Assisti a uma cena do Fla x Flu, ontem, de modo de comemoração de gol, que já comentei antes, achando negativo, por incompatível com reiteradas declarações de vontade de ter paz no futebol (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2017/08/comemoracoes-de-gols-nao-sao-de-paz.html).
Foi no gol de pênalti do Henrique Dourado. Os narradores e até comentaristas já se acostumaram a chamá-lo de "Ceifador". Ontem, após o gol, Henrique dirigiu-se à linha de fundo "amolando" a "cimitarra" no braço esquerdo. Em seguida, juntaram-se a ele uns seis jogadores do Flamengo, em comemoração, todos fazendo o gesto de degolar alguém.
Hoje, assistindo ao programa "Seleção", ouvi comentários sobre certas firulas que a "garotada do Flamengo" andou fazendo ontem, sem objetividade, alguns achando que é abuso e que pode transmitir à torcida a mensagem de que esse abuso merece "dedo na cara". Parece, pois, que tenho alguma razão no achar que a imitação de degolas possa transmitir à torcida ideia de violência. Depois, falaram pouco, sobre a "degola". Realmente não acompanhei, porque me incomoda. Penso que, se quisermos paz no futebol - e de um modo geral - não devemos ouvir nem falar em "matador", "ceifador" e coisas que tais. Não fica bem o jogador, depois de comemorar assim, ajoelhar-se no gramado e levantar os dedos para o céu, em sincera prece.
Na seqüência, os comentaristas abordaram um fato deveras curioso acontecido no jogo América Mineiro x Atlético Mineiro: o juiz autorizou o início do segundo tempo, com a falta de dois jogadores do Atlético. O treinador do Atlético exasperou-se com "a falha do juiz", ficou macho, deu um chutão na bola e acabou expulso. Os comentaristas, à unanimidade, acharam que faltou bom senso ao juiz; que a regra permite o jogo com oito ou mais jogadores em campo, mas ele deveria ter tido - repito - bom senso e contado os jogadores e, dando pela ausência de dois, esperado. Ora bolas! Por que é que se acusa o juiz de falta de bom senso, quando cumpre o regulamento? Bom senso deveria ter tido o treinador do Atlético, primeiro conhecendo a regra (a ignorância é a mãe da coragem), posto que se trata de obrigação profissional, e segundo, por outro dever de ofício, ver se sua equipe chega inteira ao início do jogo. Não pode transferir essa obrigação. Nem os comentaristas poderiam ter apontado o dedo para o juiz, mesmo afirmando que o mesmo agiu conforme o regulamento (sopraram e bateram). Quero ver é no dia em que um juiz deixar de apitar um pênalti a favor de seu clube, ou apitar contra, e depois alegar que agiu com bom senso.
Notas do cadikim:
1) Penso que se o Brasil for desclassificado na primeira fase, esse povo todo vai gastar programas apontando os erros que estão impedindo o progresso do nosso futebol. Mas enquanto é "um dos favoritos ao título", podem promover erros à vontade.
2) Estou certo de que um certo parafuso meu está (ou é, definitivamente) desregulado. Três vezes, escrevendo o nome do clube da gávea, digitei "flamento". Não sei se lamentando a cena que reprovei. Do mesmo jeito com que, várias vezes, escrevendo o nome do Banco do Brasil, digitei, "Bando" do Brasil. Não sei por quê, mas os dedos se trocam, sem que eu consiga dominá-los.
Imagem: Viajo Nas Idéias.
https://viajonasideias.wordpress.com/2011/03/11/rivalidade-no-futebol/
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