A volúpia da primeira moedinha é o sintoma inicial. A peça mais preciosa do Tio Patinhas tem o condão de servir de talismã e, por isto, é guardada a sete chaves. Tio Patinhas acredita piamente que se perder a primeira moedinha, perderá sua fortuna; e que, mantendo-a em seu poder, verá sua fortuna crescer sem limites. Indispensável, portanto, para manter a riqueza do velho usurário nas cifras de quaquilhões de dólares.
A síndrome pode evoluir para outros fetiches financeiros, como demonstrações de opulência e de poder. O ápice é sentir-se a pessoa mais importante, quando não do mundo, pelo menos do seu país. Característica dessa fase é o medo de voltar a ser pobre - medo que sempre assombrava o velho Patinhas. O sintoma característico é a necessidade inarredável de banhar-se com moedas de ouro, dentro de seu cofre inexpugnável.
Como em qualquer filme, qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência.
Voltemos no tempo, e contemplemos o mensalão. Quando se ouvia falar em grandes cifras envolvidas em atos de corrupção, atingia-se, no máximo, a de centenas de milhões. Já o petrolão trouxe à baila o uso frequente e habitual da palavra bilhão. Valores cada vez maiores. O apego à primeira moedinha oriunda da corrupção garantia o aumento progressivo da fortuna, indicando o agravamento da síndrome, já então instalada.
Agora, vem a apreensão considerada a de maior valor de dinheiro vivo, em uma única operação, no Brasil.
A síndrome, por aqui, ainda não atingiu seu sintoma mais avançado, já que ocorreram apreensões de valores maiores, aí por esse mundo afora.
O que estará para vir?
Imagem 1: Steven Conte.
http://blog.stevenconte.com.br/category/videos/
Imagem 2: globo.com - G1
http://g1.globo.com/politica/noticia/policia-federal-encontra-dinheiro-em-apartamento-supostamente-utilizado-por-geddel.ghtml
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