Preocupa-me, há algum tempo, ver jogadores de futebol comemorando gols com gestos de "matar". Pode ser consequência da criatividade de narradores e comentaristas esportivos, que passaram a chamar goleadores de "matadores". Pode ser porque, em alguns casos, significa "matar o jogo". E falam que dão a vida pela paz no futebol.
Penso que o primeiro que vi fazendo isso foi o Diego Tardelli, que encenava estar disparando seguidamente revólveres representados pelos dedos indicadores das mãos. Fato é que a moda pegou e não demorou muito para ver goleadores "manejando" metralhadoras. Dias atrás, vi o Malcom, ex-Corinthians, disparando uma metralhadora, após marcar seu segundo gol em uma partida (golaço, por sinal). Vi ontem, no jogo Fluminense x Atlético Mineiro, e tenho visto repetidas vezes, o Henrique Dourado - já devidamente cognominado "O Ceifador" - fazendo gesto de degolar alguém.
Acho isso tudo nada bom. Uns parecem comemorar a bandidagem disparando armas, indiscriminadamente, e o Henrique Dourado parece imitar agentes do Estado Islâmico degolando adversários. Estabelece-se um ambiente de violência e não sei se isso pode ser transmitido à torcida, ou, pelo menos, sugerido.
Tenho visto, também, jogadores marcando e comemorando com expressões de ódio.
Incomoda-me ver vários desses jogadores - de tudo o que está aí em cima - ajoelhando-se e apontando para o céu. Vejo incompatibilidade.
Gostei mais de ver o grande sorriso do Valdívia, ao fazer, no mesmo jogo, o seu primeiro gol com a camisa do Galo: um grande e demorado sorriso, bem escancarado. Vi a expressão como alegria, satisfação, jamais como deboche ou depreciação do adversário. Acho que isto não cria animosidade e ajuda mais o esporte.
Imagem: globo.com - g1
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/brasileirao-serie-a/jogo/21-08-2017/fluminense-atletico-mg/
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