6 de dez. de 2017

"TERRORISMO INADEQUADO" (TEMER)

Durante o almoço em que Evo Morales ficou parecendo mais pretexto do que homenageado - segundo meu sentir - Temer não perdeu oportunidade para falar da reforma da previdência, e para desmerecer - e até execrar opositores. Disse:



"Eu digo isso porque de vez em quando espalham, né, 'olha, vão tomar a sua aposentadoria, vão tirar a sua aposentadoria' é um terrorismo inadequado e um terrorismo inadequado (articulação vocal ininteligível) terrorismo administrativo inadequado porque a essência da reforma -  este é outro ponto fundamental - é combater privilégios" (https://g1.globo.com/politica/noticia/temer-ve-terrorismo-inadequado-em-divulgacoes-equivocadas-sobre-reforma-da-previdencia.ghtml).

Execrar, sim, já que passou a considerar "terroristas" aqueles que ousam discordar de suas ideias - e, muito provavelmente, de seus interesses políticos.
Pode ser que esteja a caminho de um inferno astral o Deputado Rodrigo Pacheco, do PMDB/MG - o partido de Temer - que se manifestou, quando no mesmo quadro jornalístico (link acima), falou-sem em partidos fecharem questão quanto à reforma da previdência, para votarem a favor:

"Não considero ser recomendável o fechamento de questão nessa matéria, até pra permitir que os deputados possam decidir seu próprio voto, de acordo com as suas circunstâncias, a sua consciência e a sua reflexão."

Eu, que já pensara sobre a expressão usada por Temer, aproveito o pronunciamento de Rodrigo Pacheco, para indagar:
"Seu" Temer, se o senhor classifica as ideias opostas à sua como "terrorismo inadequado", certamente achará que é possível existir terrorismo adequado, não? E o que será, então, terrorismo adequado? Será, porventura, essa enorme pressão que o governo está fazendo sobre os deputados, com ameaças intercaladas com promessas de benesses e de ajuda nas próximas eleições, para aqueles que votarem a favor, excluindo e dificultando, óbvio, os "infiéis" (uma das faces mais cruéis do terrorismo)?
Ou será o estado psicológico em que se devem encontrar muitos deputados, que admitem o tal "fechamento de questão", alheios aos interesses dos seus eleitores - interesses que estão obrigados a conhecer, por dever de ofício? Pelo jeito, encontrarão dificuldades em votar "de acordo com as suas circunstâncias, a sua consciência e a sua reflexão", como apregoa o Deputado Rodrigo Pacheco? Por via das dúvidas, acho de bom tom esclarecer que não conheço o deputado, e nem tenho cor partidária. Principalmente porque estranho muito a forma por que os parlamentares "nos representam".
Finalmente: para "combater" (preferia que tivesse falado "excluir") privilégios, não precisa de uma reforma que atinja aqueles que nem passam perto de privilégios.


Imagem: Brasília De Fato.

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