28 de fev. de 2013

ROLOU NA REDE. APROVEITO...

Policial interceptou um carro cujo condutor avançara o semáforo vermelho. Abordou-o, vistoriou documentos e avisou que o estava multando por avanço de sinal. Diálogo:
Cidadão:
- Sr. Policial, mas eu diminuí a marcha, antes de passar.
Policial:
- O vermelho do semáforo manda parar.
Cidadão:
- Mas é a mesma coisa, ora!
Policial:
- É não! Parar é parar. Diminuir é diferente de parar.
Cidadão:
- Sr. Policial. Desculpe-me, mas eu sou advogado e tenho melhor conhecimento e experiência sobre interpretação de normas. O sinal vermelho tanto pode ser entendido como parar como diminuir.
Policial:
- Discordo, senhor. Parar é uma coisa. Diminuir é outra coisa.
Cidadão:
- Sr. Policial. Se o senhor me provar o que diz, utilizando qualquer tipo de argumento, o senhor pode me multar e ainda ficar com o meu carro.
Policial:
- Qualquer argumento?
Cidadão:
- Qualquer argumento!
O policial voltou-se para dois outros que estavam nas proximidades, chamou-os e disse-lhes que aplicassem uma tunda no cidadão, sem dó, nem piedade. Que batessem para valer. O pau começou a cantar.
O cidadão gritava:
- Pára! Pára! Pára!.... Pára!
O policial voltou-se:
- O senhor quer que pare ou que diminua?


Imagem: Blog Pena Digital
http://www.blogpenadigital.com/2011/09/policia-e-os-direitos-e-deveres-do.html

27 de fev. de 2013

NELSON RODRIGUS - TÍTULOS E EXCERTOS


"O BRASILEIRO É O ABUTRE DE SI MESMO"



Nelson diz que o brasileiro não tem autoestima. Conclui:



"No momento, a nossa vítima é o futebol carioca. A maioria da crônica só vê peladas na sua frente. Tudo é pelada. Para agredir o futebol carioca, elogia-se o paulista. Para agredir o futebol brasileiro, elogia-se o europeu. No fundo, no fundo, tudo é falta de autoestima."

 
Fonte: Livro "Brasil em Campo", de Nelson Rodrigues, pág. 141/142.
Imagem idem.

26 de fev. de 2013

SÃO UNS CHATOS! PRECONCEITUOSOS! AH! ESSA JUVENTUDE!

Preconceito contra a juventude? Acho que não. Afinal, os jovens podem, muitas vezes, refletir comportamentos de seus pais.
Estava eu em um shopping, em Belo Horizonte, quando ouvi um adolescente dizer para uma idem que estava mudando de residência. Perguntou o motivo. Respondeu que a mãe não gosta do prédio onde moram. Acrescentou que tudo o que acontece lá é culpa deles (entendi que se referia a sua família), que qualquer desencontro, batem na porta deles, para reclamar. Que seus vizinhos são preconceituosos.
Um anjo! Melhor: uns anjos!
Mudar de apartamento será sempre mais fácil.

Imagem: Design House New
http://design-house-new.blogspot.com.br/2010_07_01_archive.html

25 de fev. de 2013

A ARTE POÉTICA DE CÍCERO CHRISTÓFARO


Sujeito(a) Oculto(a)

Quebrou a panela
Teimou na mazela
Desapareceu com o alecrim
Deixou-me assim
Como um Zé Ninguém
Acantoado
Dasarmado
Mundico Gargalhada Desmiolado
Sem quê nem pra quê
Fiquei a mercê
Do que der e vier 
Voltou de supetão
Arrancou meu coração
Esparramou-o por aí
Sem saber aonde ir
Parecendo um Saci
Sem pedaço de mim
Perguntei apenas
Cadê o sujeito
Ou a sujeita oculta?
Deixou-me na escuta
Quase sem predicado
Vingança!
Vingança!
Vingança!
Voltarei cruel
Amargo como fel
Sujeito, verbo e predicado,
Pronome do caso reto.
E você? Quem?
Nem objeto indireto!

Imagem: Habitat Orquídeas
www.habitatorquideas.com.br

24 de fev. de 2013

MENSAGEM CIFRADA

Não sei se existe ainda. Telegrama pré-taxado era uma modalidade de prestação de serviço, em que o usuário comprava o formulário por preço determinado e tinha um limite de palavras para transmitir. Conforme o texto, ficava mais barato do que o pós-taxado.
Então, o cara chegou no balcão do correio e pediu um pré-taxado. Escreveu:
Patá, patá,  patá, patá, patá, patá, patá, patá, patá, patá.
Resultado de imagem para ininteligívelEntregou o formulário já escrito para o funcionário do correio, que lhe informou que, por aquele preço, tinha direito a colocar mais dois "patá".
Respondeu:
_ Pô, cara! Aí, ninguém vai entender nada, sô!





