9 de jun. de 2018

TENENTE MARÇAL NÃO FALAVA MAL DE SUPERIOR

Trabalhamos juntos no 15º BPM, em Patos de Minas, no início da década de 1980. Era, dentre os  companheiros de trabalho, o que mais me puxava as orelhas (penso que todo comandante precisa de pelo menos um puxador de orelhas; tive vários e penso que isso me foi favorável; viu Bosco?).  Marçal era de pouco falar e de muito ouvir: especialista em informações, claro. Quando o conheci, era Primeiro Tenente. Costumava ser muito engraçado, falando.
Uma das prescrições regulamentares mais sérias era "dirigir-se ou referir-se a superior de modo desrespeitoso". Mais ou menos isso, o que significava, para nós "é proibido falar mal de superior".
Marçal não falava. Se alguém lhe perguntasse, por exemplo: "conhece o Major Fulano?", e tivesse resposta afirmativa, vinha com a segunda pergunta: "o que você acha dele?". Marçal respondia, sem titubear: "Até quando ele era Primeiro Tenente, era muito ruim de serviço". E mais não dizia. Nem no pau de arara.



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