Pode ser que alguém pense que estou marcando o Temer. E estou, mesmo. Porque nosso presidente tem falado coisas que tenho entendido incongruentes. Em 12 de julho, postei no cadikim: "MAIS UMA MANCADA DO TEMER. PREFIRO AS DA DILMA" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2017/07/mais-uma-mancada-do-temer-prefiro-as-da.html), tratando de declarações que achei contraditórias. Provavelmente porque o brasileiro gosta muito de rir, o feicebuque foi entulhado com declarações destrambelhadas da Dilma (que não se sabe se eram verdadeiras), mas nem se preocupa com o que fala Temer. Em 14 de julho, "A GRANDE PREOCUPAÇÃO DO DOUTOR ANTÔNIO MARIZ" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2017/07/a-grande-preocupacao-do-doutor-antonio.html), advogado de Temer, que se declarou muito preocupado com o avanço da "cultura punitiva no país", sem ter demonstrado, paralelamente, qualquer preocupação com o avanço da cultura delitiva no país (não se sabe se isso terá sido dito por Temer, mas foi falado em defesa dele, e não se sabe que o presidente tivesse desaprovado a declaração). Mais tarde, em 30 de agosto, a respeito daquela fala de Temer, de que "tem gente que quer parar o Brasil", observei um excerto ("Temos uma relação comercial com os chineses e isso precisa ser mantido"), destacando a expressão "isso precisa ser mantido", que, conforme a gravação, já fora usada por Temer, nos mesmos termos, naquela conversa com Joesley. Ontem, voltei a comentar o Temer, que afirmou ser a extinção da Renca de uma "singeleza ímpar", sendo que foi necessária a edição de dois decretos, um "curto e grosso", o outro cheio de explicações e até criando um um comitê (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2017/08/temer-me-confunde-diz-que-decreto-que.html).
Não bastasse a minha chatice, vejo Temer comentando, ontem, a rejeição do pedido de suspeição do Janot:
"Você sabe que no plano jurídico, quando alguém começa a agir suspeitamente, você tem que arguir suspeição, e quem decide é o Judiciário."
Uai, sô! Não terá agido suspeitamente um cidadão que, no exercício da presidência da república, recebeu o empresário Joesley Batista em seu palácio, empresário que ali penetrou com nome trocado (circunstância que foi declarada ao presidente), em carro alheio (cuja placa disse ter sido reconhecida), à noite e fora de agenda, em dependência mais do que discreta, em encontro marcado por um terceiro - Rocha Loures - e, nessa reunião, tratou de assuntos de Estado, mas de forma nada republicana?
Quem é o suspeito, afinal?
Imagem: dreamstime.
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