28 de jun. de 2015

NÃO FOI PIRIRI. MAS...

Antes das Olimpíadas de Londres de 2012, o cadikim lançou uma apreensão:



Preocupação que nasceu da chamada de capa da revista "Veja", edição especial levada ao público em julho daquele ano. Estava lá, ao lado da foto do craque, que ostentava, em grande estilo, o barrete da guarda da Rainha da Inglaterra:


"Neymar é a esperança da medalha de ouro que nunca veio".

Verdade seja dita: a preocupação não era a saúde do jogador. Sempre se soube que ia muito bem, graças a Deus. Nem era a possibilidade de ele faltar à seleção brasileira, por qualquer risco a que o esporte está sujeito. A preocupação era a forma como o endeusamento de Neymar já podia influir no desenvolvimento completo (técnico, físico, psicológico,...) dos demais jogadores do time em que ele jogava e dos da seleção brasileira. Selecionei uma parte do texto:


"Isto será bom para os demais jogadores? E o técnico? Não conta? A comissão técnica? Os cartolas? Todos dispensáveis? Só o Neymar resolve? Ou só resolve o Neymar?"

Aconteceu o "piriri", não na forma em que se o conhece, e sim encarnado em uma suspensão que não cabe discutir aqui, mas que determinou a ausência obrigatória de Neymar em jogos da Copa América, depois do jogo contra a Colômbia, no qual fomos derrotados - o marco inicial da desclassificação.
Desclassificação por causa da ausência de Neymar? Penso que não! O time foi medíocre, mesmo com ele. E mesmo contando com jogadores bem sucedidos nos últimos três anos: para falar só em novatos, temos que Éverton Ribeiro fez uma grande campanha no time do Cruzeiro (bicampeonato seguido e melhor jogador do torneio, em sua posição); Douglas Costa está sendo vendido ao Bayern de Munique, por R$120.000.000,00 (ninguém dá tanto dinheiro por um jogador medíocre). Sem falar em Tardelli, campeão da Libertadores pelo Atlético Mineiro; e nos outros que jogaram, todos eles jogando fora do Brasil (exceção a Jefferson. Por infeliz coincidência, os dois brasileiros, que puseram pênaltes fora, estavam no banco (lembrar de críticas dirigidas a ordem para uma cobrança perdida por Zico, pela seleção, quando acabava de entrar e estava frio na partida).
O que vi, durante a Copa América, foi quase todas as jogadas tendo de passar pelo Neymar, e só ele tomado iniciativa de tentar lances individuais. Os companheiros ficaram no rame-rame, sem nem uma tentativa, por menor que fosse.
O que terá acontecido com esses craques, cobiçados por clubes estrangeiros?

mentirinhas_714



Aí, penso que a "Neymardependência" não enfraqueceu a seleção brasileira como consequência direta. Pela forma indireta, enfraqueceu jogadores, que podem estar sentindo-se diminuídos pela distância com que são tratados na mídia. Podem estar sentindo-se o tal "cocô do cavalo do bandido".

Imagem: Mentirinhas #725
http://mentirinhas.com.br/mentirinhas-725/

26 de jun. de 2015

OPERAÇÃO PARA FORMATURA DOS SERTANEJOS UNIVERSITÁRIOS

CAquele meu amigo que tem medo da morte e nem pensa em bulir com a mulher, quando acorda de madrugada (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2015/06/sou-um-homem-morto.html), é médico. Uma peça!
Há alguns dias, disse que vai arranjar um jeito de dar cola para os sertanejos universitários, para ver se eles se formam e desocupam o beco.


Foto: Permita-se Viver.
http://www.permitaseviver.com.br/prepare-sua-bota-e-chapeu-para-a-festa-do-peao-de-arandu/

25 de jun. de 2015

PARA MANCEBOS CASADOIROS DESESPERADOS

Foi por acaso que descobri. Minhas andanças. E não vou ficar só para mim, não, uai! Tanto jovem casadoiro por aí, sem encontrar a outra metade da maçã...
Não é que encontrei quem arruma noivas? Pois é, meu rapaz. Se você está naquela de não conseguir realizar seu desejo de casar-se, posso indicar que, em algum lugar de Patos de Minas, há quem possa arrumar-lhe uma noiva. Vai ter de andar como andei, para achar. Mas dou a dica. Já é alguma coisa, né?

