Não é muito minha praia, nem tenho motivo. Mas já tive.
Fazendo o Curso de Formação de Oficiais da PMMG, quando de uma prova final, verifiquei que não dependia dela, já que estava aprovado. Não gostava e não gosto de correr. Poderia ter sido um bom jogador de futebol, se gostasse. Poderia ter participado até de alguma prova de atletismo. Mas fazer esforço não era meu sonho (costumava dizer que, em outra encarnação, carregara nas costas, sozinho, aquela pedra pontuda que fica no topo da Pirâmide de Quéops). Quando saí para a prova dos 1.500 metros, já havia feito os pontos necessários em todas as outras (mesmo não precisando). Por isto, fui bem devagar e não consegui sequer fazer o tempo máximo para nota mínima. O Tenente Álvaro, instrutor e coordenador da prova determinou:
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| Eu, hein??? |
- Esse aluno aí vai repetir todas as provas. Ele é muito folgado!
Repeti todas as provas, com nota acima da média e, na de 1.500 fiz o suficiente para passar.
O Tenente Álvaro, boa praça, era bom jogador de basquete, apesar de uma barriguinha proeminente para sua idade. Seu jogo era relativamente lento, mas eficiente, mãozinha de ouro.
Terminado o curso, declarado Aspirante, fomos comemorar em um restaurante e quem foi junto? O próprio Tenente Álvaro, boca livre e tudo. Ambiente ótimo, muita camaradagem. O que não me impediu de aproveitar a oportunidade e disse-lhe que não guardara mágoas de qualquer professor ou instrutor, exceto dele. Assustou-se:
- Mas logo de mim?!!! O que eu lhe fiz?!!!
- Logo do senhor, sim, Tenente! Qualquer outra pessoa que me tivesse feito o que o senhor me fez não me teria incomodado. Mas logo o senhor chamar-me de folgado?
O encontro terminou com simpatias de lado a lado, porque o cara era legal mesmo e a observação uma brincadeira minha. Mas logo o Tenente Álvaro, muito do folgado?
Foto: JCC - UBÁ
http://jcc-uba.blogspot.com.br/2011/04/orientador-do-jcc-vence-ultramaratona.html
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