Imagem: Instituto Liberal.
https://www.institutoliberal.org.br/blog/entendendo-o-ininteligivel-com-o-professor-flavio-dino/

PEDACINHOS DO CÉU - ONDE ATÉ O COZINHEIRO TOCA

Já falei da magia e do encantamento que rola no Pedacinhos do Céu (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/07/pedacinhos-do-ceu-tenda-do-ausier.html). Para os que não conhecem, lá tem chorinho de primeira, um cavaquinho muito atrevido e sonhador, ao mesmo tempo, um sete cordas, um bandolim e um pandeiro formando um conjunto muito gostoso de ouvir e, principalmente de ver. Para mim, estar em contato físico com os músicos encomprida a viagem. Detalhes em www.pedacinhosdoceu.com.br. Não é merchand. É amor, mesmo.
Todos os músicos são bons, simpáticos e acolhedores. Raquel, amor do Ausier, uma simpatia (se falar que é bonita o Ausier pode me fritar), atenciosa, bem humorada e, acima de tudo, muito envolvida com música. Até agora, tem disfarçado, para nós, um sax, cujo privilégio é de seu amor. Ausier Vinícius é o cavaquinista. Mas ataca de cozinheiro. Aconteceu na última sexta-feira. Estive lá, com minha irmã e minha sobrinha Virgínia, filha da protagonista de "A Tenda do Ausier", primeiro dos links aí em cima. Ausier dedicou música à gata. Tocou "Valsinha", do Chico. A gata amou! A noite foi uma delícia só. Não podia ficar sem registro o cozinheiro tocando (olha só o pano de prato no ombro, maior estilo!). A gata tirou a foto e, gentilmente - como é seu feitio - passou para mim.

20 de fev. de 2013

VOCAÇÃO PRECOCE


men using laptops vector graphicEstava, hoje, em Belo Horizonte, em uma loja, com cyber café, onde observei dois garotos, um no computador e o outro sapeando. Este último, cumprindo seu papel de sapear, ficou falando: faz isso, faz aquilo, clica ali...
O do computador recusava-se e o sapo insistia: você não faz nada do que eu falo!
O do computador, definitivo, disse:
- O dinheiro não é seu, é meu!
O outro, na maior cara de pau:
- É por isto mesmo! 
Imediatamente, percebi ali uma grande, evidente vocação precoce. Não pude deixar de dizer ao garoto-sapo:
- Você acaba de revelar uma evidente vocação para presidente da república, governador de estado, prefeito, deputado federal ou estadual, senador, até ministro: não sendo seu o dinheiro, vale fazer o que você quiser.
Pareceu que entenderam e, felizmente, ambos levaram na esportiva. Mas que me preocupa, preocupa!

Imagem: stock unlimited.

http://www.stockunlimited.com/vector-illustration/men-using-laptops_1410441.html

19 de fev. de 2013

FLUTUAÇÃO NO RIO SUCURI - BONITO / MS

Um dos grandes baratos em Bonito é flutuar no Rio Sucuri. Água absolutamente límpida, profundidade não muito grande, muitos peixes passando bem pertinho da gente. Por que flutuar e não nadar? Nadar suja a água. Revolve areia no fundo do rio e turva a água. Para curtir o passeio, é importante que a água esteja limpinha. A gente vê tudo o que se passa à volta: peixes, fundo liso, fundo pedregoso (pedras redondas, bem brancas), vegetação subaquática... Muito bonito. A flutuação dá-se ao longo de seis quilômetros. Muito lento, deixando a correnteza levar (deixa a vida me levar, vida leva eu...). A roupa azul é que possibilita a flutuação, sem movimento. O aproveitamento do campo visual é possibilitado pelo snorkel (é assim mesmo, revisão? esta pergunta era muito freqüente em Stanislaw Ponte Preta). Difícil descrever. Vamos ver algumas fotos.


Preparação para flutuar
Tá com jeito de quem vai flutuar? Foi!




Olha só que água! Que visibilidade!





Olha só o tamanho do peixe!
A gente topava de cardume de até oito.







Muita coisa bonita para ver, ainda! Mais imagens no Rio Suciri. No caminho, o mata-pau. Fico devendo, mas sou bom pagador.

18 de fev. de 2013

O QUE ESTARÁ ACONTECENDO COM NEYMAR?

CÉLIO MESSIAS/ESTADÃO CONTEÚDO
DEDO EM RISTE
PARA O ÁRBITRO
Confesso que fiz - e continuo fazendo - restrições a algumas das atitudes do Neymar. Acabarei escrevendo sobre elas. Parecia que amadureceu. Ontem, vi o Neymar entrando por trás em um zagueiro da Ponte, empurrando-o com o ante-braço. O zagueiro jogou o braço esquerdo para trás, não sei se intencionalmente, nem sei se atingiu Neymar, mas foi pecado, também. Imediatamente, Neymar dirigiu o dedo em riste ao nariz do adversário. Praticou uma conduta que vários jogadores têm adotado, e da qual discordo visceralmente: jogador meter-se a juiz e admoestar adversários, ou por faltas que praticaram, ou por aquilo que acham ser simulação, que às vezes é, às vezes não. Quem pode admoestar jogador é o juiz. Adversário pode, no máximo, reclamar para o juiz de alguma conduta indevida (em termos, como é possível no voleibol, por exemplo, e não em altos brados, como costumam fazer). Só está faltando jogador entrar com cartão amarelo em algum bolso, e exibi-lo para adversário que o incomode. Ou até para o juiz (já aconteceu de um tomar o cartão vermelho do juiz e exibi-lo no alto para o próprio). Resultou que o zagueiro da Ponte passou a mão no rosto de Neymar, depois apertou-o entre os dedos, tendo Neymar reagido com um golpe no braço do adversário. Alguém, da Ponte, puxou o Neymar, provavelmente para tirá-lo do bolo. Pode tê-lo feito atabalhoadamente, mas a queda do santista foi cinematográfica.
Acho que Neymar tem jogado muito menos do que indica sua capacidade físico-técnica. Minha mulher sugeriu que as múltiplas atividades - jogador de futebol, garoto-propaganda, cuidados com as atualizações do visual, ator, freqüentador de palcos, que cantores famosos o chamam a dividir..., incluindo viagens, isso tudo pode estar prejudicando o desempenho do craque.
Quando as dificuldades de um atleta descambam para o campo disciplinar, envolvendo descontrole emocional, acho que é preciso cuidar do homem.
Se Neymar quiser ser o melhor jogador do mundo (vide http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/12/entao-magica-de-neymar-tera-de-ser.html), não precisa ir jogar na Europa. Precisa é de ser, efetivamente, o melhor jogador do mundo. E para isto...

