31 de mai. de 2012

PARQUE CURUPIRA - RIBEIRÃO PRETO


Estou em Ribeirão Preto, de leréia. Acompanho minha mulher, que faz um curso de aperfeiçoamento profissional. Aproveito para uma caminhada no Parque Curupira, próximo do lugar onde nos hospedamos. Já o conhecia mas, na visita de hoje, aproveitei muito mais. Penso em fazer vários relatos pequenos.
Logo na entrada do Parque Curupira, damos de cara com um totem, esculpido em dois lados de um tronco, por três artistas: V. O. Mickey, Shozo Mishima e Gilson S. Ribeiro, cujos nomes também esculpiram no tronco.


O parque é muito limpo, em todas áreas e em toda a extensão das pistas para caminhadas. Bem sinalizado, assegura, a quantos o visitam, a efetiva possibilidade de manter a limpeza: cestas para lixo a cada 50 a 100 metros. Todas com algum dejeto - embalagens para líquidos que os caminheiros usaram para hidratação. Nenhuma no chão. No quiosque que está próximo da entrada, recipientes para lixo, nas cores já consagradas para cada tipo. Lugar muito agradável e bonito, oferece espaço para caminhadas, utilização de internet wi-fi, e repouso.
Inconveniente: encontrei, no meio do arvoredo, um macaquinho que se apresentava fazendo micagens - para não dizer macaquices - olhando-me fixamente, como se se apresentasse para mim. Interessado, apontei-lhe a máquina fotográfica. Parou, imediatamente, enfiou a mão em um tronco, retirou de lá uma canequinha e estendeu-ma. Como não coloquei uma moedinha sequer, fez-me uma careta, virou-me as costas e foi cantar em outra freguesia.


30 de mai. de 2012

ATUALIZAR! ERA DIGITAL.





Repassando atualização de alguns ditados, segundo José Resende:




A pressa é inimiga da conexão.                                      
Amigos, amigos. Senhas à parte.
A arquivo dado não se olha o formato.

Não sei quem produziu. O Zé não me passou. Se encontrar, registrarei o crédito.

Imagem: Revista do Saber.
http://revistadosaber.blogspot.com.br/#!/

CONVERSA DE MALANDRO PRA DELEGADO

O tema é recorrente. Nos últimos doze a quinze anos, a TV Senado e a TV Câmara têm transmitido muita conversa de malandro pra delegado. E se esse tipo de conversa não era transmitido via Embratel, há mais tempo, é porque ou as duas emissoras ainda não existiam, ou não estavam ao alcance da sociedade, não estando disponíveis, ainda, em canais abertos. É uma pena. A gente diverte-se bastante. Revoltar-se é fria.
Ontem, assisti a parte do depoimento do senador Demóstenes Torres, perante a CPMI do Carlinhos Tsunami. Seria de uma inocência quase pueril imaginar que o senador abrisse o livro, para a CPMI e para a sociedade. O direito de defesa deve ser sagrado. Chamou-me a atenção a afirmativa do senador de que era amigo do Carlinhos, mas que ignorava as atividades ilícitas dele.
Afinal, o senador é membro do Ministério Público de Goiás, desde 1983, tendo sido Procurador Geral do Órgão, antes de exercer o cargo de Secretário de Segurança Pública, entre 1999 e 2002, no governo de Marconi Perillo. A Wikipédia informou-me isto, sendo que o exercício dos cargos foi confirmado pelo Blog do Demóstenes (http://www.demostenestorres.com.br/paginas/biografia/biografia), que não menciona cronologia.
Gente! Eu, que nunca fui nada disto, que sou mineiro, nem conheço o Rio de Janeiro, sempre vi notícia de que Castor de Andrade era bicheiro, aparecendo, no social, como presidente do Bangu e de uma escola de samba (não me lembro qual); cansei de ver notícia de que Anísio da Beija-Flor também era bicheiro e, no social, presidente de escola de samba.
Viomundo - o que você não vê na mídia - publicou, em 19 de maio último, matéria com chamada "CartaCapital: A Itália já sabia de Cachoeira", dando notícia de que 4 de novembro de 2004 foi o dia em que o nome de Carlinhos Cachoeira ficou famoso na Itália, depois de uma primorosa reportagem investigativa publicada pela revista semanal L'Espresso, informando que organizações criminosas italianas buscaram expandir-se pelo mundo, em busca de lugares onde se lava dinheiro e de empresários de bingos e caça-níqueis. O signatário da matéria apresentava Carlinhos Cachoeira como o "chefão das apostas ilegais no Brasil" (http://www.viomundo.com.br/denuncias/cartacapital-a-italia-ja-sabia-de-cachoeira.html).
Se em 2004 o Tsunami já ocupava lugar de destaque, deverá ter começado muito antes, provavelmente antes mesmo que o senador Demóstenes tivesse exercido o cargo de Secretário de Segurança Pública.
Conclusão desta anta aqui: ou o senador conhecia as atividades ilícitas do Tsunami, ou não se sabe o que ficou fazendo no Ministério Público e no cargo de Secretário de Segurança Pública.
Respeito o direito de defesa de quem quer seja. Penso que ainda não é um instituto universal, no Brasil, apesar dos mais de 20 anos da Constituição da República. Mas respeitá-lo, para graúdos, ensina a respeitar geral. Ainda está muito longe, acho.
Diz-se que mais fácil se pega o mentiroso do que o coxo. Com internet ficou muito mais fácil ainda.
Penso que uma verdade, por mais dolorosa que seja, é, muita vez, preferível a uma constatação de incapacidade profissional. Ou coisa "mais pior" (Stanislaw Ponte Preta).

Imagem: Baixaki.