SOU UM HOMEM MORTO!!!...

Meu amigo contava, em uma rodinha, que durante a madrugada, acordou, sem quê nem pra quê. Deu uma voltinha pela casa, tomou um leitinho morno e voltou a deitar, tentando reconciliar com o sono. Não conseguia. Virava-se na cama, rolava, voltava a virar-se e nada. Bateu insônia. Aí, num desses vários movimentos, olhou para a mulher, que placidamente dormia a seu lado, um pouco descoberta, as pernas aparecendo entre lençóis...
- É isto, pensou imediatamente! Lembrei-me de aonde ela guarda os remédios para dormir.
Levantou-se, foi ao armarinho, retirou os medicamentos, escolheu e tomou logo dois comprimidos. Disse que foi tiro e queda: logo, logo, estava nos braços de Morfeu.
AAAhhh! - queixaram-se os da rodinha. Pô, cara! A gente pensando que você iria contar-nos uma linda estória de amor, uma noite inesquecível, e você vem com braços de Morfeu?
- Uai! O que é que tem! Eu queria dormir. O que é que vocês pensaram?
- A gente pensou que, vendo a mulher naquela condição que você descreveu, se chegasse mais pertinho e, em seguida, se encostasse de leve, muito pidão, chamando carinhosamente seu nome, sussurrado ao ouvido...
- O queeee?! retrucou meu amigo. Se eu faço isso sou um homem morto!


Foto: Cinema e Debate.
http://cinemaedebate.com/2011/06/26/a-igualdade-e-branca-1994/

24 de jun. de 2015

NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES - TEM BOBO PRA TUDO




"Não tem bronca porque nesse mundo tem bobo pra tudo."






J. Correa Da Silva / Manoel Brigadeiro, em "Tem bobo pra tudo". 





Para ouvir com Manoel Brigadeiro:
https://www.youtube.com/watch?v=wS9-rKDKd_s


Para ouvir com Alcides Gerardi:
https://www.youtube.com/watch?v=SGtUihTMypU


Para ouvir com Carmen Costa:
http://www.kboing.com.br/carmen-costa/1-6016661/

Foto: Correio Braziliense.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2015/03/25/interna_cidadesdf,476925/morre-manoel-brigadeiro-o-embaixador-do-samba-de-brasilia.shtml

O JULGAMENTO DOS FILHOS

Pais e mães podem pensar que estão isentos. Nem vacinados, ora...
Vejam o bilhete que a minha filha caçula deixou-me, como brinde. Pela letra, vê-se que era criança. Agora, discute tête à tête e discorda demais! Valem as discussões e a convivência é ótima. Mas deve achar-me enjoado, ainda. Tomara que, alternativamente, me ache legal também.

AS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES - ISTO É LÁ COM SANTO ANTÔNIO



"São João só dá cartão com direito a batizado."







Lamartine Babo, em "Isto é lá com Santo Antônio".





Carmen Miranda


Para ouvir com Carmen Miranda:
http://letras.mus.br/carmen-miranda/1713221/




Foto Lamartine Babo: radio batuta.
http://www.radiobatuta.com.br/Episodes/view/357

Foto Carmen Miranda: letras.mus.br
http://letras.mus.br/carmen-miranda/1713221/

23 de jun. de 2015

21 de jun. de 2015

PARA VARIAR, A CULPA É DO ÁRBITRO!

11 de setembro - ARBITRO - APITOLugar comum no futebol, principalmente nas derrotas, o árbitro é o culpado. Encontrar a culpa em si mesmo é sempre muito difícil.
Com o fantasma da desclassificação rondando os sonhos de muita gente, é preciso achar um culpado, preventivamente. O próprio Neymar cuidou de lançar culpa de seu desequilíbrio sobre o juiz, alegando que

"A culpa sempre é minha. O cara (da Colômbia) limpou a espuma e não tomou amarelo. Eu tomo. A bola tocou na minha mão sem que eu tivesse intenção. Ganhei cartão amarelo - desabafou."