Foto: Brasil Online (BOL)
http://www.bol.uol.com.br/
Nota: Nas fotos do entrevero, que pude ver na rede, Neymar aparece só como vítima. Não aparece a foto em que ele colocou o dedo no nariz do adversário. Essa aí com o juiz foi uma exceção.

17 de fev. de 2013

HORÁRIO DE VERÃO: SERÁ ILUSÃO? (EDITADO AO FINAL, EM 07/10/2013)

Horário de verão chega ao fim (Foto: Reprodução Globo News)
Horário de verão chega ao fim à 0h de domingo
(Foto: Reprodução Globo News)
EDIÇÃO EM 26/04/2019.
Cadikim tira onda de ter dado pitaco sobre isso em 2013 (vejam a data da postagem).


Tomando conhecimento dos resultados do horário de verão (HV, daqui em diante), fiquei pensando besteira. Os números absolutos podem até impressionar. Mas os valores relativos fizeram-me pensar. Com quem está o besteirol? Comigo ou com os que fazem o horário de verão e enaltecem seus resultados?
Como teria dito o general, "vamos raciocinar"!
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informa que "...no período houve redução de cerca de 2.477 megawatts (MW), ou 4,5% do consumo na demanda no horário de pico. No horário de verão anterior, a redução de demanda no horário de pico foi de 2.555 MW, representando 4,6%".
Está no G1 BRASIL (http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/02/horario-de-verao-termina-0h-deste-domingo-17.html). Tem mais, segundo a mesma fonte: De 2011 para 2012, a mudança de horário gerou uma economia de R$ 160 milhões, já que reduziu a necessidade de uso das térmicas. No HV de 2012 para 2013, a economia teria sido de R$ 200 milhões caso as térmicas não estivessem ligadas, o que a ONS chama de "despesa evitada". Pioramos 0,1%, na economia de MW. Na economia de milhões, não sabemos, pelo menos dessa fonte. A informação é de que, no HV de 2012 para 2013, a economia "teria sido" de 200 milhões, se... Ficamos sem saber quanto foi (não vou ficar pesquisando, porque só poderá ser menor e estarei considerando o valor que "teria sido").
Está lá que o HV durou 88 dias. 4,5% de economia, em três meses (para efeito de raciocínio, podemos arredondar), temos que a redução de MW foi de 1,5% ao mês. Penso que é muito pouco, para o sacrifício popular que gera.
Vamos pensar sobre os hipotéticos 200 milhões da economia que resultou do HV. Os números absolutos impressionam. Como impressionam os números da população brasileira, 190.732.694, no censo de 2010. Como os 200 milhões de reais economizados são hipotéticos (a hipótese, repito, é na base do "teria sido") e, apesar de haver morrido muita gente, de 2010 para cá, muita gente continuou fazendo neném, com muitas moçoilas entre 15 e 18 anos entrando na linha de produção, podemos arredondar tudo para 200 milhões, para facilitar cálculos. 200 milhões divididos por 200 milhões = 1, segundo os melhores matemáticos.
Ô sô do céu! 1 real de economia para cada brasileiro!!!!!!!!!!!!!!! Não é possível! Devo ter errado nos cálculos!
Será que os tomadores de decisões levam em conta que milhões de trabalhadores e de estudantes acordam muito mais cedo (e não dormem mais cedo, porque com o calor do verão é muito difícil dormir às nove da noite), o que pode significar deseconomia na saudabilidade de vida dessas pessoas? Para ganhar um real, no fim da briga? Ou será que essa saudabilidade será tão desimportante que não precisa entrar na conta?
Penso que é muito fácil, em um gabinete com ar condicionado, ignorar que milhões de brasileiros acordam às 5 horas (que, na verdade, são 4), para enfrentar metrô ou coisa "mais pior" para chegar à escola ou ao trabalho na hora certa. Penso que é fácil para eles, também, ignorar o enorme número de cochilões que andam pelos metrôs de São Paulo. Bacano não anda de metrô.
Ah! Mas os grandes desígnios da Pátria exigem sacrifícios, uai!

EDIÇÃO EM 07/10/2013:

ESTAMOS PERTO DE OUTRO HORÁRIO DE VERÃO. Gostaria que matemáticos legítimos (e não piratas, como eu) pensassem sobre os cálculos e as bases usadas em meu escrito, sobre o horário de verão passado. Acho que a coisa anda mais russa e os cochilões continuam lotando os metrôs, o tempo todo.


EDIÇAO EM 15/02/2014:

Estamos terminando outro HV. Ouvi, em reportagem televisiva, que houve uma economia de 400 milhões de reais. Ô Sô do Céu! Dobrou a economia! Então, tá muito bão, uai! Virou 2 reais para cada pessoa (per capita, como gostam os economistas). Ainda estou achando muito pouco, para o tamanho do sacrifício. Só pitaco de blogueiro...

