A DELAÇÃO PREMIADA DE RENAN CALHEIROS
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Tempestade no Congresso |
O episódio que envolveu Renan Calheiros e Gleisi Hoffmann foi deveras lamentável. Melhor que não tivesse existido? Sei lá, uai! Será que a mais absoluta transparência do que ocorre nas altas esferas de governo não é interesse e direito prioritário do povo (princípio da publicidade dos atos administrativos). Salvo se se quiser argumentar que uma declaração do Presidente do Senado, em reunião formal da Casa, e de extrema gravidade, não é um ato de administração pública (mesmo que espúria)? De qualquer forma, Renan Calheiros escancarou que, "há trinta dias, o Presidente do Senado Federal conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo...". A senadora protestou, dizendo "Não é verdade".
Dizem que "o povo comenta, aumenta, mas não inventa".
A gente nunca saberá se é verdade, ou não. Mas resta a certeza de que o Presidente do Congresso entregou o Supremo Tribunal Federal (com razão ou sem ela). Disse, com todas as letras, que conseguiu, junto ao STF, interferir em uma ação judicial, para desfazer dois indiciamentos que - segundo ele - teriam sido feitos pela Polícia Federal. Delação ou não? Poderá não ser premiada, óbvio. Verdade ou não, resta a suspeita - no mínimo - de que é possível uma autoridade de grande porte intervir no Supremo Tribunal Federal. Logo a Suprema Corte, que tem de ser um órgão insuspeito.
E é isso que é lamentável.
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