17 de dez. de 2022

OS TEMPOS DA FIFA

 Incomoda-me muito ver, até mesmo em Copa do Mundo, enrolação para engordar tempo: jogar a bola para longe do local da cobrança da falta; pedir assistência médica; goleiro ficar indicando os lugares aonde os companheiros deverão ir, sendo certo que a obrigação de cada jogador - pelo menos presumida - é saber para onde tem de ir (goleiros costumam enrolar até aparecer o cartão amarelo e, depois, fingem que estão melhorando a posição da bola no chão...). Mesmo durante a contagem dos acréscimos, acontecem essas embromações. Aí, apitar o fim do jogo fica por conta do árbitro, subjetivamente. Prorroga enquanto achar que deve prorrogar.

Penso que a paz no futebol - uma coisa que todo mundo diz que quer - fica comprometida porque alguns jogadores acabam perdendo a paciência quando o adversário faz cera e não raras veze acontece conflito.

Vejo, em comentários, que o mínimo ideal de bola rolando é 60 minutos. Nunca vi falar dos motivos determinantes. Só vejo que esses 60 minutos ideais - nem sempre alcançados - são muito fragmentados, o que me me causa incômodo porque essa fragmentação só
interessa a quem está ganhando. No frigir dos ovos interessa também a quem está perdendo porque perco hoje, ganho amanhã. O torcedor - que é quem financia direta e indiretamente o espetáculo e os lucros respectivos - é apenas um detalhe.

Acontece, também, que a FIFA detesta mudar. Penso em alguns motivos mas podem ser apenas coisa da minha cabeça.

Durante a Copa de 2022, o tratamento dado aos acréscimos incorporou também o tempo das demoras para cobrar uma falta, para repor uma bola em jogo, enfim, toda aquela enrolação. Não sei como o juiz faz a contagem disso, sendo que ele é quem determina o tempo de acréscimo. A monotonia predomina, em determinados momentos. No mais, acaba deixando os acréscimos ao humor do juiz, sem qualquer controle.
Aí, fico pensando que, como no basquete e no futebol de salão (insisto em chamar assim), o cronômetro poderá ser parado, de modo a excluir os tais acréscimos. O tempo será, rigorosamente, o previsto no regulamento.
Alguém objetará: ah! mas o tempo de
empenho dos jogadores ficará muito longo e, portanto, muito cansativo.
Ah! respondo eu: já fica longo. E bota longo nisso. Mudará nada. Ou poderá mudar porque, sabendo que não adiantará engordar tempo, poderá ser que os jogadores parem com as enrolações.
Mas o torcedor será recompensado: não verá a terrível enrolação em fim de partida e não passará pela tensão de ou pensar que o adversário poderá empatar ou pensar no "será que ainda vai dar?".
Arremato com dois "PS": 1) se alguém quiser dar tratos à bola, poder-se-ia estabelecer um tempo para reposição de bola em jogo (parece que existe mas ninguém observa mais), o qual poderia ser a média entre os tempos que o jogador demora para isso, quando está ganhando, e os tempos que leva quando está perdendo ou precisando segurar empate. 2) Entendo que há uma tremenda disparidade tecnológica entre a aplicação do VAR (tecnologia nova) e a contagem dos acréscimos.

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