29 de mai. de 2012

ENCONTROS FURTIVOS

Furtivo, segundo me ensina um dicionário de confiabilidade razoável, é algo que se faz às escondidas, disfarçadamente, secretamente.
O encontro do ex-presidente da República com o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim parece-me evento que, para ser negado, é preciso - se alguém vier a negar, o que não me assustará - que o seja pelas três pessoas referidas, eis que todos já o confirmaram. Versões inicialmente apresentadas já sofreram modificação. Portanto, não convém discutir o que foi dito nessa reunião, nem quem disse. Prefiro tratar da natureza da reunião e da conveniência.
Analisemos a situação de cada personagem.   
Presumo que o ex-presidente da República tenha interesse pessoal e partidário envolvido no julgamento do mensalão. Pessoal porque é pessoa intimamente vinculada ao Partido dos Trabalhadores, de cujo crescimento, desenvolvimento e prestígio foi um dos artífices e continua suporte. O interesse partidário penso que decorre do fato de ser uma das autoridades relevantes dentro do partido e de que, havendo vários ícones do mesmo submetidos ao julgamento do mensalão, uma decisão desfavorárel poderá respingar sobre o prestígio partidário.
O Ministro Gilmar Mendes é um dos prováveis julgadores do caso do mensalão. Tem o dever e a responsabilidade de não tratar desse caso, principalmente em caráter reservado, com quem quer que seja, pena de perda de credibilidade e de confiança.
Quanto ao ex-ministro Nelson Jobim, não consigo imaginar por que terá sido escolhido anfitrião do encontro.
Não podemos considerar nebulosa a natureza do encontro. Não foi feito nem no STF, nem na residência do Ministro Gilmar, nem na residência do ex-presidente, ou escritório em que eventualmente exerça atividade partidária. Tivesse o encontro acontecido em um desses lugares, ou mesmo em restaurante, e certamente a Nação teria tomado conhecimento, pois que em qualquer deles haverá, sempre, um agente de notícias da mídia. Ficou claro ou que nenhum dos dois queria isto, ou que um dos dois não queria, mas acedeu à preferência do outro. O primeiro porque muitos iriam pensar (ou inventar) que trataria de interesse dos réus do mensalão. O segundo porque poderia pairar sobre ele a suspeita de favorecimento, podendo ocorrer de até vir a declarar suspeição e exonerar-se da tarefa de julgá-los.
Quanto ao terceiro - o anfitrião - vi notícia de que afirmou não ter participado de toda a conversa.
Não se tratava, pois, de um encontro de três amigos. Se tiver assistido a toda a conversa, estará escondendo da Nação o seu participar integral. Se não tiver assistido, tanto poderá ter sido porque não se interessou quanto porque terá sido excluído. Na última hipótese, poderá ter sido porque um ou os dois não queriam testemunha da conversa.
O meu raciocínio poderá estar errado. Mas poderá não estar, principalmente porque estou raciocinando sobre mais de uma alternativa, em cada uma das hipóteses.
Assim raciocinando, posso pensar o que quiser sobre um assunto que a  mim interessa tanto quanto a qualquer outro cidadão. Pior: acreditarei em qualquer coisa que me disserem.

Imagem: Tear Pontão de Cultura e Educação.
http://institutotear.org.br/yoga-para-a-pessoas-em-situacao-de-rua/

28 de mai. de 2012

MINAS GERAIS NO CAMPEONATO BRASILEIRO

Não foi nada bom para Minas Gerais o campeonato brasileiro passado: dos três participantes, um rebaixamento e duas pessagens em "segunda época" (tinha disto no meu tempo, gente!).
Agora, dois clubes mineiros começam bem. O Atlético, na série A e o América na série B. Os dois com vitórias maiúsculas na segunda rodada. O América fez quatro, sem tomar gol e o Atlético venceu o campeão, o que valoriza, mesmo com 1 x 0. 
O Cruzeiro ainda não engrenou. É preciso que engrene, que resolva seus problemas internos e externos. Não temos visto comentários negativos a esses componentes, no América. Não sei se Atlético tem. Segunto o PC, da Globo News, o Atlético poderá dar-se mal com  Jô, que veio do Internacional de Porto Alegre, onde estava na berlinda. Disse que ele foi para a balada, com um colega, na véspera da desclassificação do Inter em um outro torneio. A Veja relatou descontentamento de vizinhos por causa de "sonzeira" na residência do moço. O Kalil jactou-se de ter sido discreto e rápido para conseguir trazer o Jô, vinculado a um clube europeu, se não me engano: caladinho, foi para a Europa e conseguiu. Trouxe, com ele, a dúvida sobre o comportamento fora de campo (que, conforme o perfil, compromete capacidade atlética). É difícil administrar. Mas não é preciso ser adivinho para intuir que uma coisa que parece boa poderá não dar certo. Não conheço detalhes do perfil do rapaz, porque não sou do ramo. Mas o gerente é e tem de estar bem informado. Se estiver laborando em dúvida, pelo menos, poderá estar fazendo um mau negócio. O risco de contaminação é alto. Para compensar, trouxe, do Flamengo, o Júnior César, que, penso, tem tido desempenhos bons. Gostei dele no jogo de ontem.


Imagem Raposa (criação de Mangabeira): Ao Vivo.
http://www.aovivobr.com/cruzeiro-ao-vivo/
Imagem Galo (criação de Mangabeira): Lédio Carmona.
http://sportv.globo.com/platb/lediocarmona/category/campeonato-mineiro/page/2/
Imagem do Coelho (criação de Mangabeira): Lance!Net
http://www.lancenet.com.br/america-mg/America-MG-celebra-vida_0_691131057.html

