No último final de semana eu cismei subir a pé até o Parque de Exposições, para assistir ao Show do Roupa Nova. Até aí tudo bem. Andar a pé, caminhar, fazer um Cooper, dar um rolê de dedão, é agradável e saudável. Faz bem para as pernas e para o coração. Aliás, caminhar é o melhor meio de transporte do mundo. Mas para andar por aí, quilômetros a fio, é preciso estar preparado. Principalmente, com os pés da gente. Pois, pé também é gente.
Mas não. Não pensei nisso. Fui caminhando com um sapato novo. Novo e apertado. Putz grila! No meio da jornada, passei à tarde na promoção da Imperatriz dos Calçados e perguntei ao Pepê, se a liquidação de outono ainda estava valendo? Ele disse: “tem uns Bat-Buts de marca com bom preço ainda”. E lá fui eu... Sapato de 150 por 90 reais. Bom demais. Mas e o número? Calço 39. Tenho o pé normal. Um pé bem do padrão brasileiro. O vendedor disse só tem o 38. Vamos lá, o preço está em conta. E , meti, o pesão no sapato menor. Não é que deu certo? E fui andando pela Major Gote até o Paiolão para o Roupa Nova. Agora, com sapato novo. Mas no meio do caminho perto dos Maristas, eu desejei o sapato velho. Como é bom ter um sapato velho na hora que a coisa aperta. Ou melhor, na hora que o sapato novo machuca. Pega no calcanhar. Pega no tornozelo. E amassa os dedos do pé, principalmente o mindinho, que sempre tem o calo do lado. Icha! Que sacrifício.
Como foi duro chegar ao Show do Roupa Nova, com sapato novo, com o coturno Bat-But da hora, na última moda, mas mancando como um “tá fundo, tá raso”.
Com isso é muito bom pensar antes de topar a parada. Fazer caminhada noturna com sapato novo. Nunca mais! Prefiro com todas as letras (as letras românticas do Roupa Nova), mas dançando com o antigo, velho e amigo: SAPATO VELHO.
Foto: Colhida na ilustração da crônica do Civuca.
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