EDIÇÃO EM 02/02/2018:

Não preciso esperar o final do HV porque, antes que tivesse sido instalado em 2017, já havia um papo de acabar com ele. Respeito aqueles que gostam mas ainda me incomodo com os cochilões do metrô de São Paulo - só como paradigma, já que no Brasil inteiro há muita gente que acaba com o descanso prejudicado. Será que agora acabam com esse trem?

16 de fev. de 2013

SOBREVIDA

Acabo de ganhar uma hora na minha vida. Só por causa de um atrasar de relógio. Assim é o horário de verão, com suas ilusões várias. Minha mulher está de plantão em hospital público. Pardoxalmente, perde uma hora, porque o relógio foi atrasado e ela ficará uma hora a mais em seu plantão. O mesmo fenômeno resulta em ganho ou em perda, conforme aquilo que a pessoa estiver fazendo no momento. Quem estiver trabalhando perde. Quem estiver farreando ganha. Quando ainda tomava cerveja, aproveitava a última noite do horário de verão. Naquele tempo, tomava cerveja por hora, que nem o fazendeiro que tinha tantos porcos que vendia porco por minuto: abria a porteira e marcava tantos minutos de porco, conforme o pedido do freguês. Uma hora a mais, houvesse cerveja!



Foto cerveja: LeiaJá

http://www.leiaja.com/cultura/2012/mais-uma-opcao-de-bar-e-comedoria-na-zona-norte


NA VERDADE... ASSIM...

Na verdade, um montão de coisas, apenas para servir como reforço. Como tem proliferado essa forma de expressão. Só hoje ouvi duas vezes: primeiro, uma explicação sobre um fato, iniciada com "na verdade...". Depois, vendo matéria no deserto do Atacama, a narradora tomou de uma pedra quadrada (havia muitas cortadas assim) e disse que "na verdade", esta pedra é muito usada na construção civil; que funciona como isolante de calor, sendo muito útil em um lugar onde as temperaturas variam de muito alta para muito baixa, no período de 24 horas. Precisava do "na verdade"?
Penso que os narradores de notícias têm muito medo de que não acreditemos no que dizem. Pensarão que, se disserem "na verdade" dissiparão nossas dúvidas? Ou será que pensam que as notícias que dão sejam, "na verdade", inacreditáveis?
No mesmo rumo vai a expressão "assim". Os repórteres, os narradores, dizem que a coisa ficou "assim", sem explicação sobre "que assim".
São hábitos da fala coloquial, que, para mim, despertam suspeitas. Pense em um vendedor que esteja dando informações sobre sua mercadoria e, no meio da conversa, diga: "minha senhora, esta escova, na verdade, faz de tudo... seca, alisa,..."assim...". Quem vai acreditar, "na verdade"? "Assim"...

Imagem: Força Jovem Padre Pedro

http://conexaoforcajovem.blogspot.com.br/2012/03/duvida-maldita.html

15 de fev. de 2013

ME DISSERAM...



"Ninguém que não seja um grande escultor ou pintor pode ser um arquiteto. Se não é um escultor ou pintor, apenas pode ser um construtor." - John Ruskin.

"É preferível um velho adversário a um novo inimigo." - Adágio Político.

"Passei mais da metade de minha vida a me preocupar com coisas que jamais iriam acontecer." - Winston Churchill.

"Mais almas têm sido destruídas pelo dinheiro que corpos pela espada." - Walter Scott.

"Tudo quando possas fazer, faze-o sem perda de tempo: pois nenhuma obra ou pensamento, ou sabedoria ou ciência, há de ser praticável na sepultura, para a qual vais correndo." - Eclesiastes.

"O reconhecimento de um erro envolve uma nova verdade." - José Ortega y Gasset.

NOVELA É NOVELA. E É DO DONO DELA!

Desta vez é "a dona dela" - a Glória Perez. Continuo vendo os lados bons das novelas: exposição de um fenômeno muito desfavorável, que é o tráfico de pessoas; exposição dos aspectos que envolvem as separações de casais. De quebra, algumas atuações muito boas de atores. Em "Salve, Jorge!", não estou vendo muita coisa, agradam-me apenas o malandro Pescoço, a fofoqueira Diva e a periguete Maria Vanúbia. Não vejo brilho nos protagonistas. Ah, penso que Celso também está com desempenho legal. Quando um ator consegue irritar muita gente, é porque está bem na fita.
Já havia dito antes, sob o mesmo título (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/03/novela-e-novela-e-e-do-dono-dela.html), o que me agrada e o que não me agrada em novelas. Admiti, mesmo, que, se não estou satisfeito, que escreva uma. Na base do "...quem quiser que conte outra!". Ora direis: então, por que ainda assiste? Direi, ora: se não assistir, não terei como falar mal.
Vamos combinar: não somos bons em suspense. Aquele segredo todo sobre as atividades dos "bandidões" e o medo de retaliações não poderia ser encaminhado a um "disque denúncia"? Dizem que existe e que funciona. Não seria uma ótima oportunidade de dar destaque a um método investigativo de que não gosto muito (há evidente risco de denúncias falsas e o denunciado corre o risco de "falar guarani" nas mãos dos homens, para provar que não é), mas que tem produzido mais efeitos positivos? Nem vi falar de efeitos negativos. Já que não se pode falar abertamente, a cidade (Rio) está cheia de orelhões por aí, longe do Alemão. Não se verá estranheza, também, no fato de o Russo pagar fiança para a Jéssica, assim abertamente, sem colocar um laranja na parada? Ninguém paga fiança em delegacia sem que seu nome apareça. Qualquer polícia, em qualquer parte do mundo, terá de ficar de olho em quem paga fiança de outrem, não sendo advogado. Ninguém desconfia de alguém que pague fiança para liberar uma mocinha, em um lugar onde se explora prostituição explícitamente? Só pelo fato de ser conterrâneo? Mas a trama envolve conterrâneos fazendo tráfico de conterrâneos, uai! Depois, botar um coronel para pagar a fiança da Wanda? Coronel mais ingênuo, sô! Pintar num quadro de pagamento de fiança em delegacia! Por fim, para assustar-me mais: uma tenente do Exército Nacional - ainda que veterinária - encontra uma embalagem de medicamento perto da baia do cavalo do Théo. Pega-a sem o cuidado que deveria ter para preservar impressões digitais e, mais que isto, perpassa-a nos próprios dedos, amassando-a e misturando ali suas próprias impressões. Argumentem que uma tenente veterinária não tem conhecimento de procedimentos investigativos. Responderei que qualquer pessoa com escolaridade de nível superior já ouviu falar, mesmo em filmes, da necessidade de preservar impressões digitais, e de preservar as próprias não as misturando com pré-existentes.
Repetitivo, vou dizer o que já disse naquela outra postagem: "Mas o que estarei fazendo eu aqui? Se não estiver satisfeito, que escreva uma novela, uai! A novela é da Glória Perez, não é? Então, que eu deixe de ser intrometido e que ela faça o que quiser com a novela dela, ora!"