27 de mai. de 2012

SARGENTO BRAZINHA

Adoro os fatos que me fazem rememorar coisas interessantes de minha antiga vida de integrante da Polícia Militar de Minas Gerais. Cada lembrança é um afago nesta velha cabeça, e um motivo de agradecimento a quem o provocou.
É por isto que agradeço ao Senador Antônio Carlos Magalhães, por me ter feito lembrar do Sargento Brazinha. O motivo da lembrança foi a intervenção do Senador na intervenção do Banco Central no Banco Econômico. Pois não é que o Senador, diante do ato de intervenção, esbravejou que iria apontar quem é quem e o que faz, na diretoria do Banco Central? Por causa disto, apressou-se a desintervenção no Banco Econômico. E, depois da desintervenção, o Senador resolveu que não tinha nada mais que falar de quem é quem nem do que faz na diretoria do Banco Central.
O que é que o Sargento Brazinha tem a ver com isto? O caso é que o Sargento Brazinha
(que havia sido um cabo até legal mas, depois de virar sargento, entortou a vida), em uma de suas muitas noites de esbórnia, chegou à buate da Tonica Pimenta, na zona, em Passos, e pediu uma pinga. A dona da buate, vendo seu estado, disse-lhe que não podia vender-lhe a pinga, porque ele já estava muito embriagado. O Sargento Brazinha pediu, insistiu, mas a Tonica Pimenta estava irredutível. Não lhe podia vender uma pinga, porque ele já estava prá lá de Bagdá. Aí, o Sargento Brazinha apelou:

- Então, a buate está interditada!
- Por isto, não, sargento. Eu sirvo a pinga.                               
- Então, a buate está desinterditada!
E a buate continuou funcionando, normalmente, todo mundo dançando.
No caso da intervenção na intervenção, tudo continou normalmente... Com todo mundo dançando...


Escrevi e publiquei esta crônica há mais de trinta anos. Não me lembro em que mídia publiquei.

Imagem: Pinterest.

26 de mai. de 2012

PÉROLAS DO PENSAMENTO POPULAR

Não dá para colocar os nomes dos "autores", porque o verdadeiro escondeu-se em nomes alheios. Mas vale meditar:

"Passar a mulher pra trás é fácil. O difícil é passar adiante".

"Seja legal com seus filhos. São eles que vão escolher seu asilo".

"O que te engorda não é o que você come entre o Natal e o Ano Novo, mas o que você come entre o Ano Novo e o Natal".

"Se o horário oficial é o de Brasília, por que a gente tem que trabalhar na segunda e na sexta?".



Imagem: ST SEMPRE TOPS
http://www.sempretops.com/diversao/charadas-de-duplo-sentido/

25 de mai. de 2012

SERÁ O BENEDITO?

Segundo alguns folcloristas (ou seriam fofoqueiros?) das Geraes, a expressão surgiu quando estava em andamento a escolha de Benedito Valadares para ser Interventor - que preferiam chamar Presidente - do Estado de Minas Gerais. Palpitava-se muito e cogitava-se que o escolhido seria Benedito Valadares. Mas, como ainda havia uma ponta de dúvida, perguntava-se muito: "Será o Benedito?". A expressão ficou no vocabulário popular, tendo servido mesmo a alguém, descontente com uma situação, exclamar? Será o Benedito?
Acho que aquela "ponta de dúvida" não era tão pontinha, assim, não. Mesmo porque os mesmos fofoqueiros de plantão inventaram (mineirim não é mole, não!) que, no dia em que foi nomeado Interventor, Benedito Valadares chegou em casa e disse para a mulher que havia dado ele na cabeça. Ocupada com seus afazeres, provavelmente preocupada em não deixar queimarem os bolinhos, a nova primeira dama (que ainda desconhecia a importante posição) disse-lhe: "Benedito, eu já falei pra você parar de beber!". Invenção de mineiro, claro!
No dia 2 de maio último, em "PROMESSA É DÍVIDA!" (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/05/promessa-e-divida.html), falei de um professor, no Colégio Estadual de BH, que afirmou ser intriga da oposição a referência a pouca cultura de Benedito Valadares, que era formado em Odontologia e em Direito, além de ter militado nas lides jornalisticas e publicado livros. Dizia o nosso caro professor José Etiene de Castro que Benedito era infeliz no discursar. E contou-me alguns causos. Mais tarde, trabalhei com um Tenente da PM, diamantinense - "conterrante" de JK, portanto - que acrescentou uma pimentinha. Como riqueza de floclore não se esconde, vamos lá.: Disse-me o Tenente Tião Faria que Benedito, já no governo, prometera mandar um vagão de sal para Diamantina (a distribuição de sal não era nada fácil). Quando senão quando (falavam bonito!) chegou à cidade um vagão de cal. Foram reclamar e Benedito justificou-se: "esqueci de cedilhar o 'c'.". Do professor no Estadual, lembro-me de duas que dele ouvi. Era um Dia da Árvore, com evento escolar de plantação de mudinhas, o Presidente do Estado participando. Do discurso: "Esta árvore que estamos plantando hoje, dentro de cinco anos será uma árvore secular!". Em outra oportunidade, enaltecendo os atributos de uma cidade mineira: "Esta cidade onde o café abunda! onde o milho abunda! onde a cana abunda, onde a pita abunda! não, onde abunda a pita!...".
Agave americana (Pita)Tudo folclore, intriga da oposição! Vê lá se minerim vai escorregar no tomate dessjeito?










Foto café: Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Cafeeiro).
Foto pita: Pinterest. (https://www.pinterest.fr/pin/476889048039976768/?nic_v1=1adNUUsQWxg2V4M5A8TREz6IR8aKajcTvzXzJ3UZLWXQ5PTgbEgeQM3SvIgzUpJD16).

OBS.: Limitei-me a fotos de plantas, porque este blog não é para adultos.

