Para nós, é muito. Demais!
Mas para o corrupto, é muito pouco. Ele tem razões para pensar a assim. Vejamos:
Há informações de que foram arrecadados cerca de 226 milhões de reais para a obra.
Pois não é que um milhão e meio corresponde a míseros 0,63% de 226 milhões. Menos de 1%!
Então, por que toda essa barulheira, gente? Menos de 1%!
É por causa disto, mesmo: o corrupto acha, sempre, que furtou pouco.
No somatório da corrupção, um despropósito!
Podem pensar que isto não afeta a vida do cidadão. Mas por causa dessas "coisinhas", ele tem menos pão, menos saúde, menos escola, até menos cerveja, lazer, balada... Coisas a que ele tem direito.
Não me iludo. Há mais de sessenta anos venho ouvindo falar em desvio de dinheiro público. Antigamente, era "meter a mão no cofre". Nessa época, estava muito em voga a frase "Aproveita enquanto o Brás é tesoureiro". Millôr Fernandes escreveu a respeito:
Você é do tempo em que se dizia "Aproveita, enquanto o Brás é tesoureiro"? Pois é. Sem perceber, o Brás tomou conta do petróleo (Petro-Brás), da eletricidade (Eletro-Brás) e da CPRM (Núcleo-Brás). Até aí, tudo bem. O erro do PT foi entregar o talão de cheques ao Delúbio Soares.
(http://veja.abril.com.br/281205/millor.html)
Ah! Essa Veja! Argh!...
(http://veja.abril.com.br/281205/millor.html)
Ah! Essa Veja! Argh!...
A transcrição do texto de Millôr não tem o poder de atribuir toda a corrupção no Brasil a um partido determinado. Neste blog, já falamos até em CEXIM (antiga Carteira de Exportação e Importação do Banco do Brasil, em "SÓ COISA DE BACANO. E NÓS CONTINUAMOS PAGANDO". É coisa da antiga. Muito antiga.
(http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/03/so-coisa-de-bacano-e-nos-vamos.html).
Findo o reinado do Brás, não há mais como meter a mão no cofre. Com licitações - que deveriam tratar apenas de coisas lícitas - e a contabilidade fiscal moderna, o agente público não trabalha mais com dinheiro. Usa cheques, ordens de pagamento, cartões corporativos... Com estes, é possível comprar coisas alheias ao serviço público.
Mas com os outros, é preciso encontrar meandros por onde o dinheiro escuso possa passar, sem ir à contabilidade. A expressão "ativos não contabilizados" - que ouvi do Sr. Delúbio Soares, vendo-o pela tv - encaixa-se perfeitamente. A Ação Penal 470 dá uma amostragem significativa. Há mais caminhos e sempre será possível traçar outros, até que as tramoias venham a ser descobertas.
O risco está ali naqueles pequenininhos.
Então, o desvio de verbas na obra da Arena da Baixada é acreditável. Como tudo o que ouço ou leio por aí. Pensa-se, mesmo, que tenha ocorrido em outras obras. O futuro irá dizer, quando alguns amigos políticos perderem eleições ou cargo, ou quando algum agente público de destaque resolver divorciar-se da esposa e, se tiver agido desonestamente na gestão, não dividir corretamente o botim com a "ex". Tem acontecido.
Fica a lembrança: é indispensável vigiar cada percentual gasto, por mínimo que seja. é ali que pode esconder-se a corrupção. Carinha de inocente, diz que foi gasto pouco com aquele item. Imagem: Banco Central do Brasil. http://www.bcb.gov.br/pre/surel/reladmbc/2012/o-banco-central-do-brasil-e-a-sociedade/cidadania-e-sistema-financeiro/dinheiro-em-circulacao.html |
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