Daniel Alves fez coro:

"Não sei por que o Neymar está nervoso, acho que a culpa é dos árbitros. Eles têm de parar de pensar que são protagonistas. Aqui é Copa América, são todos contra o Brasil."
(mesmo link)

Penso que, de fato, Neymar não merecia qualquer dos cartões amarelos. Mas se isso foi a fonte de seu descontrole, penso que acaba ficando longe - muito longe - do posto de capitão da equipe. Já falei sobre isto (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2015/06/para-mim-nada-foi-pior-do-que-birra-do.html). Para mim, o fato mais relevante - pior do que a derrota - foi a repetida manifestação de descontrole de Neymar, desde aquele tapa na bola, passando pelo empurrão que deu em um adversário que dificultava a cobrança de uma falta, tomando a função de juiz, que é quem deve afastar e até punir quem faz isso, nunca do jogador. Culminando com o inútil mas prejudicial chute para trás e a "cabeçadinha" em adversário. Também já abordei essa mania que os jogadores têm demonstrado, de querer assumir função de árbitro, e que é negativa (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2015/04/arbitragem-sempre-merece-critica-mas.html). Neymar já havia mostrado intemperança, no jogo contra o Peru, pelo modo com que fez afastarem-se seus companheiros de local de cobrança de falta (acabou tomando amarelo, o primeiro, não me lembrando por que).
Não vejo razão em Neymar, no dizer que a culpa de seu destempero é o árbitro (já me aconteceu de me destemperar por causa de árbitro, em casa do adversário, mas não era capitão do time e o juiz estava dando corner com uma bola no fundo do gol, oportunidade em que o capitão do time adversário pediu ao juiz que desse o gol e que não os matasse de vergonha).
Quanto a Daniel Alves, também não concordo. Se sabemos que "são todos contra nós", temos de estar preparados para evitar situações que permitam a "aplicação".
Lembro-me de um livro "Copa de 1962", se não me engano de Mário Filho (nome do Maracanã). Amarildo teria de substituir o Pelé. Amarildo era genioso; valente, não saía de campo com desaforo. Paulo Amaral - o preparador físico - chamou-o e disse mais ou menos o seguinte: Você vai substituir o Pelé; todos irão provocar você; vão te empurrar, te chutar, até cuspir na sua cara. Amarildo interrompeu bruscamente - seu gênio - e rebateu: isso não, eu faço e aconteço... Paulo Amaral voltou: Não. Você não vai fazer nem acontecer. Você vai é jogar bola. Você está na seleção brasileira.
O resto da história nós mais velhos conhecemos. Os mais novos, só por reportagens e vídeos.
Repito Paulo Amaral e gostaria que Dunga, ou outro membro da Comissão Técnica dissesse a Neymar:
Você está na seleção brasileira!


Imagem: MULTIDATAS COMEMORATIVAS.


20 de jun. de 2015

"PAGANO", ATÉ EU!

Certos nomes confundem, dando margem a interpretações as mais bizarras. Por exemplo: se algum dia tivesse sido Presidente da República, ou se vier a ser (hipótese tão nada provável como a de ter sido um dia qualquer), não escalaria como ministro, o Sr. César Cals, que foi Ministro de Minas e Energia, entre 1979 e 1985. Mero preconceito, porque, mesmo escrevendo-se "Cals", cuja pronúncia tende naturalmente para "caus" (sigla de Congresso Adventista de Universidades Seculares; de Counsil of Alberta University Students; e nomes próprios de algumas pessoas - foi o que encontrei) e, naturalmente, para "caos" (confusão, desordem), poderia dar origem a gozações as mais diversas, ou mesmo pressão opositora, conforme as circunstâncias. Nesse último parâmetro (caos), vi morar o perigo. Mas a gestão do sr. Ministro César Cals passou sem sobressaltos de apagões, cortes de energia, sobretaxas, sendo certo que meus preconceitos teriam sido totalmente infundados.
Por que esse papo furado todo?
Porque, em Ribeirão Preto, encontrei algumas placas anunciando imóveis, com a chamada "PAGANO IMOBILIÁRIA VENDE".
Ora bolas! "Pagano", até eu vendo, uai!

19 de jun. de 2015

NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES - EU E O RIO




"Eu sou um mar que espera alguém que não corre pra mim."