24 de mai. de 2012

WANDER PORTO SILVEIRA DÁ O AR DE SUA GRAÇA

= = ANTÍDOTO= =

Ao Comini e seu Violão de Paz

Nas festas da primavera:
Aroma que nos abisma,
As cores emanam gorduras
Pelos ventos maléficos.
E o terror
Ativa pudores tísicos
Na tolice dos infantes;

Nas mesas do verão:
Luxúria que nos calcina.
As hóstias racham securas
Pelos lábios famélicos.               
E o terror
Promove suores crônicos
Na dádiva dos clementes;

Nas ruas do outono:
Conceito que nos deturpa.
As folhas semeiam carcomas
Pelos jardins apáticos.
E o terror
Alastra olhares fúnebres
No desejo dos amantes;

Nas casas do inverno:
Geada que nos devasta,
As telhas medram esfinges
Pelos sótãos solífugos.
E o terror
Agita tremores cárdicos
Na audácia dos valentes;

Ainda assim
O violão do homem,
Em estações incertas
E poesia clandestina,
Compõe árias de ida
E vivas ao desempenho
Do que a si se destina.


Brigado, Wandão!
Imagem: Blog de Juarez Morais Chaves
http://xiquexiquense.blogspot.com.br/2011/02/cantinho-do-seresteiro-musicas-cifradas.html 

CIVUCA COSTA CRONISTA - SAPATO VELHO


No último final de semana eu cismei subir a pé até o Parque de Exposições, para assistir ao Show do Roupa Nova. Até aí tudo bem. Andar a pé, caminhar, fazer um Cooper, dar um rolê de dedão, é agradável e saudável. Faz bem para as pernas e para o coração. Aliás, caminhar é o melhor meio de transporte do mundo. Mas para andar por aí, quilômetros a fio, é preciso estar preparado. Principalmente, com os pés da gente. Pois, pé também é gente.        
Mas não. Não pensei nisso. Fui caminhando com um sapato novo. Novo e apertado. Putz grila! No meio da jornada,  passei à tarde na promoção da Imperatriz dos Calçados e perguntei ao Pepê, se a liquidação de outono ainda estava valendo? Ele disse: “tem uns Bat-Buts de marca com bom preço ainda”. E lá fui eu... Sapato de 150 por 90 reais. Bom demais. Mas e o número? Calço 39. Tenho o pé normal. Um pé bem do padrão brasileiro. O vendedor disse só tem o 38. Vamos lá, o preço está em conta. E , meti, o pesão no sapato menor. Não é que deu certo? E fui andando pela Major Gote até o Paiolão para o Roupa Nova. Agora, com sapato novo. Mas no meio do caminho perto dos Maristas, eu desejei o sapato velho. Como é bom ter um sapato velho na hora que a coisa aperta. Ou melhor, na hora que o sapato novo machuca. Pega no calcanhar. Pega no tornozelo. E amassa os dedos do pé, principalmente o mindinho, que sempre tem o calo do lado. Icha! Que sacrifício.
Como foi duro chegar ao Show do Roupa Nova, com sapato novo, com o coturno Bat-But da hora, na última moda, mas mancando como um “tá fundo, tá raso”.
Com isso é muito bom pensar antes de topar a parada. Fazer caminhada noturna com sapato novo. Nunca mais! Prefiro com todas as letras (as letras românticas do Roupa Nova), mas dançando com o antigo, velho e amigo: SAPATO VELHO.

Foto: Colhida na ilustração da crônica do Civuca.

23 de mai. de 2012

MUITAS SAUDADES DO LALAU!

Sérgio Porto - o
Stanislaw Ponte Preta

Sempre que me referir a Lalau, estarei ligado a Sérgio Porto -Stanislaw Ponte Preta, Lalau para os íntimos - e não a qualquer outro cocoroca (termo que ele usava com freqüência).   
Em 24 de janeiro deste ano, publiquei neste blog que apenas tinha Saudades do Lalau (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/01/as-autoridades-comecam-tratar-da-cessao.html). Atualmente, tenho sentido Muitas Saudades do Lalau. Coisa muito importante que ele criou e produziu foi o FEBEAPA, com a amplitude até FEBEAPA 3 (O 3 com o título de "Na Terra do Crioulo Doido") e se quatro não publicou foi porque morreu antes (li uma entrevista com o secretário do Lalau, que daria para fazer o 4). FEBEAPA: Festival de Besteiras que Assola o País. As críticas que fazia às "otoridades", como chamava, estão, principalmente nos FESTIVAIS e em "O Garoto Linha Dura" (fui confirmar a data da primeira edição e verifiquei que é mesmo de 1964; minha memória diz que foi em julho, pleno início da ditadura, que ele chamava de "redentora"; veja-se que o cara tinha peito). Faz falta o Lalau porque, se festival já não há, não é por falta de besteira, mas por falta do talento e da coragem dele. Não obstante, vou aventurar-me, sempre com a vênia e o perdão do mestre.
Estou lendo a Lei nº 12.605, de 3 de abril de 2.012. Bacaninha, como diria o Lalau! Estabelece, no artigo 1º, que as instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido. No art. 2º, assegura às pessoas já diplomadas o direito de requerer das instituições de ensino referidas a reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino. Magistralmente, finaliza: "Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.".
Primeiro: por que devida correção? Nada foi feito de errado. Por que obrigar instituições particulares, com evidentes fins lucrativos, e obrigar instituições públicas - estas financiadas por nós - a "corrigir" gratuitamente, aquilo em que não erraram, e que fizeram conforme as leis da gramática (substantivos comuns de dois gêneros), não havendo, à época, lei federal regulamentando diferente? Parece-me abuso, até valendo a pena pesquisar a questão da constitucionalidade (revogar o "pratrasmente", na peculiar linguagem de Odorico Paraguaçu).
A Presidente (insisto: Presidente) achou de revogar por lei federal burocrática as regras da gramática, relativas a substantivos comuns de dois gêneros. Será que alguma mulher sentia-se ofendida, diminuída, desrespeitada, ou coisa semelhante, por ser classificada como "policial", por exemplo? Ou como médica "residente"? Ou como "gerente"? Afinal, ninguém se referia a uma mulher da esfera jurídica como advogado, mas sempre como advogada; arquiteta, médica, astrofísica e assim por diante. Diretora não era Diretor; Promotora de Justiça não era Promotor de Justiça...
Os gozadores de plantão (Ah! Lalau!) já começaram a conjecturar: o médico que atua na área ginecológica vai ser um ginecologisto? O que cuida dos olhos vai ser oculisto? O que faz anestesia vai ser anestesisto? O Chico Pinheiro já afirmou, via embratel, que não é jornalisto, mas jornalista mesmo.
A mulher que se preocupa em ser Presidenta e não Presidente, e o Congresso Nacional, não terão coisa mais importante a fazer por este país? Será que este país já esgotou o rol de sua dificuldades, todas já resolvidas?
Será o Brasil um país independente? Ou uma Nação independenta?
Como disse o Chico Anyisio, em "Baiano e os Novos Caetanos": "É demais pros meus sentimentos, tá sabendo?"

