21 de dez. de 2022

NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES - PUXA-SACOS


"Vossa Excelência,

Vossa Eminência,

quanta referência

nos cordões eleitorais.

Mas se o doutor cai do galho e vai ao chão

a turma toda evolui de opinião

e o cordão dos puxa-saco

cada vez aumenta mais."


Roberto Martins e Erastótenes Frazão em "O Cordão dos Puxa-Saco".


Para ouvir com os Anjos do Inferno: YouTube.

https://www.youtube.com/watch?v=Tc6l6Q-teek

É O FUTEBOL...

Ainda não havia decidido a manifestar-me sobre a seleção brasileira. Mas assisti, hoje, a um comentário no SporTV: falava-se sobre o jeito argentino de torcer, com foco na recepção dos campeões do mundo em Buenos Aires. Aí, um dos comentaristas disse que o jeito brasileiro de torcer ficou marcado pela decisão da Copa de 50: o torcedor começa a procurar culpados. Acrescentou que estava com uma turma, e as pessoas - cada uma delas - apontavam um elemento de culpa: dancinha, cabelo louro... Como diz a canção, "não dá pra disfarçar; desta vez doeu de mais". "Pronto! Falei! Não se trata de meter o pau em uma participação. É uma permanência: o modo de torcer dos torcedores, treinadores, comentaristas, etc. e até jogadores é: otimismo exagerado antes e caça às bruxas depois.

Mas vamos combinar: adorei ter visto o Viola correndo ao orelhão, na beirada do campo, para ligar para sua mãe e contar-lhe que havia feito gol. O Parreira barrou (foi o que vi o Viola comentando). Comentei que o jogador mostra que é craque até o momento em que a bola entra. Depois, pode fazer o que quiser, desde que não seja ilegal, nem imoral, nem engorde. Achava muito bacana, também, o Alexandro comemorar gols imitando o próprio pai, o Lela; e o William "Bigode" homenagear o pai. Mas nada disso virou polêmica. Era coisa para dentro do campo e não para uso externo (querem culpar as redes sociais?).

Quando Neymar entrou em campo, na Copa de 18, com um enorme topete dourado, minha mulher comentou: "esse cara não está preocupado em jogar futebol; isso aí demora mais de três horas para fazer; ele não está pensando em jogar futebol". Ora direis: mulher não entende de futebol! Entende sim! Mas a minha, além de entender de futebol, entende também - e muito - de vaidades.

Lembro-me de um jogador da seleção de Telê ter comentado que um jogador (não me lembro quem) apresentou-se com o cabelo produzido. Telê mandou que fosse cortar o cabelo e se apresentasse depois. Então foi por isso que o Telê não ganhou copa? Penso que não. Telê teve uma trajetória brilhante, internacional inclusive, com o São Paulo.

Vamos atualizar: alguém viu, dentre os quatro finalistas, alguém com o cabelo pintado e outras matreirices?

Antes da copa, comentei que a seleção brasileira não fizera nem um jogo treino com seleção europeia de respeito. Depois da desclassificação, vi alguém comentando isto na TV. Só depois! O que vi da imprensa, antes, foi só manifestação de otimismo: o Brasil (prefiro falar em Seleção Brasileira) é um dos favoritos (citavam no máximo 4); o Brasil deve cruzar com a França na semifinal (não havia chegado às quartas ainda). E assim por diante.

Penso que há muita coisa para mexer com o futebol brasileiro, antes de criticar uma participação em evento. Penso que há comportamentos prejudiciais de treinadores, de comentaristas, de jogadores, de árbitros, de dirigentes, da imprensa... Um conjunto de fatores que penso que dificulta as mudanças. 

Se querem, de fato, mudar, temos dois anos pela frente, para pensar em um modo de tentar uma participação marcante nas Olimpíadas.

Só que vi comentaristas escalando a seleção de 2026.


Foto: globo.com g1 ge

https://ge.globo.com/olimpiadas/futebol-olimpico/noticia/2016/08/ouro-subiu-cabeca-jogadores-pintam-cabelo-pela-conquista-inedita.html


DANÇA DO SOL

 Estava perdido entre meus arquivos e pastas. Foi o evento que mais me emocionou em Buenos Aires (2007). Acho tradição um fato muito importante.




NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES


"Disse que naquele tempo

a palavra de um mero cidadão

valia mais que hoje em dia

uma nota de milhão."


Nei Lopes e Wilson Moreira em "Coisa da Antiga"



Foto: 

Continentehttps://revistacontinente.com.br/secoes/entrevista/ro-samba-e-a-celula-mater-da-musica-popular-brasileirar

Para ouvir com Clara Nunes: YouTube.

20 de dez. de 2022

GOSTANTO DA VIDA

 Estava na cidade de São Fidélis - RJ, passeando, manhã bem cedo. Encontro um homem e uma mulher dançando no meio da rua, maior alegria, sem música. Pedi para filmar, autorizaram e dançaram um pouquinho. A vida é linda!






