AMANHÃ HÁ DE SER OUTRO DIA... OU
AMANHÃ
SERÁ UM LINDO DIA...
A primeira afirmação, é de Chico Buarque, em “Apesar de Você”; a
segunda é de Guilherme Arantes, em “Amanhã”.
O INSETO ESPERANÇA |
Mesmo sabendo que esse "amanhã" pareça referir-se ao futuro, não me empolgam, apesar de os compositores agradarem-me muito.
A gente passa o dia 31 de dezembro na esperança de que o dia 1º de
janeiro mude tudo.
Então, vamos lá:
a partir de amanhã, não haverá mais drogas, violência, arrastões, homicídios,
assaltos, roubos...
a partir de amanhã, não haverá mais corrupção e todos os agentes
públicos, que alguma vez se tenham desviado, e aqueles que "não tiveram oportunidade ainda" mas almejam algum cargo eletivo, terão aprendido a lição inflingida
àqueles que se acostumou denominar “mensaleiros”...
a partir de amanhã, aqueles que se acostumou chamar de "mensaleiros" irão refletir sobre tudo o que aconteceu e...
a partir de amanhã, os hospitais públicos oferecerão atendimento
segundo as necessidades dos cidadãos...
a partir de amanhã, a polícia preventiva estará nas ruas, buscando
oferecer tranquilidade aos cidadãos...
a partir de amanhã, o trânsito de pessoas e veículos estará organizado
e, ainda que persistindo congestionamentos, os grandes acidentes serão só uma lembrança amarga...
a partir de amanhã, os estádios de futebol não serão mais do que apenas uma
praça de lazer...
a partir de amanhã, a escola voltará a ser risonha e franca...
a partir de amanhã não haverá mais fome...
Não me iludo. Nossas dificuldades não serão resolvidas da noite para o
dia, como vários candidatos a cargos públicos apregoam.
As grandes transformações são lentas. Não foi da noite para o dia que
nosso ambiente social deteriorou-se. E não será da noite para o dia que conseguiremos
aperfeiçoar nossos modos de ser.
Sem querer deitar ideias religiosas, prefiro muito mais um Deus que me
programe idas e vindas sucessivas, até que fique bem comportadinho, do que um outro
Deus – que não vejo amoldar-se ao perfil com que várias religiões o traçam, de bom e misericordioso –
o qual me condene a ferver por toda a eternidade nas caldeiras do Pedro
Botelho, que é como meu pai se referia ao Demônio.
Foto: TREKNATURE
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