Foto: Livrada! Um blog feito por amor ao próximo! Óoooin!
http://livrada.wordpress.com/2010/09/01/stanislaw-ponte-preta-%E2%80%93-febeapa/

A CPMI DO CARLINHOS TSUNAMI. RESPEITO É BOM E EU GOSTO.

Assisti, ontem, a uma parte do interrogatório dos membros da CPMI do Carlinhos Tsunami. Algumas coisas intrigaram-me. Começando pelo tratamento dispensado a ele. Deputados e Senadores trataram-no por "Vossa Senhoria", que segundo informou-me o google, é tratamento respeitoso para dirigir-se a autoridades, ou em correspondência. Achei que poderiam tê-lo tratado, sem desrespeito, pelo que ele representava naquele momento: indiciado. É exatamente nesta condição que a Constituição   Federal assegura-lhe o direito de ficar calado. Então, tratemo-lo como tal: indiciado. Alguns trataram-no por "bandido" e "marginal". Acho impróprio. O tratamento respeitoso reflete os princípios de respeito vigentes na Casa (???), para qualquer pessoa. Estivesse ali um Zé Ninguém, teria sido tratado com o mínimo de respeito devido à Casa? Sei não.
Outro fato intrigante: alguns dos parlamentares mostraram-se revoltados pelo caradurismo do indiciado, recusando-se a responder perguntas que lhe foram dirigidas. Houve mais de um parlamentar que afirmou que, se o indiciado recusava-se a responder é porque estava aceitando como verdade os fatos que lhe foram apontados (nenhuma denúncia formal, mas perguntas). Um deles chegou a dizer que o indiciado pode permanecer calado, mas o silêncio dele poderá ser interpretado contra sua defesa. Era assim. O juiz dirigia-se ao acusado e dizia que podia permanecer calado, mas que seu silêncio seria interpretado em seu desfavor. Era o mesmo que obrigar o acusado a falar. A Constituição não contém isto. Está na cabeça das pessoas, ainda, um ritual antigo e removido. Poder-se-ia perguntar se isto se aplica a bandidos. Acho que sim. Se o indivíduo não perde sua condição de cidadania, a Constituição dirige-se, indiferentemente, a "mocinhos" e "bandidos". Mais: se for permitido que as autoridades maltratem os bandidos, acabarão tratando infratores comuns e eventuais como bandidos. Isto acontece. Esperava mais de deputados e senadores. Se a Constituição Federal assegura aos acusados o direito de manter-se calado - direito já referendado pelo Supremo Tribunal Federal - não podemos acusar alguém de "cara de pau" por manter-se calado, nem dizer que seu silêncio será interpretado contra ele. Se a Constituição foi construída assim, temos de engoli-la. Penso que deputados e senadores comportando-se assim, "desensinam" o que é cidadania (palavra muito escrita e falada, mas muito pouco praticada).
Intrigou-me, também, o fato de alguns parlamentares terem requerido que a sessão fosse suspensa, porque, já que o Tsunami não ia verter, era inútil continuar perguntando. Disseram ser mesmo inconveniente continuar perguntando, ante a presença do defensor do indiciado, advogado muito capaz e que até foi ministro da justiça, podendo resultar que o conhecimento das perguntas feitas acabaria por dar oportunidade à defesa de preparar-se para a próxima convocação, conforme o teor das perguntas não respondidas. Penso que não, mas não vou discutir, pois é questão de estratégia, e não posso garantir que é certo o que penso. Mas isto deu-me uma certeza: os espaços de raciocínio serão pequenos, a disputa será acirrada e a gente acabará sabendo quem é o bom, quem vai saber melhor desempenhar o seu papel.
Finalmente, um aspecto que vi em reportagem, e não por linha direta com a CPMI: diante do silêncio do indiciado, um parlamentar perguntou "que bicho vai dar hoje?". Obrou mal Sua Excelência. O indiciado pode querer transformar a Casa em bagunça (não digo circo porque tenho o maior respeito pelos circos). Não o parlamentar. Não pode desviar o ambiente de seriedade que deve imperar em uma CPMI, em que a Nação está representada. Os parlamentares têm de ter, permanentemente, a consciência de que, ali naquele pedaços, não são uma pessoa única.
Ocorreu um fato que também intrigou-me. Custo a acreditar que tivesse ocorrido. Sem a certeza necessária, vou tentar confirmar o que acho terem meus olhos visto. Se confirmar, voltarei ao assunto.

Foto: Ficheiro da Wikipédia (ontem, não verteu nem issoaí).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cachoeira_do_Abade_AGO_2008.jpg

22 de mai. de 2012

MINHA MÃE CANTAVA. HOJE SE MEDE EM ÍNDICES.







