Em
entrevista à revista Veja – edição 2336, de 28 de agosto de 2013 – Lobão falou
sobre política. Transcreve-se parte.
Veja: “O senhor já fez campanha para Lula e depois
rompeu com o PT. Hoje, vota em quem?”
Resposta:
“Em ninguém. Aliás, aproveito o ensejo para propor uma campanha para o voto
deixar de ser obrigatório. Em uma democracia não se pode obrigar. Não quero
sair da minha casa para anular meu voto.”

Não comungo
com o pensamento do Lobão – e de muita gente – de que o voto não deveria ser
obrigatório. Ainda não temos maturidade para comparecer à urna, mesmo
desobrigados. Muitos aproveitariam para transformar o dia da eleição em dia de
lazer. Estou desobrigado de votar, por excesso de idade. Mas de bom grado
voltaria às urnas, se tivesse a expectativa de um percentual significativo de
votos em branco, de cabo a rabo, para adicionar o meu.
Ora direis:
mas alguém será eleito! Claro! Precisamos de que alguém seja eleito. Mas
teríamos impacto não só na credibilidade local como na internacional. E ficariam
explícitas a dificuldade de escolha e as incertezas que dela resultam: se votar
em um candidato qualquer, poderei estar votando em um corrupto; se votar em
branco, terei a certeza de que não votei em corrupto.
Ainda
direis: mas, havendo eleitos, farão o que quiserem.
Devolvo: já estão fazendo! Pois não é que “eles”
mantêm uma regra de percentual para cassação?; “eles” votam no escuro, para que
a gente não saiba quem é quem; “eles” mantêm o título de deputado federal para
um homem condenado pelo Supremo Tribunal Federal, por crimes de peculato e
formação de quadrilha, e que se encontra preso; todos “eles” mantêm o sistema
de auto proteção. É pouco? Quer mais?