11 de mar. de 2013

NO FUTEBOL, A PAIXÃO NÃO FICA SÓ POR CONTA DO TORCEDOR.

Tenho questionado, neste blog, a pressão que comentaristas de futebol fazem sobre árbitros. Muitas vezes com argumentos alheios às regras, sem nexo e até contraditórios (http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/01/como-ficam-os-juizes-de-futebol.html).  Digo pressão porque acho que os árbitros, após os jogos, devem assistir aos comentários. Conseqüência: passam a apitar para a audiência. Quanto aos comentaristas, acho que há paixões clubísticas e regionalistas por trás.
Neste fim de semana ouvi algumas barbaridades, que não importa registrar, agora. Vim ao assunto porque me lembrei de um jogo entre Atlético Mineiro e Democrata, de Sete Lagoas, no antigo Estádio Independência, quando  Atlético sagrou-se tetra campeão mineiro.
Os tempos eram muito outros. A torcida do Atlético era a maior no Estado. Foi antes que tivesse aflorado aquele timaço do Cruzeiro, fase que deu início a um crescimento extraordinário da torcida azul.
A atleticana ocupava quase dois terços do estádio. Separada dela, ficava a "coligação", instituto popular que era composto pelas torcidas dos demais clubes, todas torcendo contra o Galo.
Sendo meu irmão cruzeirense e eu um atleticano moderado, fomos para a "coligação".
O Atlético vencia por dois a zero, quando Paulo Valentim investiu para a área do Democrata. Foi barrado, com falta, por Braúna, zagueiro que era "pau puro". Mário Vianna, o juiz, marcou a falta. De temperamento brigão, Paulo Valentim, ainda caído no chão, revidou. Mário Vianna nem pestanejou: apitou forte e apontou para o vestiário do Atlético. Paulo Valentim expulso. Foi quando um torcedor, na "coligação", próximo de mim, gritou:
- Muito bem, Mário Vianna! Expulsa esse cavalo!
Enquanto o torcedor dizia isto, Braúna, que não levava desaforo para casa, tacou o pé em Paulo Valentim. Mário Vianna não pestanejou, de novo: apito bem forte e dedo apontado para  vestiário do Democrata. O mesmo torcedor que o aplaudira, antes, em altos brados, reconsiderou, desta vez com menos convicção:
- O Mario Vianna não devia fazer isto não! Devia deixar os dois em campo.
Foi uma das grandes lições que recebi, em minha vida, do desequilíbrio que a paixão provoca. Hoje, gosto muito de futebol, mas não torço mais.

Foto: UOL Esporte.
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