Foto: Trade Clube
http://tradeclube.com/?p=998

14 de fev. de 2013

RECONHECIMENTO

PENSAM QUE EU IRIA PROCURAR UM CHATO PARA ILUSTRAR?
MAIOR CHATICE! MELHOR UMA FLOR BONITA.



Dois amigos moravam perto e trabalhavam juntos. Todos os dias, deslocavam-se no mesmo ônibus, na ida e na volta ao trabalho. Numa tarde, um deles disse que não iria direto para casa, pois precisava resolver uma coisinha. Tinha de tomar outro ônibus. Ao correr para alcançá-lo, caiu-lhe do bolso a carteira de identidade. Ainda da porta do ônibus, gritou ao amigo que pegasse a carteira e levasse para ele. Foi-se. O outro iniciou a caminhada para alcançar o documento. Um sujeito já se havia aproximado, pegado a carteira e colocado no bolso. O amigo virou-se para o estranho e disse-lhe que aquele documento tinha sido deixado cair, por seu amigo, que pedira que o levasse para ele. Explicou que moravam perto e trabalhavam juntos. O outro, muito sério, perguntou:
- Como se chama seu amigo?
- Flaudemílio, respondeu o amigo.
O estranho tirou o documento do bolso, olhou-o atentamente e perguntou:
- Flaudemílio de quê?
O amigo não se conteve: deu um safanão no chato, tomou-lhe a carteira e disse:
- Não enche, cara! Quem acerta Flaudemílio precisa acertar mais alguma coisa?

Colhida em crônica de Stanislaw Ponte Preta.



Foto: Samuel Rolo.
http://samuelrolo.blogspot.com.br/2009/03/flor-de-lis-todas-as-ruas-do-amor.html

DONALDO AMARO - HISTÓRIAS QUE PARECEM ESTÓRIAS

PAPOS DE MINAS é o título do livro. Toda cidade tem suas histórias domésticas, das quais os contadores de estórias se aproveitam. Donaldo é um deles. Sugestivo, confunde Patos de Minas com Papos de Minas. Em busca de credibilidade, socorre-se de Ruskin:

"Coisas falsas podem ser imaginadas e compostas: mas só a verdade pode ser inventada."

Não nasci em Patos de Minas, mas conheço muitos dos "personagens" de Donaldo. Convivi e convivo com muitos deles.Chega de papos: vamos ao que interessa, segundo Donaldo.

Certa vez, almoçava com o Deputado Bernardo Rubinger e meus dois filhos, Ricardo e Fábio, no Restaurante Delícia.
Pouco depois de servida a refeição, aparece o Elias do Crachá, figura folclórica da cidade. Puxa uma cadeira, pede um prato e dá uma limpa na mesa.
Em determinado momento, o Bernardo diz ao Elias que os meus dois filhos são bichas. O Elias fica espantado com a notícia e exclama:
- Que profissão ruim que vocês arranjaram...

Nota do editor: o Elias do Crachá merece uma crônica. Não sei se Donaldo a terá escrito. Se não, fica a encomenda.

MALANDRAGEM? SORTE? OPORTUNISMO? RONALDINHO GAÚCHO MOSTROU TÉCNICA

Os narradores do jogo, pelo Sport TV insinuaram malandragem. Ronaldinho Gaúcho foi tomar da água de Rogério Ceni que, delicadamente, segurou uma coisa parecida com toalha, enquanto ele bebia. Ronaldinho encheu a boca, esvaziou-a, tornou a sorver o líquido. Devolveu a garrafa a Rogério e saiu andando, parecendo até distraído. De repende, começou a correr, sem muita velocidade. Acelerou e foi encontrar uma bola lançada de lateral. Recebeu absolutamente só, dominou com técnica, na ponta do pé, olhou o meio e entregou na bandeja para Jô marcar.

