8 de fev. de 2013

COMENTANDO COMENTÁRIOS

Falo em acidente envolvendo massas humanas pela última vez. Está um assunto muito explorado. Penso que há algo importante, que não vi ser tratado, nem pela imprensa escrita, nem pela televisionada, ou internet. Na verdade, é nada simpático o assunto que pretendo comentar. Registrei, antes, que "...os próprios assistentes não se preocupam com questões de segurança", notando que, no naufrágio do Bateau Mouche, que transportava 142 passageiros, tendo morrido 55, o laudo pericial indicou "...superlotação também: mais do dobro da lotação permitida". Está em http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2013/01/seguranca-chuva-avisada-nao-mata.html.
Motivo deste comentário: a revista Veja, de 6 de fevereiro último, foi patética, em sua capa. Em letras garrafais, bradou por "NUNCA MAIS"; exorta-nos a fazer um "...Brasil novo, onde ninguém mais seja vítima do descaso, da negligência, da corrupção de valores e da impunidade". Em Carta ao Leitor - à guisa de editorial - assinala uma foto com legenda: "Parentes e amigos protestam e pedem justiça em Santa Maria: para eles, a tragédia não foi uma fatalidade, mas resultado da corrupção".
Apesar do "NUNCA MAIS" da Veja, poucos dias depois, no mesmo Rio Grande do Sul, Arena do Grêmio, uma avalanche de torcedores causou um outro acidente. O número de feridos foi pequeno mas o noticiário informou que poderia ter sido maior, não fosse a existência de uma grade protetora.
O que pretendo, então? Pretendo que as lamentações, e até revoltas, possam ter motivos fundados. Não queria estar na pele de nenhum dos acidentados, muito menos nas peles de seus parentes. Pretendo mais, e com mais ênfase, que sejam desenvolvidas campanhas, junto a jovens, principalmente, mas em todos os segmentos, alertanto para os perigos das superlotações, das atividades perigosas (incluindo os cuidados que devem ser observados, nas atividades perigosas permitidas, como rapel, vôos, etc., e naquelas não permitidas, como direção perigosíssima de veículos). Falta isto, ainda. Campanhas objetivas, nuas e cruas. Chocantes, mesmo. Tenho em meu poder uma foto de um homem partido ao meio - literalmente partido ao meio - em um acidente em rodovia. Fui aconselhado a não expô-la. Campanhas permanentes. Em casa (jornais, rádio e tv), nas escolas, nos quartéis...
Lembro-me de ter visto, ainda na década de 1960, um filme sobre as conseqüências de fumar. Um pulmão marron escuro assustou-me. Não sei se isto tem vínculo com  fato de eu nunca ter fumado.
Mas que me assustou, assustou!
Não podemos entregar nossas vidas a outras pessoas, quando não cuidamos adequadamente delas.
Ouvi, desde criança: "livra-te dos males que Eu te livrarei dos males".

Foto: docstoc.
http://www.docstoc.com/docs/112947330/brincadeiras-de-mau-gosto

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