Luiz Antônio, em "Eu e Rio".










 / Foto: Reprodução/internet

Para ouvir com Miltinho:
http://www.vagalume.com.br/miltinho/eu-e-o-rio.html










Foto Luiz Antônio: DR. ZEM.
http://www.drzem.com.br/2012/01/luis-antonio-compositor-de-alta-patente.html



Foto Miltinho: OUL.
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/musica/noticia/2014/09/08/morre-no-rio-cantor-miltinho-interprete-de-grandes-sucessos-dos-anos-60-144579.php

PARA A VIÚVA DO SOLDADO DESCONHECIDO

Monumento do soldado desconhecido
Monumento sérvio do soldado desconhecido
Amigo meu, de Passos, o qual não está mais conosco, para confirmar, resolveu testar o senso de solidariedade das pessoas. Profissional sério, muito estimado na sociedade, muito gozador, também.
Postou-se na rua e, assim que passou um conhecido abordou-o:
- Será que você pode dar uma contribuição para a viúva do soldado desconhecido?
O outro não se fez de rogado. Meteu a mão no bolso, tirou dinheiro e, enquanto separava as notas, meu amigo observou:
- Mas se o soldado é desconhecido, como é que você acredita que eu esteja angariando contribuições para a viúva dele?


Foto: dreamstime.
http://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-royalty-free-monumento-do-soldado-desconhecido-image24368818

18 de jun. de 2015

PARA MIM, NADA FOI PIOR DO QUE A "BIRRA" DO NEYMAR, DANDO UM TAPA NA BOLA, PARA TRÁS

Logotipo da Copa América de 2015Jogar bem ou não é do jogo. Até um craque pode vacilar. Contra o Peru, Neymar já não havia estado bem - ficou abaixo de sua capacidade. Salvou-o o passe primoroso que deu para o segundo gol. Também não ganha jogo sozinho. Há um time inteiro em campo. Penso que Neymar não jogou bem contra a Colômbia. Não foi menos do que é de se esperar, não. Jogou mal, mesmo. Errou vários passes, foi desarmado, repetidas vezes, por seu marcador. Numa delas, perdeu o controle da bola e acabou entregando de bandeja para o adversário. No mais, esteve irritadiço, culminando com a cabeçada que gerou expulsão.
Para mim, nenhuma indisciplina, no final, foi pior do que a "birra" que deu, quando o juiz marcou uma falta sua: abaixou-se, parecendo irritado, e deu um tapa na bola, para trás, cara de poucos amigos. Já merecia o cartão amarelo, que não veio... Apareceu ninguém para dar-lhe um conselho, ao pé do ouvido. Acontece que isto costuma ser tarefa de capitão do time, que era ele próprio. Será que algum jogador ter-se-ia achado no direito (ou conveniência, pelo menos) de chamá-lo à serenidade?
Surgiu, logo, a teoria dos tais "fatores extra campo". Broncas de Neymar com fisco, por assuntos de transferência. Pode ser que esteja por fora, mas, pelas notícias que colho na TV, essa bronca não é novinha, não é do jogo do Peru - no qual foi elogiado - para cá. Parece que nem interferiu na final da Copa da UEFA.
Para mim, a irritação foi o lance capital de Neymar, no jogo contra a Colômbia. Momento em que mostrou-se descontrolado e, com atitudes que já foram objeto de comentários no cadikim 

(http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2013/02/o-que-estara-acontecendo-com-neymar.html;
http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2013/03/neymar-o-que-ira-acontecer.html).

Não havendo outro capitão em campo, e visto que nenhum outro jogador atreveu-se a chamar Neymar ao juízo, penso que Dunga teria feito muito bem em substituí-lo. Amarelado, poderia levar outro e terminar expulso. Expulsão que até seria menos grave do que aquela que aconteceu. No primeiro caso, teria sido pela sequência de dois amarelos, no mesmo jogo - mera indisciplina; no caso que ocorreu, foi por ato de violência.
Penso, também, que Neymar não mostrou a maturidade que deve caracterizar um capitão de time, quando reagiu a uma provocação - não tão explícita - de um colombiano, que encostou a cabeça na dele, por trás. Neymar aplicou-lhe uma "cabeçadinha". Esse adversário poderá até ter falado algo. No entanto, a atitude correta de Neymar teria sido afastar-se do adversário. Teria sido controlado e prudente, não covarde.
Enfim, acho que Neymar - apesar da Europa e do Barcelona - ainda não adquiriu maturidade suficiente para o posto de capitão do time.