17 de dez. de 2022

OS TEMPOS DA FIFA

 Incomoda-me muito ver, até mesmo em Copa do Mundo, enrolação para engordar tempo: jogar a bola para longe do local da cobrança da falta; pedir assistência médica; goleiro ficar indicando os lugares aonde os companheiros deverão ir, sendo certo que a obrigação de cada jogador - pelo menos presumida - é saber para onde tem de ir (goleiros costumam enrolar até aparecer o cartão amarelo e, depois, fingem que estão melhorando a posição da bola no chão...). Mesmo durante a contagem dos acréscimos, acontecem essas embromações. Aí, apitar o fim do jogo fica por conta do árbitro, subjetivamente. Prorroga enquanto achar que deve prorrogar.

Penso que a paz no futebol - uma coisa que todo mundo diz que quer - fica comprometida porque alguns jogadores acabam perdendo a paciência quando o adversário faz cera e não raras veze acontece conflito.

Vejo, em comentários, que o mínimo ideal de bola rolando é 60 minutos. Nunca vi falar dos motivos determinantes. Só vejo que esses 60 minutos ideais - nem sempre alcançados - são muito fragmentados, o que me me causa incômodo porque essa fragmentação só
interessa a quem está ganhando. No frigir dos ovos interessa também a quem está perdendo porque perco hoje, ganho amanhã. O torcedor - que é quem financia direta e indiretamente o espetáculo e os lucros respectivos - é apenas um detalhe.

Acontece, também, que a FIFA detesta mudar. Penso em alguns motivos mas podem ser apenas coisa da minha cabeça.

Durante a Copa de 2022, o tratamento dado aos acréscimos incorporou também o tempo das demoras para cobrar uma falta, para repor uma bola em jogo, enfim, toda aquela enrolação. Não sei como o juiz faz a contagem disso, sendo que ele é quem determina o tempo de acréscimo. A monotonia predomina, em determinados momentos. No mais, acaba deixando os acréscimos ao humor do juiz, sem qualquer controle.
Aí, fico pensando que, como no basquete e no futebol de salão (insisto em chamar assim), o cronômetro poderá ser parado, de modo a excluir os tais acréscimos. O tempo será, rigorosamente, o previsto no regulamento.
Alguém objetará: ah! mas o tempo de
empenho dos jogadores ficará muito longo e, portanto, muito cansativo.
Ah! respondo eu: já fica longo. E bota longo nisso. Mudará nada. Ou poderá mudar porque, sabendo que não adiantará engordar tempo, poderá ser que os jogadores parem com as enrolações.
Mas o torcedor será recompensado: não verá a terrível enrolação em fim de partida e não passará pela tensão de ou pensar que o adversário poderá empatar ou pensar no "será que ainda vai dar?".
Arremato com dois "PS": 1) se alguém quiser dar tratos à bola, poder-se-ia estabelecer um tempo para reposição de bola em jogo (parece que existe mas ninguém observa mais), o qual poderia ser a média entre os tempos que o jogador demora para isso, quando está ganhando, e os tempos que leva quando está perdendo ou precisando segurar empate. 2) Entendo que há uma tremenda disparidade tecnológica entre a aplicação do VAR (tecnologia nova) e a contagem dos acréscimos.

6 de dez. de 2022

ACAUTELAI-V0S COMISSÃO TÉCNICA E JOGADORES DA SELEÇÃO BRASILEIRA (UMA BEIRADINHA PARA A IMPRENSA "OTIMISTA"). EDIÇÃO EM 10/12/2022.

 Vendo a barba do vizinho arder...


...ponde as vossas barbas de molho!



Edição: Considerando a vitória de Marrocos sobre Portugal, hoje, o alerta segue valendo. Será que teremos Marrocos na final? Seria extraordinário! (não é previsão; é pitaco mesmo).

Imagem: BAND.com.br 

https://www.band.uol.com.br/esportes/futebol/copa-do-mundo/placar/ao-vivo/marrocos-x-espanha-201355

4 de dez. de 2022

SELEÇÃO BRASILEIRA: CRITÉRIOS DE DECISÃO

Assisti a alguns comentários sobre a decisão do Tite, de colocar em campo, contra
Camarões, os jogadores reservas. Por definição, reserva é um jogador que está em condições de substituir outro, seja desde o início, seja durante o jogo (vide "Não vi em 1962" - 
https://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2022/11/nao-vi-em-1962.html). Pode ser por contusão, por conveniência técnica alternativa... montão de coisas. Em qualquer caso, o treinador deve ter uma motivação.

No caso da decisão, logo após a classificação, não foi seguida de explicações de motivos, dadas pelo Tite. Pode ser que o treinador tenha explicitado sua motivação, e que eu não tenha visto. Vi comentários apenas sobre a possibilidade de descansar os titulares, em face do pequeno tempo entre o terceiro jogo da fase de grupos e o primeiro jogo da seleção brasileira na fase eliminatória. Penso que se tratava de suposições de comentaristas. Adoram quando acertam sobre hipótese não explicitada. Não custa correr o risco de não acertar.

Costumo orientar meus raciocínios por um conceito que colhi em Depak Chopra: "O não revelado é o campo de todas as possibilidades". Posso dar asas à imaginação, buscando alternativas motivacionais, à minha vontade. Segui também o ensinamento de um antigo professor de matemática, que, quando demonstrava um teorema, fazia-o por dois modos, assinalando: "podemos fazer de outra maneira? sim, podemos fazer de outra maneira".

