Era um bar simples, em Uberlândia. Não sei se ainda está lá. Costumávamos reunir alguns amigos, aos domingos, antes do almoço, para uma cervejinha, que podia estender-se até a hora do jogo. Papos furados, íamos levando a véspera de segunda, tentando aproveitar os últimos momentos. Aí, apareceu o bêbado. Surgiu de algum lugar indefinido, tudo de bebum: roupa amarfanhada, cabelos despenteados, passos indecisos e uma sede enorme. No que chegou à porta, ameaçando entrar, o dono do bar, lá de dentro do balcão, já apontou-lhe o indicador e fez sinal de "não" e, em seguida, o gesto de enxotar galinhas. "Aqui, não!", dizia a mímica. O bêbado, humilde, fez um gesto, "dizendo" que queria tomar apenas uma dose e, com o polegar e o indicador, informou o tamanho dela. Não era muito, ora! O dono do bar repetiu o gesto de enxotar galinhas. O bêbado, mais humilde, repetiu o gesto anterior, agora diminuindo o tamanho da dose. Não adiantou. O insensível dono do bar repetiu o gesto de "não" e tornou a enxotar galinhas. O bêbado, então, empertigou-se. Tirou do bolso um lápis e um papel. Deu três passos para trás. Olhou para a placa, no alto, onde estava escrito o nome do bar. Escreveu alguma coisa e voltou-se, muito autoridade, para o dono do bar e, com voz pastosa (também de bebum) sentenciou: "Você está na minha lista negra!".
Imagem:
English Study Institute
http://esinstitute.blogspot.com.br/2010/11/to-get-wasted.html
Um comentário:
onheço essa estória!!!Muito boa!Esse negócio de lita negra...que mêda!!!
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