A defesa do consumidor é direito do cidadão, matéria de ordem constitucional, de ordem pública e interesse social, e blá-blá-blá-blá e blá-blá-blá-blá...
Deveria ser assim. Mas tem lei que não pega. Vão dizer que temos uma boa lei. Acho que sim. Mas há fenômenos que não conseguimos eliminar. A lei é desrespeitada com freqüência e fica tudo como antes na Casa de Abrantes.
Tenho "cá consigo", como dizia um camarada lá em Passa Quatro, que há fornecedores menores, fornecedores maiores e fornecedores muito maiores. Esses muito maiores, no meu conceito, são aqueles que chamo de fornecedores de massa. Têm enorme número de clientes (e querem cada vez mais!). Situo nessa categoria, dentre outros, os governos federal, estaduais e municipais, que são fornecedores de serviço das respectivas populações, e detêm o monopólio dos serviços que fornecem. O consumidor não tem como sair deles; ainda os bancos e as instituições financeiras; grandes fornecedores de bens de consumo, como hipermercados e quejandos; e as tais teles, as operadoras de telefonia.
Trato, agora, das tais operadoras de telefonia.
Em um passado não muito distante, a ANATEL aplicou punições à Tim, à Oi e à Claro, por deficiências em seus serviços. Tratei do assunto em "NO CASO DA TIM, DA OI E DA CLARO, O GOVERNO QUER FATURAR, MESMO COM PREJUÍZO
EVIDENTE DO CONSUMIDOR." -
http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/07/nao-gostei-da-atitude-do-governo-no.html. Assinalei ali que o acréscimo de um dígito nos números de celulares, em São Paulo, prenunciava enormes negociações de aparelhos celulares. O Ministério das Comunicações desautorizou a ANATEL e reduziu o castigo. Afinal, os governos precisavam aproveitar a onda dessas negociações e faturar os impostos devidos, certamente para aplicá-los "em benefício do povo".
Pois bem: sou consumidor dos serviços dos governos e da Tim (tenho Vivo mas utilizo pouco e não detectei falha). Pela Tim, tenho tido dificuldades para falar. As ligações costumam ser interrompidas (o governo até achou de proibir a taxação de ligações para o mesmo número, menos de dois minutos após terminada uma ligação; sinal de que conhece a questão). Acontece de tentar ligar pela Tim e receber uma delicada mensagem na tela: "insira..." (é o ship). Sem ter havido qualquer baque ou coisa semelhante no aparelho. Abro, mexo no ship e pronto. Só que, quando abro, saio do ar. Tenho de ligar o aparelho de novo e, nas pesquisas de linha, a Vivo chega sempre primeiro do que a Tim. Não fica só por aí. Ontem, tentei falar com minha filha, em Passa Quatro. Dava "aparelho programado para não receber chamada". Falei hoje e ela disse que, ontem, Passa Quatro ficou sem Tim. Dizer que "esse número não existe" é freqüente, mesmo o número estando registrado na memória) Não vou desfiar tudo. Muita bronca!
Alguém poderá dizer: "Então muda para a Vivo, pô!".
Não, não quero! Quero serviço com um mínimo de qualidade. Tenho direito a ele. Não me podem ficar empurrando de um lado para o outro, quando um fornecedor de massa não cumpre aquilo que prometeu. O fornecedor de massa tem uma força incrível. Se eu não cumprir qualquer das minhas obrigações, aperta um botãozinho e me desliga. Mas eu não tenho o mesmo poder. Não consigo desligar a Tim, quando me maltrata. Recorrer à Justiça é um incômodo a mais, pela demora e pelo empenho em acompanhar um assunto que deveria ser resolvido com simplicidade. E acaba não me garantindo o direito, que seria igual, de desligar a Tim. É tecnicamente viável prestar serviço de qualidade, quando as operadoras mantêm-se nos respectivos limites de capacidade.
Não pretendo fazer deste blog um instrumento de defesa de minhas broncas pessoais. Mas posso tentar aglutinar pessoas que têm as mesmas broncas que eu. Não quero propor a pessoas que não tenham problemas, que venham abraçar minha causa. Mas se há alguém que sinta as mesmas dificuldades, peço que as manifestem, que usem o facebook, por exemplo, para espalhar as mazelas. Não estou pedindo para divulgarem o blog. Estou propondo que façam girar suas mágoas, as angústias de quem tem sido enganado por propagandas que afirmam excluir limites ("você sem limites!").
E que coloquem o governo na roda.
Afinal, nesse embate entre fornecedores de massa e seus consumidores, de que lado está o governo?
Se alguém achar que estou exagerando, acatarei críticas.
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