Temos notícias periódicas de índices de inadimplência. Impressão que fica é a de que a inadimplência é coisa do pós-financiamento bancário, incluindo aí o repasse de financiamento bancário por lojas, com acréscimos, claro. Nos termos da canção que minha mãe entoava sempre, a inadimplência é coisa inerente aos seres humanos (não temos avaliação de animais porque não há estatísticas). Gostam de comprar mas (muitos) não gostam de pagar e outros acabam não podendo, por terem ido com muita sede ao grande pote a que os bancos e lojas os atraem, melados com a tarja "sem consulta no serasa". Melhor a canção (nunca vi gravada, não sei a autoria, e só transmito os versos, dos quais apenas os de que me lembro):

Eu nasci pelado e só,
como todo mundo.
Hoje, eu uso paletó,
como todo mundo.
..........................................
Eu não pago as prestações
como todo mundo.
E tenho raiva de quem cobra alguém
como todo mundo tem.

Imagem: Prefeitura de Manaus.
http://semef.manaus.am.gov.br/receita/inadimplencia-de-empresas-cai-79-em-abril-aponta-serasa/

19 de mai. de 2012

GAROTOS SABIDOS

A mãe conversava perto do filho, com cerca de seis anos. Falou para a amiga:
- O Fulano é expert neste assunto.                                                                           
Ouvindo, o garoto perguntou:
- Mãe, o que é expert?
- Expert, meu filho, é uma pessoa que tem grande know how sobre alguma coisa, sobre um assunto.
- Mãe, o que é know how?
- Vou tentar te explicar, meu filho.Ter know how sobre um assunto é conhecer muito o assunto, ser capaz de responder muitas perguntas sobre o mesmo...
Prontamente, o garoto arrematou:
- Ah! É foda no trem, né?


Imagem: Definición ABC

http://www.definicionabc.com/tecnologia/know-how.php

17 de mai. de 2012

WANDER PORTO SILVEIRA DÁ O AR DE SUA GRAÇA

Wander Porto Silveira é de Patos de Minas, mora aqui e é nosso amigo (esse nossoaí é porque ele tem um montão de amigos que também são meus). Felizmente, o Wander não é exclusivista (poderá excepcionar em alguns itens, mas, no geral, é pródigo). Tão pródigo que atendeu ao nosso pedido para que mandasse poemas de sua autoria (ah! além de amigo é poeta de múltiplas janelas) para serem publicados neste blog.
Começamos hoje, com sua participação e nosso agradecimento.

AEROPLANO

Voa Boeing de marfim,
Decola-me, asa torta,
Sobre-plana intramim,
Segredos, punhais na porta,
Pensamentos;                     

Boteco, fossa, amanhã,
Kafka, bah! Não professo,
Paixão in extremis, manhã,
Mito ferido, reverso,
Contratempos;

Retrovisões, Pago pra ver,
Vã promissão, Deus de néon,
A vontade não tem querer,
Vade retro, Interferon,
Dante come back;

Na garupa das agonias
O passageiro do asco
Sonha megalomanias.
Condom, Perfex e fiasco:

-És Felíx, Beatrix? Qualé?
Morrer já não é seguro.
Sem Pit stop, sigo a pé:
-Vou a duelos no futuro.


Foto: EnoDeco
http://entretenimento.r7.com/blogs/enodeco/category/vinhos-e-voos-por-felipe-kaufmann/

15 de mai. de 2012

CIVUCA COSTA CRONISTA

Civuca Costa também atendeu ao pedido deste bloguista, trazendo um cadikim para este cadikimdicadacoisa. Civuca é figura de presença constante nos vários segmentos da cultura de Patos de Minas.

CRÔNICA DE REPÓRTER:



      Bicho grilo
 
Os grilos cantam nos quintais enquanto chega a noite. Os bichos chamam o silêncio para a paz das madrugadas. E os humanos fazem barulho desde que se levantam da cama. É buzina de carro. É panela na cozinha. É motor de automóvel funcionando para atazanar o sono de muita gente. O galo canta para despertar o dia. O cão late como sinal de alerta. O povo suja o chão da cidade. Polui o rio e derruba a árvore. Tudo ao contrário dos bichos, muitas vezes mais racionais, no trato com a Natureza.
Um inseto chamado “Esperança” é a narração deste texto. Existe um bichinho verde da família dos grilos e gafanhotos que os antigos chamavam de “Esperança” ou grilo folha verde, pois parece uma folha mesmo. Ninguém podia matar ou machucar o inseto. Essa era uma prova que a esperança traria sorte àquela família onde o bicho pousava. Outro dia, um desses insetos pousou em meu ombro dentro do quarto. Já era tarde da noite. Fiz minha parte numa boa. Acreditando ser essa tal liberdade, essa tal esperança, que dizem, que é a última que morre, peguei com cuidado o bichinho pelas asas e levei até o quintal e soltei a Esperança no meio das plantas para que ela sobreviva, como a nossa emoção de salvar vidas. Mesmo vidas minúsculas como a vida dos insetos, tão importantes para a biodiversidade.

Não sei se a esperança da noite sobreviveu no meio das folhas das plantas do jardim. Mas com diz o ditado popular que não se deve matar o grilo chamado esperança, tive esperança. Um inseto que traz pura sorte onde pousa. Foi assim que segui a tradição e cuidei bem do bicho que pousou em mim como se quisesse anunciar algo de bom. E, “tava tão bom que eu estava até acreditando”. E, assim, cuidei da minha esperança, como se cuida de um filho. Como se cuida de algo de muito valor. O valor supremo da vida.

A esperança é verde. A paz é branca. A liberdade mora nas asas dos grilos que cantam anunciando o silêncio da noite e o amanhecer do dia. O dia que pode nascer cheio de sonhos e de boa esperança. Algo que nunca vai morrer dentro de nós.
Os nossos grilos, os nossos problemas, as nossas loucuras, os nossos defeitos, podem ser curados com um simples gesto de carinho e capricho com os insetos que pousam em nossas vidas, para nos dizer alguma coisa. Que a vida pode ser maravilhosa. Que a vida pode ser vitoriosa. Que tudo pode ser um canteiro de rosas. As rosas também falam...

O POETA VANE PIMENTEL - PAZZOS DE MINAS


RADICAL

A esperteza
 é a arma dos tolos,
mas, engorda o bolso.

