Cássio foi o melhor do torneio. Excepcional! Excepcional é decidir que o goleiro foi o melhor, situação que recai, muito mais freqüentemente, sobre atacantes e, prioritariamente, sobre o autor de gols. Verdade que Guerrero fez os dois gols dos magros um a zero, mas que foram suficientes.
Antes que tivesse marcado, porém, Cássio tinha garantido o zero mais de uma vez.
Já em 2002, na Copa do Mundo, comentara, para meu pequeno eleitorado, que o melhor jogador da Seleção Brasileira fora Marcos e não Ronaldo. Admirei muito o Ronaldo, pelo denodo com que se preparou. Deve ter ralado muito, dedicado-se muito, para estar em condições de disputar o mundial. Todos conhecem as circunstâncias.
Mas, em vários jogos, Marcos garantiu o zero, antes que qualquer de nossos atacantes tivesse marcado. Se tivesse sofrido gol, o andar da carruagem poderia ter sido diferente. Como no caso do Corinthians. Não sabemos como se teria desenvolvido o torneio, se o Corinthians tivesse sofrido o primeiro gol, em qualquer dos dois jogos. No mínimo, teria de correr atrás.
É pouco e tímido o reconhecimento das qualidades e das dificuldades de nossos goleiros, comparando os grandes elogios aos atacantes e, principalmente aos goleadores. Afinal, a publicidade precisa de "heróis" freqüentes e não eventuais.
Quando aos goleiros: "no lugar onde ele joga nem nasce grama".
Aprendi com alguém uma das máximas aplicáveis aos goleiros: "goleiro não é parede".
Eu mesmo criei uma: tirando o Rogério Ceni e um ou outro de seus aprendizes, goleiro não ganha jogo: no máximo empata.
Em matéria publicitária do Gol, da Fiat, foi explorado o conceito de deficiência de um goleiro. Diziam que o Dida (que volta em estilo, para o Grêmio) "não sabia" sair do gol. Batata:
- Sai do Gol, Dida!
Ele, lá dentro do carro, indicador esticado e girando que nem limpador de pára-brisas, sinalizando:
- Não!
Aproveito o sucesso de Cássio para homenagear todos os goleiros. Posição que alguns consideram solitária, tem poucas oportunidades de dialogar. É o único jogador que não tem muito espaço nem condição de manter-se convenientemente aquecido. Aconteceu, várias vezes, de um goleiro, passando o jogo quase todo sem agressão a sua cidadela (os locutores antigos falavam mais bonito, hein?), tomar um frango, porque ficara muito tempo sem exigência. Os demais estão andando, pelo menos. Os movimentos rápidos são muito freqüentes, como as disputas de bola ou contato com ela.
Parabéns Cássio! Parabéns goleiros deste mundão velho sem porteira!
Foto: Jornal A Voz do Triângulo e Noroeste Paulista.
http://www.avozdotriangulo.com.br/portal/index.php/esporte/444-carrasco-goleiro-do-timao-foi-tietado-por-vascainos-em-sao-januario
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