Começo pelas
notícias habituais: a mídia, em suas mais diversas manifestações, mostra-nos,
todas as manhãs, acidentes, desde os pouco graves aos gravíssimos,
assassinatos, assaltos, um trânsito absolutamente intransitável... Em contra
partida, vejo, pela TV, em Belo Horizonte, campanha da Prefeitura Municipal (para
mim, campanha disfarçada do prefeito, com dinheiro público), falando sobre
avanços na educação. A peça publicitária mostra vários espaços da capital
mineira, não sendo dado observar qualquer congestionamento no trânsito, em
qualquer deles. Diferente do que tenho visto, em minhas andanças por lá. Nada
de que se orgulhar. Mostra-nos, também, usurpação de dinheiro público, má
gestão do mesmo dinheiro... Não é preciso comentar. Nem me venham dizer que o
STF mudou o Brasil. Quando os condenados da Ação Penal 470 – o mal afamado “mensalão”
– estavam sendo conduzidos ao presídio da “Papuda”, imagens de TV mostraram-me
um deles acenando com as mãos e sorrindo.
Relatar
envolvimento de gestores da coisa pública com crimes é chover no molhado. De
passagem, diga-se que o que mais fazem é os de um partido ficarem futucando as
vidas de membros do adversário, buscando fatos negativos, para “bater” neles,
nas campanhas eleitorais. Durante o julgamento da tal Ação Penal 470 – que ainda
não tem data para terminar definitivamente – adversários (título mais do que suave)
políticos dos partidos com filiados envolvidos exultavam; o aparecimento das
fraudes no metrô de São Paulo, envolvendo exatamente o principal partido de
oposição, foi a vez de exultarem os primeiros; logo em seguida, como numa
melhor de três, vem à tona crimes atribuídos a auditores municipais de São
Paulo, pegando o governo anterior, mas sempre deixando um pedaço para a atual
administração – ambas com pessoas em campos opostos. Pois não é que, em vez de
ficarem tristes, todos eles, pelo péssimo ambiente político, exultam, como se
os pecados de uns fossem a remissão dos pecados dos outros. Se o leitor tiver
tempo e interesse, busque “POLÍTICOS CONTRA O RESTO”, em
(http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2013/04/politicos-contra-o-resto.html).
Agora, temos
deputados prisioneiros – ou prisioneiros deputados, o que dá no mesmo. Que eu
saiba, do alto de meus setenta e quatro anos, nunca antes na história deste
país... E vem a Câmara dos Deputados decidir, quanto a um deputado federal,
condenado em outro processo, que deve ser mantido o mandato do mesmo. E está
mantido! Agora, a mesma Câmara, quanto a deputados federais envolvidos na Ação
Penal 470, entende que a cassação de mandato cabe exclusivamente a ela, de nada
adiantando, como impositivo, uma decisão do STF, no sentido de cassar o mandatos
de deputado.
Ora direis:
mas há deputados honestos! Penso que, se a maioria dos deputados federais é
composta de homens honestos, então algo impede essa maioria de não admitir,
como “excelentíssimo colega” um parlamentar condenado por crimes envolvendo o
exercício de cargos públicos. Concluo: ou a maioria dessa maioria é nada
honesta ou não dispõe de condições parlamentares (ou de outra natureza qualquer)
para exercitar sua honestidade. O que, para mim, dá no mesmo.
Considerando
que cada um desses excelentíssimos é representante de segmentos da massa de
eleitores, penso que ou esses segmentos da mesma massa toleram que presidiários
ocupem cadeiras na Câmara dos Deputados – com os respectivos vencimentos e
adereços – ou não têm capacidade, em cidadania, para fazer com que não haja
presidiários deputados. Na primeira hipótese, esses segmentos da massa de
eleitores estariam compostos por uma maioria de desonestos; na segunda hipótese,
essa massa é impotente. Tem a força do voto para colocar pessoas nos cargos,
mas não dispõe da mesma força para excluí-los.
Finalmente,
penso que se essa maioria de “deputados honestos” representa, de direito e de
fato, essa maioria de “eleitores honestos”, então essa maioria de “deputados
honestos” está laborando em abuso de mandato, porque não faz o que se presume
que essa maioria de “eleitores honestos” quer que seja feito.
Terá sido
por coisas desse tipo que Sérgio Porto – o Stanislaw Ponte Preta – só se
referia a detentores de cargo de deputado federal pela sigla de “DEPUFEDE”.
Triste
Brasil! Para quem tem tempo e paciência, indico "MEU PAÍS", no cadikim, emhttp://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/08/experiencia-poetica-do-autor.html
Muito triste!
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