Não me pareceu malandragem. Pela TV, só vi quando a bola ia em sua direção. Nas repetições, vi que, após devolver o vasilhame, Ronaldinho não saiu correndo rápido, nem fez gestos para alguém passar-lhe a bola. Iniciou uma corrida lenta, só acelerando pouco depois. Penso que a aceleração coincidiu com a percepção de que a bola podia ser-lhe lançada.
Sorte também não foi, penso, contrariando a versão do próprio Ronaldinho. Não foi por sorte que a bola foi lançada para ele. Quem cobrou o lateral viu que estava sozinho, quase na linha de fundo, não havendo impedimento nesse tipo de lance. A cobrança do lateral foi consciente. Nada de sorte.

Oportunismo, sim. Quando viu que poderia receber a bola, Ronaldinho apressou-se.
Técnica, também: recepção perfeita, exploração visual do espaço e precisão no passe.
Não foi lance que aconteça em todo jogo. Se acontecer, o craque tem de estar preparado para aproveitar.

Foto: ESPN.

https://www.espn.com.br/historias-da-bola/artigo/_/id/6945952/ex-atletico-mg-revela-que-ronaldinho-queria-bater-penalti-de-cavadinha-na-final-da-libertadores-ia-matar-todos-do-coracao

13 de fev. de 2013

GALO COMEÇA LIBERTADORES CONTRA O SÃO PAULO. NEY FRANCO COMEÇA CATIMBANDO.

Muito complicadas as manifestações extra-jogo. A manifestação com a cara mais inocente pode ser, na verdade, uma baita catimba. Hoje, vi pela TV, cenas do jogo em que o Atlético Mineiro perdeu o campeonato brasileiro para o São Paulo, 1977. Muita violência pelo lado do São Paulo, tudo passando de liso. Neca deu uma entrada violenta no meio-campo Ângelo. Enquanto este se arrastava no gramado, engatinhando, Chicão completou o serviço, pisando-o. Segundo a Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ang%C3%A9lio_Paulino_de_Souza), o médico Neilor Lasmar, que operou Ângelo, explicou: "É um dos casos mais graves que já atendi. E sei, pela característica dos ferimentos, que a entrada do Neca foi intencional. Foi o lance que mais danos fez. O segundo, do Chicão, naturalmente agravou as lesões." Na mesma enciclopédia, está que Ângelo sofreu rupturas em quatro pontos diferentes do joelho.
Durante algum tempo, muito depois desses fatos, formei opinião muito desfavorável à defesa do São Paulo. Muita violência. Nos princípios de jogos, principalmente, a entrada era, exatamente, para "mostrar o cartão de visitas", como gostam os comentaristas, jogadores sempre na expectativa de que é quase zero a probabilidade de juiz expulsar alguém nos primeiros minutos de jogo. De memória, lembro-me de três jogadores que achei muito violentos (às vezes, os comentaristas usavam o eufemismo "voluntariosos"): o próprio Chicão, Lugano e Serginho Chulapa (este, em entrevista relativamente recente, vangloriava-se de ações violentas em campo, em jogos em que seu time saiu vencedor, nem sempre só pelo São Paulo, com passagens pelo Santos e pela Seleção Brasileira). Quem acompanhou campeonatos brasileiros e outros viu e pode fazer sua própria avaliação. Vi outros que atuavam nos mesmos modelos, não me ocorrendo os nomes, agora.
Por que estou tocando nisto? Porque, logo depois da exibição de partes daquele jogo de 1977, com lances violentos de jogadores do São Paulo, a mesma emissora exibiu uma entrevista com Ney Franco, técnico do São Paulo. O rapaz dizia, na maior cara de pau, que as torcidas costumam reclamar de entradas mais fortes e, com isto, podem influenciar a arbitragem.
Não gostei. Vimos o Galo disputando o último campeonato brasileiro com muito brilho. Em anos anteriores, não dava nem para reclamar de arbitragem, tão mal ia o time. Por que vir falar em pressão da torcida, em entradas mais fortes?
Será que o Ney Franco estava preparando terreno?

Imagem: GALO FORTE.http://www.galoikariam.no.comunidades.net/index.php?pagina=5583345309&page=1

Imagem São Paulo: Pérolas do Futebol.
http://www.perolasdofutebol.com.br/2010/12/mascotes-dos-times-do-brasileirao/

CHICO ANYSIO - O GÊNIO DO HUMOR

Continuo deliciando-me com a releitura de "SOU FRANCISCO". Abro em qualquer página. Encontro o desenlace de Chico Anysio e Arnaud Rodrigues. Chico disse que doeu mas foi imperioso. Depois dos detalhes, fala que passou os monólogos do Fantástico para Marcos César que, segundo ele, "...não era bom de diálogo mas em monólogos, nem Max Nunes conseguiu ser melhor do que ele". Detalhe: Chico avaliou: "Somente o texto do comercial da Sharp onde eu dizia que o homem devia nascer com oitenta anos e morrer criança é suficiente para  mostrar sua competência" (isto foi escrito muitos anos antes de esse tema virar filme).
Marcos César morreu um ano depois de perder seu filho com leucemia. Chico comenta: "Católico praticante, quase fervoroso, ele disse ao Alex Periscinotto pouco antes de morrer uma frase incrível e seríssima:
- Não rezo mais pra Jesus, Só para Deus.
- Por quê? - perguntou o Alex.
- Porque Jesus não teve filho, não sabe o que é perder um."

Foto: Capa do livro.

12 de fev. de 2013

POR QUE A BRONCA COM SOGRA? PRECONCEITOS QUE RESISTEM AINDA?