Imagem: trivela.
http://trivela.uol.com.br/aqui-estao-os-grupos-da-copa-america-2015-e-o-brasil-reencontra-colombia/



12 de jun. de 2015

A NOITE ENTRANDO TRANQUILA PELA MINHA JANELA. LÁ FORA, MOSTRA-SE TENEBROSA.

Tranquila, com a minha estrela namoradeira esperando que eu chegasse. Tem o brilho um pouco obnubilado por atmosfera um pouquinho densa. No horizonte, a chegada da noite mostra-se tenebrosa, sombras em ambos os lados. Os últimos reflexos do sol dão aspecto de nostalgia, mas não de tristeza, muito menos de horror. O belo manifesta-se por variadas formas.





AFINAL, ELE SÓ QUERIA BRINCAR

Estava de lereia no Parque do Mocambo, ontem à tarde. Vi um cachorro bonito, elegante, com um pedaço de pau na boca, ora largando-o, ora retomando-o. Às vezes, quando largava, levantava a cabeça e olhava para o lado aonde se encontram aparelhos de musculação. Voltava a abocanhar e largar.
Corria e parava. Corria mais longe, às vezes, sempre parando para olhar o infinito. Foi aí que se aproximou o rapaz que fazia barra. O cachorro colocou sua atenção nele. O rapaz acabou chegando perto, pegando o pedaço de pau e lançando-
o longe. Foi a conta de o cachorro sair em
disparada, pegar o pedaço de pau com a boca e trazê-lo de volta. O rapaz acariciou-o rapidamente e voltou para seus trabalhos de musculação.
Foi uma pena!
O cachorro só queria brincar. Acabou brincando sozinho!

11 de jun. de 2015

UMA NAMORADA AUDACIOSA E INSISTENTE

Está lá, desde a noitinha, quando chego à janela. Olha-me descaradamente, colocando nesse olhar todo o esplendor de seu ser. Nem a sua insistência - persistência mesmo - surpreende-me mais. Até me causa imenso prazer, quase vaidade.
O namoro vai até por volta das nove e meia da noite, quando se recolhe, muitas vezes sem que nos possamos despedir. Se chego sempre à janela, para ver se ainda lá está me olhando? Claro que chego. A toda hora, encontro um pretexto para chegar-me a meu posto de observação e vê-la, com seu brilho, na maior parte das vezes escandaloso. Ou não vê-la mais, se já se recolheu.
Quando é lua cheia, parece mais lânguida, um pouco menos insinuante. Na lua nova, sabendo-se envolta em escuridão, penso que se exibe mais, deixando à mostra todo o seu
extraordinário brilho.
Ah! Aquela estrela...

