se confirma a decisão monocrática do Ministro Barroso.
Acho que carecia disso tudo não, sô. Era só os caras que inventaram o tal Fundo Eleitoral terem pensado que o eleitor também presta um serviço à Pátria, quando vai votar. E que esse serviço merece ser contemplado com pelo menos o transporte para o local de votação, como de quebra, um lanchinho, conforme o tipo de demora.
Ninguém pensou no eleitor como agente de patriotismo no ato de votar. Só eles são patriotas!!!!
Mas aonde é que fica a "turma do flautim", mencionada no título? Para quem tiver tempo e paciência, conto o causo.
O rei andava muito deprimido e muito triste na solidão de seu castelo. Certa manhã, bem cedinho, estava imerso em sua enorme depressão, quando ouviu ao longe, aproximando-se, cada vez mais audível, num crescendo: pom pororom pom pom pom pom pom pom pom pororom pororom pom pom pom (veja se o vídeo ao final ajuda)... o rei foi sentindo-se animado com um dobrado executado pela banda do palácio, animou-se tanto e acabou muito alegre, satisfeito. Rei satisfeito chama quem?
- Chama meu tesoureiro!
Apresentando-se o tesoureiro, disse-lhe o rei:
- Forme essa banda e encha os instrumentos dos músicos de ouro!
Desceu ao pátio do castelo o tesoureiro, arrastando um enorme saco cheio de ouro. Enquadrou a banda e mandou que o tocador do bombo abrisse um dos lados do instrumento. Derrubou um monte de ouro dentro do bombo. Depois, a tuba, o bombardino, o trombone, os saxofontes, os trumpetes... até que chegou ao flautim. Neste, a muito custo e habilidade, conseguiu inserir só um muito pouquinho de ouro.
Retornando ao palácio, para dar contas ao rei de sua missão, não deixou de comentar:
- Majestade, o cara do bombo levou uma quantidade grande de ouro mas o do flautim, coitado, ganhou uma quantia quase insignificante. Instrumento muito pequeno, cabia quase nada.
O rei objetou (rei objeta):
- Não se preocupe, tesoureiro. Assim é a vida, uns contemplados com muito e outros com quase nada.
A banda continuou tocando, o rei seguiu alegre, descontraído, até que... ah! O rei sofria de insônia. Certa noite, passou-a acordado, tentando inutilmente dormir, irritadíssimo, esgotado... até que, de madrugadinha, pegou no sono. Dia raiando, o rei naquele soninho gostoso dos insones, e lá vem a banda: pom poom pom pom pom poom pompom pom poom popom pom pom pom pom pom pom pom pooom porompopompom (vídeo abaixo)...
O rei acordou pdavida. Rei pdavida chama quem?
- Chama o Comandante da Guarda!
Apresentou-se o Comandante da Guarda.
- Comandante da Guarda! Forme essa banda e enfia o instrumento de cada músico no fiofó dele!
Desce o Comandante da Guarda. Enquadra a banda e fica o dia inteiro ali. À tardinha, volta ao palácio, para dar contas ao rei de sua missão:
- Majestade! Não tem jeito, Majestade! Não cabe! Tentei de tudo! Só consegui no cara do flautim!
Então? O eleitor pertence ou não pertence à turma do flautim?
Nota: esse causo veio por tradição oral. Não me é possível atribuir crédito.
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