7 de jul. de 2013

...MUITO MAIS ENGRAÇADO!

Primeiro, vou contar por que e como fui lembrar-me do texto-título.
Estava eu ouvindo notícias televisivas, quando me contaram que o Renan utilizou um jato da FAB, para ir a uma festa de casamento. Não se preocupem, meus amigos "Renans de Tal", que ninguém irá pensar que pode referir-se a qualquer um de vocês. Meu personagem jatista militante é inconfundível.
Presumo que a maioria dos que perdem tempo com este blog sabe de tudinho o que contaram. Peço licença para lembrar só um tópico: as autorizações para que "autoridades especificadas" possam voar nos tais jatinhos da FAB (nas asas do povo, claro) falaram em segurança e saúde e uma outra coisinha de que não me lembro, mas não fala em vilegiaturas (recorro ao dicionário, apenas para ter referência mais exata do que significa: "vilegiatura - s.f. - Temporada que se passa fora da terra, a banhos, no campo ou viajando, para descansar dos trabalhos habituais"). Ora direis: não será um cabotinismo (não vamos voltar ao dicionário, né?) usar palavra tão pouco encontradiça nos textos hodiernos? Espero justificar-me: a palavra "vilegiatura" foi-me ensinada por Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta para os íntimos - que preferia usá-la, quando se referia a atividades a que a mesma corresponde, praticadas por "autoridades" e adjacências. Talvez porque soubesse que a maioria não iria recorrer a dicionários e poderia até achar que era elogio.
Mas vamos em frente: Renan falou, com arrogância, que exerce alto cargo e que tem direito de utilizar aeronaves oficiais para vilegiaturas (ele não falou com essa palavra, claro; provavelmente, não terá lido Stanislaw Ponte Preta). As autorizações citadas não indicavam a autorização que ele afirmava. Achei mais que engraçado, uai! Como é que um cara diz, via Embratel e na maior cara de pau, que tem um poder que a norma específica não garante? Mesmo sabendo - sabidíssimo - que não está bem na fita, nas asas do povo, que repetiu, muitas vezes, em manifestações de rua, "fora Renan!". Parece que levou nada a sério a advertência popular. Muitíssimo engraçado! Concomitantemente a esse fato, recebi uma notícia, pela rede, sobre o CQC na Assembleia Legistativa de Minas Gerais - anunciada no programa como a mais cara do Brasil. Não gosto de galhofas com políticos. Sei que são uma das melhores fontes de inspiração dos humoristas.  Mas não sou humorista. Prefiro tratar de seus assuntos com seriedade, não porque seja sério eu, mas porque a gente perde o foco. De fato, o altíssimo custo da Assembleia de Minas - quase um bi por ano, segundo o CQC - é assunto "muito seríssimo", como diria o Cabo Miguel.
Abri exceção e fui ver a lereia do CQC. Gente! Ouvi deputado falar cada coisa! Não dá para transcrever tudo. Melhor vocês olharem em "CQC visita Assembleia de Belo Horizonte" em
http://www.youtube.com/watch?v=ExP_nDzG6Zo. É hilário e muito triste. Triste saber que aqueles caras que aparecem lá decidem os destinos de nós mineiros. Usam a palavra "democracia" segundo os entendimentos lá deles, absolutamente divorciado do que seja a tal.
Mas vamos arrematar: por que foi que os dois fatos narrados fizeram-me lembrar do texto-título?
Porque, há muito tempo, estava em uma festa e resolvi contar uma anedota - verdade verdadeira vestida de anedota - que, se não me engano, foi-me contada por Stanislaw Ponte Preta. Em uma roda, um deputado reclamava: "Todo mundo diz que deputado ganha muito, que deputado é privilegiado. Deputado ganha bem, sim. Mas tem muita gente que ganha mais do que deputado. Por exemplo: o Chico Anysio ganha muito mais do que um deputado!"
Foi um bastante para um gaiato rebater, de sem-pulo:
"Ah! Mas ele é muito mais engraçado!"

Foto: Agora News MK
http://agoranewsmk.com.br/primeiro-escalao-de-dilma-usa-jatinhos-da-fab/

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