                           
Papel de Parede Gratuito de Natureza : Píton
  A humildade
é um privilégio dos sábios,
 mas, não sustenta a carne.

Espertos não sabem
que o corpo come pouco
e a alma não tem bolso.






 
Imagem: meupapeldeparedegratis

14 de mai. de 2012

A ARTE POÉTICA DE CÍCERO CHRISTÓFARO

VOAR


Voar... sim...
Voar...
Para voar é necessário estar amando
E a alma estar em estado de graça
Naturalmente em estado de graça
Tal como
O chão estar limpo
As folhas lavadas                              
O céu bem claro
Sorriso em todas as bocas
Casais se beijando
As montanhas em seu devido lugar
Os caixotes enfileirados
Os galos cantando
As mulheres parindo filhos de homens grávidos
Os rios correndo para o mar
Os riachos fazendo um barulhinho gostoso
(E suas pedrinhas rolando)
Os peixes desovando
Os filhos saltando
Os homens de cabeça erguida
E a vida
Naturalmente acontecendo
Para que se possa
Voar naturalmente.

Imagem: Blog da Kah!
http://blogporkah.blogspot.com.br/2012/02/voar.html

FUTEBOL MINEIRO - UMA AVALIAÇÃO.

Começamos com o que até poderão chamar de preconceito: o futebol mineiro vai muito mal! Ora, se vai muito mal, então para que uma avaliação, se já está feita? Esqueçamos avaliação, para falar em constatação.
Deu o que tinha de dar: Atlético. Como poderia ter dado América ou Cruzeiro. Só e só. Entre os quatro finalistas, apenas um time do interior, que não conseguiu sequer ser vice.
Menosprezo aos times do interior? Jeito nenhum! É que, no passado, os clubes do interior mineiro forneciam jogadores para os da capital. Aconteceu algumas vezes de times do interior deitarem água no leite dos da capital. Vejamos: 1960, Siderúrgica, de Sabará, vice-campeão; 1963, Democrata, de Sete Lagoas, vice-campeão; 1964, Siderúrgica campeão; 1991, Democrata, de Governador Valadares, vice-campeão; 1997, Villa Nova, de Nova Lima, vice-campeão; 2002, Caldense, de Poços de Caldas, campeã, Ipatinga, de Ipatinga, vice; 2005, Ipatinga campeão; 2006, Ipatinga vice. Está no Almanaque do Cruzeiro, de 1958 para cá, exceto quanto ao ano de 1933, em que o Villa Nova foi campeão e o Tupi, de Juiz de Fora, vice. Mas, pelo que me lembro, o mesmo Villa Nova foi campeão, em 1951, com um gol de Vaduca que, mais tarde, retribuiu, marcando o gol para o Atlético ser campeão contra o Cruzeiro,em 1956. Vários clubes do interior disputavam o mineiro: Asas (Lagoa Santa), Metaluzina (Barão de Cocaís), Sete de Setembro (Belo Horizonte, tendo por sede o Estádio Independência), Olimpic (Barbacena), Tupi e Sport (Juiz de Fora), Uberaba, Uberlândia, Democrata e Bela Vista (Sete Lagoas), dentre outros. A maioria desses clubes permaneceu por tempo considerável disputando o campeonato estadual. Alguns cairam no esquecimento (não sei quais fecharam as portas, quais só se afastaram do campeonato). O Sete de Setembro é um deles. Ocupou, por muito tempo, o estádio Independência, que agora pertence ao América (não vou omitir que será administrado pelo Atlético, porque não consigo entender como o estádio pertence a um - ouvi isso em pronunciamento do Governador - e é administrado por outro). Pois bem. Com três times mais fortes na capital, e um conjunto de times em que ora se sobressaía um, ora outro, o futebol mineiro ganhou força, na "era Mineirão".
De uns tempos para cá, com o advento das regras de acesso, temos autêntica "dança das cadeiras". O sobe-desce caracteriza a participação dos interioranos no campeonato. Os clubes do interior, de celeiro que eram, passaram a buscar jogadores que os da capital queriam amadurecer, ou descartar. Não pode dar certo. Como não tem dado. Jogador formado no interior deseja crescer no clube, para conseguir galgar a escada que leva ao sucesso nacional (a meta, agora, é internacional). Jogador de clube grande que vai ao interior só pensa em voltar (quando não em ir para a Europa). Nenhum compromisso com o clube que temporariamente irá defender.
Acredito que há muitos craques espalhados pelo interior, apesar de vermos poucos aproveitados. Ouvi, hoje, comentário do Elano, de que, no Santos, passou por duas gerações de jovens craques e que isto lhe foi muito proveitoso. Trabalho de renovação eficaz.
O Flamengo de 1953/55 renovou. De um time com o famoso "rolo compressor", de Joel, Rubens, Índio, Benitez e Esquerdinha, em 1953, trocou os dois últimos por Evaristo e Zagallo, em 1954, Rubens por Paulinho e Evaristo por Dida, em 1955. Em seguida lançou Moacir e Henrique. Joel, Moacir, Dida e Zagallo foram para a seleção de 1958. Uma renovação proveitosa.
O Cruzeiro formou aquele timaço, renovando. O Atlético, idem.
Por que isto não acontece mais? Por que os clubes do interior não formam base? Será por falta de garantia de manter jogadores que revelarem? Será que a Lei Pelé foi um retrocesso? Afinal, mesmo fora de Minas Gerais, não temos mais campeonatos com quatro ou cinco times fortes, como era antes.
Penso que pode ser profícuo avaliar isto. Afinal, há muito dinheiro envolvido com futebol, o que admite pensar que poderia ser melhor administrado.
O que não podemos admitir, no quadro das possibililidades financeiras (TV paga, patrocinador patrocina...) é que Atlético e Cruzeiro tenham escapado da segunda divisão do brasileiro e o América tenha sido rebaixado.
Pôxa! Mas eu deveria estar falando do Atlético ser o campeão?
Aí é que mora o perigo. O brasileiro está aí e estamos comemorando um campeonato em que, dos três principais concorrentes, um está na segunda e os outros dois quase foram para lá.
É nada animador. Apesar das gritarias intencionais dos narradores de Rádio e de TV.