Não consigo explicações sobre as broncas com sogras. Parece-me que pode ter origem em eventuais desavenças entre mammas e noras, as primeiras cheias de ciúmes das outras, por lhes terem tomado os filhos. Deve haver sogra mala e deve haver nora mala. Mas não deve ser motivo para tão recorrentes piadas e críticas. Não faço coro. Mas achei interessante a comparação feita na Fazenda San Francisco, em Miranda, Mato Grosso do Sul.

CHICO ANYSIO - O GÊNIO DO HUMOR

Para mim, não foi só do humor, não. Gênio não sabe só fazer gol: dá chapéu, caneta, entrega na bandeja e ainda abraça o adversário. Não bastasse, conta com com a ajuda do acaso.
"Eu sempre digo que sou ator porque esqueci o tênis". Muita gente saberá disto, sem os detalhes que a fonte direta proporciona. Tenho em mãos o livro "SOU FRANCISCO", de Chico Anysio, que começa com essa frase. Não conta tudo de uma vez, vai entregando em parcimoniosas prestações, misturando circunstâncias que parecem ter nada a ver. Mas é a história de Chico. Vou tentar transmitir: "...Jogo contra, no campo do Fluminense, que naquele tempo alugava o campo para jogos assim. A imposição era que os times jogassem descalços, para não estragar a grama. § - O jogo é no Fluminense, às três horas - avisaram. § ... Não me lembro quem foi, mas um colega chegou e me disse que houvera mudança. O jogo seria no campo do Aliança, ... § - Cadê o seu tênis? § - Eu não trouxe. Me disseram que o jogo era no Fluminense. Mas não faz mal. Vá indo com o pessoal, que eu vou em casa pegar o tênis e vou direto para lá. §...§...§................ Quando cheguei em casa eles estavam saindo. § - Pra onde vocês vão? - perguntei por perguntar. § - Vamos à Rádio Guanabara, fazer um teste de radioteatro - a Lupe respondeu. - Por que não vem também com a gente, e não faz o teste? Quem sabe...? §... § - Eu tenho um jogo marcado com o pessoal... § - Ué, não vá - sugeriu a Lupe com sua praticidade habitual. § - Eu só vim buscar o tênis, porque o campo do Aliança é de terra e... § - Nós passamos lá, avisamos que você não vai e seguimos para a cidade. Faz o teste, Oliveirinha, faz. § Está certo. Ficou decidido. Passamos pela rapaziada do time, eu avisei da necessidade de sair com minha irmã e seguimos para a Rádio Guanabara. §... § O resultado confirmou: eu tirei sétimo lugar no teste de radio-ator e segundo, no de locutor. Pronto. A Lupe, em quinto lugar, também fora aprovada. .... Lembro de muitos outros que igualmente foram aprovados naquela tarde: Nádia Maria, Beatriz Segall, Antônio Carlos, Batista Rodrigues, Ezequias Marques Júnior, Jayme Barcelos, Lupe Gigliote, etc. § No concurso de locutores, o Celso Teixeira foi o terceiro e o vencedor, o Sílvio Santos. Não podia ser outro. Desde aquele tempo o Sílvio era uma covardia. Estava chegando pronto, perfeito. ....."
MUITA COISA GUARDADA AÍ
Muita leréia entre aquela primeira frase, em que diz que era ator porque esqueceu o tênis (página 9), e essa última (página 31); muita estória, muita história. Chico Anysio não se limita à sua própria história. O livro conta a história do Rádio e da Televisão no Brasil.
Minha grande bronca: o exemplar que tenho é uma segunda edição; comprei-o no Sebinho, em Brasília, certamente a preço muito pequeno. Perdido em uma prateleira qualquer. Para mim, é livro que deveria ser obrigatório em todas as bibliotecas de faculdades de Comunicação Social. Será por que preferem "A Arte da Guerra"???????????????

FONTE: SOU FRANCISCO, Chico Anysio, 2ª Edição, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 1992.

11 de fev. de 2013

FANTASIA

Ora direis: o blogueiro só pensa naquilo! Meia verdade, uai! Pensar, todo mundo pensa. Alguns pensam só naquilo. Estou fora do "alguns". Mas compareço, eventualmente, com idéias pecaminosas. Como todo mundo. Não foi à toa que tirei uma foto diferente, lá em Bonito. Lembrou-me uma mulher nua, exposta ao sol, deliciando-se com o tépido calor do sol que conseguia invadir a gruta, amenizado pela proximidade de pequenas goteiras nas pedras.
A folha que aparece na coxa direita lembra a folha de parreira.