10 de jun. de 2015

PEC DA IMPUTABILIDADE PENAL ACIMA DOS DEZESSEIS ANOS

maioridade-penal
Foto 1: Tem gente que acredita. Sem argumento.
Sou radicalmente contra, porque acho que não está em quaisquer mesas, de quaisquer repartições públicas, do Congresso Federal inclusive  a solução das deficiências na segurança do cidadão.
Não vejo solução de curto nem de médio prazo. Talvez seja pessimista. Mas aquela pacificação de comunidades, a ocupação do Morro do Alemão, feita com grande estardalhaço, nada tem livrado da intervenção de bandidos o dia a dia dos cidadãos. A "expulsão" dos bandidos do Alemão parecia ter resolvido. Era tempo de copa do mundo no Brasil. Pode ser que volte a resolver para a olimpíada. Mas será efêmera, provavelmente, gerando um rodízio, enquanto as medidas eficazes não forem tomadas.
Há dias, ouvi de um deputado, em sessão da Câmara, que a solução da segurança pública é simples: educação, família e um outro fator, de que não me lembro. Eureka! Mas qualquer dos dois fatores que citei - um só de cada vez - demanda muitos anos para mudanças sociais favoráveis. Os dois fatores juntos demandam mais tempo, não necessariamente o dobro de um deles.
Hoje, ouvi de uma deputada, ainda via TV Câmara, que a redução da maioridade penal irá determinar mudanças, todas muito positivas. Emendou com observação referente a escolas e outros pré-requisitos.
Protesto sobre a PEC 171/93 que trata da mudança na maioridade penal
Foto 2: Gente que não acredita. Com argumento.
"Cá consigo", penso que prometer mudanças importantes através de uma nova lei, sem considerar a existência de anos entre a lei e a solução, é enganar a sociedade. É oportunismo, porque a sociedade está pressionada, há muito tempo, todo mundo pedindo justiça, há muito tempo, sempre sem solução. Aí, prevalece a máxima de Fernando Sasso: "Navio que está afundando atraca em qualquer porto". Penso que isso é muito grave.
Em jargão da maladragem, ou mesmo da criminalidade, ou até da polícia, enganar ou tentar enganar outrem é tratado como "171" (embora o artigo do Código Penal não diga isto, exatamente).
Ah! A PEC tem o número 171/1993, da Câmara dos Deputados.


Foto 1: MÍDIA INVERSA.
http://midiainversa.org/ccj-da-camara-aprova-pec-de-reducao-da-maioridade-penal/

Foto 2: EXAME.COM
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/votacao-na-ccj-da-pec-da-maioridade-penal-e-adiada

NÃO TINHA VISTO A CHAMADA ANTES DO JOGO CONTRA A ALEMANHA

Não sei por que não tinha visto, já que minha mulher assina a Veja (sou carona) e a chamada foi na capa dessa revista. Encontrei-a, há poucos dias, em um salão de barbeiro. Ali estava em "manchete":




"É DAVID CONTRA A ALEMANHA". Em letras menores: "O herói da classificação é focado, explosivo e incansável, virtudes de que a seleção precisa para vencer os alemães e o jogo final mesmo sem Neymar."

Em letras vermelhas destacadas:


"AGORA É NA RAÇA!"

Para mim, a mensagem valia como "não tem Neymar, não tem técnica; só raça".
Lembrei-me de antecedente, da Olimpíada em Londres, 2012. O cadikim lançou uma dúvida séria: "E se Neymar tiver um piriri?" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/07/e-se-neymar-tiver-um-piriri.html). A mesma revista estampava, em sua capa, uma foto de Neymar, coberto com o barrete da guarda da Rainha. A chamada era:


"FUTEBOL Neymar, a esperança da medalha de ouro que nunca veio."

(ou o cadikim equivocou-se ao transcrever, na publicação citada (sem perder o sentido), ou transcreveu de texto interno; não há como verificar).
A seleção brasileira ainda ficou parada na prata. Neymar não passou de esperança, injustificada esperança em um homem só.
Às vésperas da semifinal da Copa de 2014, no Brasil, a revista Veja voltou a destacar um atleta dos demais, escalando-o para ser esperança, já que Neymar, atropelado pelo colombiano Zúñiga, estava impossibilitado de jogar. Pior: lançou, em matéria de capa, "David contra a Alemanha". Como se a seleção brasileira não precisasse de mais do que um craque para acabar com os alemães.
Não queria dizer: "deu no que deu". Mas sou forçado a dizer, principalmente que o "solitário craque" não conseguiu evitar qualquer dos sete gols. Muito triste!
A seleção prepara-se para a Copa América. Neymar chegou pouco atrasado mas chegou. E é o destaque.
Algo contra Neymar ou contra David Luiz? Absolutamente. Absolutamente contrário aos destaques individuais, já que há uma comissão técnica, um elenco que deve estar entre o que temos de melhor. Lembro-me de que a seleção brasileira, na Copa de 1962, ficou sem Pelé - já famoso e campeão da Copa anterior. Mas tinha Amarildo. E, de quebra, Gilmar, Djalma Santos, Mauro, Zózimo, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá e Zagalo. É pouco, ou quer mais? Pois vamos lá: Castilho, Jair Marinho, Bellini, Jurandir, Altair, Zequinha, Mengálvio, Jair da Costa, Coutinho e Pepe.
Li, após aquela Copa, que Paulo Amaral deu orientações encorajadoras a Amarildo e chamou-o à atenção para abusos de adversários, para que não reagisse, porque a seleção poderia ficar com um a menos (Amarildo - Possesso, como o qualificou Nelson Rodrigues, era genioso). Amarildo portou-se muito bem, foi muito valente e senhor de si, fez gols, e a seleção brasileira ficou campeã, apesar da ausência de Pelé.
Penso que o raciocínio de Paulo Amaral é o que deve ser seguido: encorajar todos os jogadores, reservas inclusive, atribuindo-lhes condições morais de superar dificuldades ("superação" é a palavra da moda). Penso que escalar um craque como responsável ("David contra a Alemanha") atribui a esse craque uma responsabilidade que não tem como assumir sozinho, e pode baixar o moral dos demais jogadores.
A Copa América está aí. Prefiro sem herói individual.


