10 de mai. de 2020

MÃE


Vou enfeitar seu ventre com uma flor,
cobrir de beijos seu regaço ungido
que abriga, com carinho, o fruto de um amor
que se fez vida, em um momento lindo.

Momento em que dois ansiosos corpos se estreitaram
no fragor do gozo, em institintivo ato
que, em sentimento e ternura, sublimaram,
num intenso querer, mesmo insensato.

Nem pensou você que poderia ver
modificados seu corpo, seus humores,
privados do feitiço seus encantos,

nem pensei eu que me pareceriam tantos,
totalmente inúteis, portanto, seus pudores
que mãe nenhuma os deveria ter.

Uberlândia, 31 mar 1987



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