COMENTANDO COMENTÁRIOS: ENFÁTICOS DISPENSÁVEIS






Quem dá uma notícia pretende chamar o máximo de atenção para aquilo que apregoa. Ocorre, então, de usar expressão enfática, muitas das vezes sem que a ênfase incorpore valor à noitícia (agregue, como gostam); outras vezes até submetendo a notícia a choque de credibilidade. Expressão enfática muito corriqueira, utilizada reiteradamente, é o tal de "inquérito rigoroso". Compromete a credibilidade, afetando negativamente a presunção de que todo inquérito tem de ser rigoroso, necessáriamente, podendo ser dispensado qualquer qualificativo.
Agora mesmo, acabo de ver no programa Estúdio I, Globo NEWS, a chamada para a notícia da decisão do Papa, de apresentar sua renúncia: "Papa anuncia em pleno carnaval que vai renunciar no fim do mês".
Meu Deus! De início, cheguei a ficar contrariado. Com que desfaçatez o Papa faz tal anúncio em pleno carnaval? Não poderia ter deixado para a Quaresma? Ou para a Semana Santa? Por que logo no carnaval? 
Pensei assim porque, no primeiro momento, achei que havia alguém com receio de que uma notícia de tal impacto pudesse prejudicar o nosso carnaval. Então, que deixasse para depois, uai!
Refleti. Será que os bonecos de Olinda seriam recolhidos a seus "aposentos" habituais, por causa da renúncia do Papa? Será que o Bacalhau do Batata não irá às ruas, na quarta-feira? Será que a Vai-Vai será desclassificada, pelo mesmo motivo? Ou será que a Mangueira não irá desfilar (ou perderá pontos, se desfilar; não tenho informação sobre se já desfilou)? Será que os turistas católicos apóstólicos romanos ficarão constrangidos e retornarão para seus países, pelo fato de os foliões brasileiros não ligarem a mínima para a notícia e continuarem tomando suas cervejas, cachaças, vinhos e champanhas? Concluí que o anúncio da renúncia do Papa terá nenhum impacto sobre as atividades carnavalescas, nem sobre o consumo de camisinhas, nem sobre o humor dos turistas. "Pódexá!", dirão os mineiros legítimos. Melhor incorporar o conceito de Winston Churchill: "Passei mais da metade de minha vida a me preocupar com coisas que jamais iriam acontecer".

Foto: Rodrigo Constantino
http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2012/01/as-licoes-de-churchill.html

10 de fev. de 2013

VIOLÊNCIA NO FUTEBOL

Acabo de ver reportagem sobre a polêmica resultante da divulgação de um vídeo, na página oficial do Botafogo de Futebol e Regatas, em que aparece o técnico Oswaldo de Oliveira fazendo coro a afirmação de Seedorf (Quando tem briga, vamos brigar com os caras, todo mundo junto. Não vamos aceitar, desde o começo, com tudo, é cartão aqui, cartão lá. Faz diferença no final. Valeu?). Fazendo coro e acrescentando: "Vai, peita, mete a mão na cara, que nem eles estavam fazendo", referindo-se esse "eles" a jogadores do Fluminense.
ACHO QUE ME ENGANEI, QUANTO À FALTA
DE REPRIMENDA A PETRAS, PELO ÁRBITRO.
ACHO QUE O LANCE PODERÁ TER SIDO ESSE AÍ
DA FOTO. VEJA-SE A BRONCA DOS BRASILEIROS.
Essa referência a "...mete a mão na cara, que nem eles estavam fazendo" tem razão de ser. Lembro-me do jogo Brasil x Tchecoslováquia, abertura da Copa de 1970. Tomara que minha memória não me esteja traindo. Petras, que marcou o primeiro gol, naquele jogo, dividiu uma bola com Félix, no que muitos o criticaram. Achei que não havia motivo. Félix pegou e largou. Bola picando entre os dois, bem perto. Copa do Mundo. Zero a Zero. Qualquer atacante teria entrado chutando. Mas, depois, Petras entra maldosamente em Everaldo, por trás, com violência, sem reprimenda do árbitro (vide foto; se houve, foi amarelo; a falta merecia mais). Carlos Alberto ficou na espreita e, em uma jogada em que Petras deslocou-se para a meia esquerda, no ataque, o Capitão deu-lhe uma sarrafada - pareceu-me um tostão muito forte. Petras mudou de modos. Já vi isto muito, em futebol.
Penso que há muitos outros fatores que fazem do futebol um esporte violento. Um deles é essa estória que os comentaristas inventaram de que "futebol é esporte de contato", para justificar várias "entradas" violentas e proibidas pelas regras. O basquete é um esporte de muito mais contato, porque o campo é muito menor e grande a proximidade dos jogadores. Raramente descamba para a violência. Mesmo porque a maioria das faltas merece, como punição, dois lances livres, significando dois pontos para o adversário, na maioria das vezes. Além disto, o jogador faltoso pode ser excluído da partida, se praticar a quinta falta. No futsal, também praticado em campo de pequenas dimensões, a violência é rara. As punições são severas: após a quinta falta coletiva, tiro direto, sem barreira.
Outro fator é a raridade com que árbitros dão um cartão vermelho logo no início do jogo. Vi isto acontecer em três vezes, no máximo. Resulta que os dez primeiros minutos de jogo correm em regime de "carta branca". Sabemos que muitos jogadores pegam pesado nesses primeiros dez minutos, "mostram as credenciais", como alguns comentaristas gostam de dizer. Sabem que, na maioria das vezes, levarão apenas aquele gesto de braços do juiz, "acabou".
Por seu turno, os juízes sabem que os comentaristas de arbitragem sempre acharão que uma expulsão nos primeiros minutos do jogo terá sido excessivamente severa, que o juiz deve "administrar a partida". Chegam a condenar o amarelo, dizendo que, dado nos primeiros minutos, deixam o juiz sem alternativa a não ser o vermelho.
Pois que seja! Poderiam experimentar o rigor do regulamento, tolerância nenhuma para a violência. Mesmo que o jogo termine antes do tempo regulamentar, por insuficiente número de jogadores.
Enquanto não houver uma atitude concreta, de federações, clubes, árbitros, treinadores, dirigentes, no sentido de exigirem conduta esportiva dos jogadores, e, também, dos comentaristas de arbitragem, criticando o árbitro severo, será bobagem e perda de tempo querer aproveitar-se de um vídeo para polemizar, sem querer solucionar.

Foto: o brasil nas copas co mundo
http://brasilcopasmundo.blogspot.com.br/2010/07/1970-even-better-than-real-thing.html