Foto: Capa da revista "Veja", edição 2.381, de 9 de julho de 2014 (editada apenas para dar legibilidade à chamada em destaque).

7 de jun. de 2015

O CONFLITO ENTRE O RESULTADO E A ÉTICA

Forma De DisputaJogo: Barcelona x Juventus. Situação: final da Liga dos Campeões. Protagonistas: vários, com destaque para Messi, Neymar e Suarez - 120 gols na temporada.
Meu personagem (positivo e negativo), Neymar, participou de momentos decisivos para a vitória. No primeiro gol, em jogada que envolveu Messi, recebeu a bola, acionou Iniesta, em boas condições para passar para Rakitic marcar, logo aos quatro minutos. Eficiente chutando com os dois pés, marcou o terceiro gol, com um chutaço de canhota, que já está ficando marcada pela força e pela precisão. Fatal, da posição em que se encontrava. Mais do que isso tudo, participou com 39 gols dos 122 marcados pelo Barcelona na temporada. E, a final, tornou-se artilheiro da competição, junto com Messi e Cristiano Ronaldo, com dez gols.
Penso que um craque com todo esse currículo não deve manchá-lo com atitudes anti-esportivas. E é aí que vejo o lado negativo em Neymar: de uma cabeçada, com a bola tocando em seu pulso direito, resultou bola na rede. Comemorou imediatamente. Tudo bem. Só que o auxiliar viu o lance e chamou o juiz à atenção: o lance fora irregular. Em jogos de volei, alguns atletas costumam "acusar" quando tocam na bola ou ela toca neles, em um lance em que a vantagem os favoreça. É a ética no esporte, coisa cada vez menos frequente, muito rara no futebol. Neymar poderia ter ficado na sua, aguardando a decisão do árbitro, e eu nem estaria tratando disto. Também poderia objetar que o toque fora involuntário e não desviara a trajetória da bola (penso que foi involuntário mas não estou seguro quanto à outra hipótese). Mas não. Dirigiu-se ao árbitro, indicando (pelo gesto) que a bola tocara-lhe o ombro. Não estava falando a verdade e penso que deveria saber disto, porque o tato lho teria indicado.
Depois de assentada a poeira, imagino que, com aquele gol, Neymar estava tentando garantir a artilharia na competição, já que, no meio do segundo tempo, com o Barcelona jogando muito melhor, o título estava quase garantido.
Penso que, se tivesse sido validado o gol e o resultado ficado 3 x 1, o título de artilheiro de Neymar, junto com os dois atletas citados, não teria o brilho do mesmo título de cada um deles. O gol que lhe teria dado a artilharia era falso. Não servia para pedra de coroa.
Pior: se tivesse sido validado o gol e Neymar tivesse voltado a marcar, no final (como voltou), teria restado artilheiro isolado da Champions League.
Não lhe teria caído bem, mesmo com o excelente currículo na temporada, segundo os princípios éticos que devem reger a vida e, na onda, o esporte. Do mesmo jeito que aquele gol da França, com toque de mão de Therry Henry, hoje tornou-se notícia em investigação de hipotética corrupção para que a Irlanda não recorresse da irregularidade.


Imagem: culturamix.com
http://www.culturamix.com/saude/esporte/futebol/historia-da-uefa-champions-league