PS.: A foto aí de cima é nada bonita. Mas preferi porque, na transmissão do jogo de ontem, vi o André, do Atlético, suspenso, assistindo ao jogo de um lugar que me pareceu aquele. Achei muito feio. Parecia estar em um compartimento para presos. Deusmelivre!

Foto (Estádio Independência): Casa Fora do Eixo/São Paulo.
http://casa.foradoeixo.org.br/blog/2012/02/acessibilidade-geral-e-irrestrita/independencia-visao_primeira_fileira_tercei_o-_piso_gecom/

13 de mai. de 2012

DIAS DA MÃE

Publiquei aqui obras de Inezita Barroso e de Nei Lopes*, ambas com enfoques diferentes do Dia das Mães (edito agora, a letra é de Celina Blanco Hermes e a melodia do irmão Billy Blanco **). Pode não ser simpático. Pode, mesmo, ser antipático. Reflete, para mim, a importância do dia-a-dia com a mãe. Repito que tive uma convivência muito agradável com a minha. Só para imaginar: minha mãe nasceu em 1907 e morreu em 1985. Na década de setenta, quando surgiam algumas manifestações sobre homossexualismo, de artistas da música e da TV, falamos sobre o assunto, com análise das modificações sobre evidências e tolerância, desde a minha adolescência até a meia idade. Não era assunto que se discutisse livremente, à época. Disse-lhe que, quando era rapaz, as buscas de relações homossexuais eram discretíssimas, havia uma repressão muito grande. E que, à época de nosso papo, Gil já tinha emplacado o "Super Homem" e artistas falavam abertamente sobre homossexualismo, e muitos fãs gostavam. Disse, então, que, antes o número dos homossexuais crescia, pelo menos para fins estatísticos, em progressão aritmética; depois, passou a crescer (ou explicitar-se) em progressão geométrica. Minha mãe, mística, observou: será que não é uma das revelações no Apocalipse, de que nos último sete anos não iria nascer criança? Um comentário absolutamente tranquilo, no meio da década de 1970, sobre um assunto que ainda hoje é muito polêmico. Tínhamos muito em comum: gosto pela arte, contemplação e, para variar, uma tendência inarredável para a boêmia. Minha mãe trabalhou muito, e trabalhou duro. Tinha seus momentos de contrariedade, até. As dificuldades eram muito grandes. Mas gostava de música. Diz minha irmã-Madrinha que, antes que eu ingressasse na adolescência, só dava ópera e clássicos. No entanto, aprendi, com minha mãe, sambas que nunca vi gravados. Coisa muito antiga. Penso que achava bacana ópera e clássicos (conhecia muito e gostava de verdade) mas curtia também o popular. Observadora, mostrou-me que duas letras de músicas escritas de modo completamente diferente, tinham o mesmo sentido: "Eu amanheço pensando em ti, eu anoiteço pensando em ti, eu não te esqueço, é dia e noite pensando em ti", na voz de Nelson Gonçalves, e "De manhã eu visto ela, no lugar do paletó. Vestir roupa é muito bom, mas vestir ela é bem melhor", um xote cantado por Ivon Curi. Gostava demais de uma cervejinha em boteco, com tira-gosto. Convidei-a e acompanhei-a muitas vezes. Papos longos e divertidos e toma farra! Falo sobre ela com gosto e admiração, muita amizade. E, de vez em quando, falo com ela, ainda.
Resolvi postar, então, minha visão de Dia das Mães. Já disse aqui que não curto os tais "Dia de". Não tem dia do Lula, dia do FHC, dia do Eike,... Quem tem "Dia" não está com muito, não. Façam a lista. Prefiro, então, falar sobre os Dias da Mãe.


Mãe, tu és sublime figura do altiplano,
grandioso exemplar, modelo de mulher,
somente um dia, apenas uma vez por ano,
quando a sociedade de consumo quer!

Aí, então, teus filhos, zelosos, te bendizem,
te cantam loas, jogam flores, doce engano,
porque as homenagens se fazem, sabes bem,
somente um dia, apenas uma vez por ano.

Mas tu, Mãe, tu não concebes o amor assim,
de exposição, somente da boca pra fora,
fugaz, incerto como o amor de todo-mundo.

Tu, tu continuas amando até o fim,
trazendo ao peito um grande amor, a cada hora,
minuto a minuto, segundo por segundo!

Imagem: Queridos Filhos.
http://queridosfilhos.org.br/mensagem.html


* Curiosos poderão encontrar o samba de Nei Lopes, "Rainha do Lar", em https://www.youtube.com/watch?v=ZPdD53h0B0o.

** E se quiserem saber algo sobre a composição de Celina Banco Hermes e Billy Blanco, podem ver como Billy conta a estória, em "Dever de justiça: autoria de 'Ser Mãe é Dureza' ", em http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com/2014/05/dever-de-justica-autoria-de-ser-mae-e.html. Ali encontrarão link para ouvir a canção, uma versão "puxada para o hilário", no dizer de Billy Blanco.


DISCURSOS POLÍTICOS - ANTES E DEPOIS

O Wandão mandou-me isso aí. Como não citava autor, e sabendo que o Wandão não "desaperta" autoria (já tem mais do que o suficiente), fui procurar. Encontrei em "Blog Filosofia e Vida", como de AUTORIA DESCONHECIDA. Editando, não encontrei o blog acima como disponível. A imagem foi colhida no Blog "Filosofia e Coisas da Vida"

1. POLÍTICOS ANTES DA POSSE

Nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

2. DEPOIS DA POSSE:

Basta ler o texto de baixo para cima, frase a frase.