SOBRE AMOR, EQUADOR DOS TEMPOS
Uma gota de voz é um temporal de estrondos
No silêncio dos céticos.
Um gesto de abraço é uma floresta de mel
No paladar dos amargos.
Uma voz de paz é um estopim de levantes
Na inépcia dos cínicos.
Um rock'n roll é um guindaste de encantos
Na inércia dos caídos.
Um jornal diário é a biografia dos valentes
No desânimo dos opressos.
Um aplauso de pé é a homenagem dos vivos
Ao descanso dos mortos.
Um vagido de parto é a convocação do novo
No reduto dos arcaicos.
Uma alma alegre é o contraponto dos felizes
Ao resmungo dos tristes.
A carne lanhada foi a semente de sangue
Que igualou os adjetivos
E um canto de colheita equalizou os desejos
Ao dividir os tempos!
Uma cantiga de afeto é o coral que deságua
No encanto dos comuns.
A fome de viver é o vapor da caldeira
No comboio dos futuros.
A audácia de ser é o conhaque que esquenta
Os regozijos de inverno.
A capacidade de espanto é o riso atrevido
Que subleva os tímidos.
O verso em chamas é o hino que encanta
O trabalho dos dias.
Um poema de amor é a revolução que legamos
Ao coração do instante!
Arte: Wander Porto - LOLITA NEGRA - Acrílico s/ Tela - 1,40 x 1,10
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