Não é de bom tom esportivo transferir ao árbitro fatores de um mau resultado em campo. E nem sempre isto tem fundamento além de uma postura eminentemente passional. Mas não se pode deixar de registrar que, não raras vezes, a atuação de um árbitro chega a prejudicar muito um dos times e até influir tanto nos ânimos dos jogadores, que o jogo acaba descambando para a violência. Digo isto por experiência pessoal. Há muitos anos, em uma disputa de torneio, jogando na casa do adversário, nossos times de vôlei e de basquete foram vergonhosamente roubados pelos árbitros "da casa". Absolutamente sem necessidade, porque nossos times, nas modalidades, eram fraquíssimos. De mau ficou a desonestidade do anfitrião, porque tudo fora planejado. No dia seguinte, futebol de salão (não era futsal ainda). O juiz (devidamente conversado, como na véspera), marcou corner a nosso favor, com a bola no fundo do gol. Perdi totalmente o controle, pelo que o mínimo que me poderia ter acontecido teria sido uma expulsão. Mas o juiz não tinha moral. Xingara-o de tudo o que se costuma gritar em arquibancadas. A salvação da lavoura veio no equilíbrio de um adversário amigo que, ao pé do ouvido do juiz, perto de mim, disse-lhe: "não mate a gente de vergonha! a bola está dentro do gol! dê o gol! Vencemos por 3 x 1. No jogo de volta, vencemos por 9 x 3. Com árbitro de Belo Horizonte, solicitado por nós à Coordenação do torneio. Ficou-me enorme decepção, principalmente por ter reagido de modo agressivo, violento e desrespeitoso. Não sei se a extrema desonestidade do adversário pode justificar. Mas ficou a lição: a desonestidade pode levar até pessoas pacatas à violência; e a participação - voluntária ou não - do árbitro também.
Lembrei-me disto vendo alguns lances do jogo Atlético x Botafogo, ontem. O juiz não viu pênalti em Luan, quando o zagueiro do Botafogo arremeteu na jogada, levantou a perna quase à altura da cabeça do atacante, não acertou a bola e, sem freio, acabou derrubando o adversário, que poderia ter seguido na jogada. No entanto, o mesmo árbitro viu um "carrinho" de defensor do Galo, que, na queda, derrubou o adversário, impedindo-o de prosseguir na jogada. Dois pesos, duas medidas. Preferiu não marcar o pênalti.
Não tirou só uma vitória do Galo. Impediu-o de avançar mais na tabela de classificação.
Ah! Não coibiu uma "cera" escandalosa do Botafogo, jogadores ficando parados pouco à frente da bola, para dificultar a cobrança. Houve um lance em que, ante a cara de pau do botafoguense, achei que Rever poderia ter cobrado uma falta com um "bicudo" na direção do rosto do perturbador. O juiz certamente iria punir Rever. Quem teria merecido punição era o juiz.
Foto: globoesporte.globo.com
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