No momento em que vi a notícia da entronização do time reserva no jogo seguinte ao Brasil x Suíssa, interiormente não concordei. Sem elaborar mentalmente qualquer critério. Comecei a alinhar alternativas admissíveis.

Primeiro, imaginei que poderia ser mera imitação do Didier Deschamps, treinador da seleção francesa que, dois dias antes, com a classificação garantida, declarara que iria poupar os titulares. Achei que fazer por imitação, simplesmente, não seria um critério justificável.

Mas poderia ser para poder observar os reservas em atividade, valendo a classificação com nota máxima, mas correndo o risco de não acontecer. Penso que poderia ser um bom motivo. Afinal, pelo conceito acima, reservas servem para estarem em condições de substituir os titulares.

Buscando alternativa, imaginei que o treinador não conseguirá substituir toda a equipe durante um jogo. Portanto, a experiência não passaria de ver os reservas em atividade e avaliar seu comportamento. Achei pouco.

Logo que vi a notícia, havia pensado que se poderia lançar metade dos reservas com metade dos titulares. Isso possibilitaria ver os comportamentos dos primeiros jogando com os outros. Pensei diferente, depois que elaborei as alternativas acima. O goleiro atuaria durante todo o jogo. Cinco jogadores titulares iriam para o banco e entrariam cinco suplentes; no segundo tempo, entrariam os outros cinco titulares e os cinco reservas. O treinador teria a oportunidade de ter uma antevisão parcial da realidade: reservas jogando junto com titulares, podendo ser avaliados em tal condição. Pensei que poderia ser melhor, mais abrangente.

Mas... tem sempre um "mas": seria conveniente deixar o goleiro sem substituição possível? E se se contundisse ou passasse por um situação impeditiva de serguir? Esse "mas" deveria determinar uma escolha: correr o risco ou deixar um reserva de fora. Teria optado por essa. Prefiro a segurança.

Ah! Quer dizer que se o treinador tivesse pensado por aí a seleção brasileira teria vencido a de Camarões? Nem pensar! Aprendi que quem planeja deve pensar sobre o que aconteceria se fosse tomada determinada decisão. Primeira resposta: nada!

Todo planejamento é a tentativa de antecipação de resultado. Que poderá não acontecer, qualquer que seja decisão.

Nenhum interesse em criticar o treinador. Só um exercício de raciocínio de quem tem tempo demais para pensar besteira e gosta de viagens longas.

Foto: uol.

https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/perrone/2022/12/03/perrone-escolhas-arriscadas-de-tite-preocupam-mais-do-que-derrota.htm

3 de dez. de 2022

 Na Copa de 14, cadikim chamou a atenção dos "otimistas", cujo comportamento indicava que a seleção brasileira já havia ganho a Copa antes dos jogos (https://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2014/06/e-preciso-ter-sorte.html). Estamos indo do mesmo jeito. No início da fase de grupos, muitos comentaristas já diziam que "no mata-mata, vamos enfrentar...". Se os adversários, no grupo, tivessem sido um pouquinho competentes, a seleção brasileira poderia ter corrido o risco de não ficar no primeiro lugar, ou até de sair, por causa da derrota para Camarões que, se tivesse ganho mais uma partida, teria ficado com sete.

Sempre me lembro de uma frase de Sérgio Porto - o Stanislaw Ponte Preta: "malandro prevenido dorme de botina".

Terminado o jogo com a seleção suíssa, já tinha gente dizendo que a brasileira iria cruzar com a francesa na final.

A seleção brasileira só irá cruzar com qualquer seleção na final se chegar à final.

Melhor adotar ideia do voleibol: "temos de chegar ponto a ponto". Temos de chegar jogo a jogo, sem premonições, previsões, estimativas, mas jogando futebol.

Devagar com o andor que o santo é de barro, gente!


Para chegar a fazer uma foto que nem essa aí, um longo caminho pela frente

Imagem: BETANO.

https://www.verminososporfutebol.com.br/papo-serio/brasil-e-apontado-como-favorito-ao-titulo-em-2022-bem-pelo-menos-por-apostadores/

2 de dez. de 2022

INVENTANDO MODA NAS TRANSMISSÕES DE FUTEBOL

 Foi só o Cristiano Ronaldo dizer que a bola roçou no seu cabelo e o André Risek dizer que foi "gol de gel" e um dos narradores mandou: "meteu o cabelão nela" (esse "ela aí" é como todo mundo se refere à bola). Se continuar
assim, será mais uma vitória de Goebbels (ministro da propaganda na Alemanha nazista): "uma mentira dita mil vezes torna-se verdade".

Assim vamos tocando a vida...


Foto: WikipédiA.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Goebbels


Edição em 4/12/22: Não falei? Hoje, jogo França x Polônia, um jogador da França, dentro da área, saltou em direção à bola que passava pelo alto, e ficou a cerca de 5 cm dela. O narrador não se mancou: se tivesse um topete, metia o topete nela.