15 de set. de 2012

CRÔNICA DE MOZART HAMILTON BUENO

Remexendo papéis, dei com Mozar Hamilton Bueno em uma coletânea de crônicas que, aos 23 de março de 2000, ofertara-me, em Brasília, sobre alguns episódios da "nossa PMMG". Conheço-o desde há muitos anos: Sargento Músico no 9º Batalhão de Polícia Militar, em Barbacena - MG; Diretor do Colégio Tiradentes da PMMG, anexo ao mesmo Batalhão; Juiz de Direito em Brasília e Território (não me lembro qual). Ah! Ia-me esquecendo: ponta direita titular do Independente, time de futebol do 9º Batalhão. Encontrei-o em Brasília, à época em que me presenteou com as crônicas, quando prometeu que, se chegassem a oitenta ou cem, atrever-se-ia a colocá-las em livro. Não sei se colocou. Encontrando-o nos meus velhos papéis, procurei na rede e fui achá-lo no facebook. Já encaminhei pedido para que aceite como amigo. Como sei que é, já estou publicando uma das crônicas dele, antecipando-me à autorização. Vamos lá:


"TÁ PROIBIDO SENTAR"



PRAÇA FLORIANO PEIXOTO.
AO FUNDO, O QUARTEL DO
BATALHÃO DE GUARDAS (BG).
O 1º Batalhão da PM fica em Santa Efigênia, Belo Horizonte e defronte o quartel tem uma linda praça. Como da tradição, o Batalhão se encarregava da manutenção da praça, promovendo a limpeza,
pintura de postes e bancos e cuidados com a grama e as flores.

Assumiu o comando do "BG" o Ten. Cel. Soriano e, indo à praça, determinou que os bancos da mesma fossem repintados.
Para evitar que os que dela desfrutavam se sujassem na tinta fresca, determinou fosse instalado um posto de sentinela na praça, a fim de impedir que as pessoas usassem os bancos enquanto a tinta não secasse.
Muitos anos após, já reformado, o ex Comandante adquiriu uma casa naquela praça.
Certa manhã, com o jornal sob o braço, foi à praça onde pretendia lê-lo. Ao aproximar-se de um dos bancos, foi abordado pelo sentinela, que advertiu:
"Não pode sentar aí, não".
Por que? indagou o ex Comandante.
"Sei não, moço... foi a ordem que recebi".
Indignado, o oficial atravessou a rua e foi direto ao Comandante do BG, indagar o porquê daquela proibição.
Sem saber de nada o Comandante mandou chamar o P-1, e este também não soube explicar a proibição.
Dá daqui, dá dali, um sargento mais antigo disse que essa ordem era velha, mas não sabia mais da sua razão.
Rebuscando os arquivos, descobriu-se a determinação do ex Comandante e o porquê da proibição.
Se o ex Comandante não tivesse se mudado, até hoje, com certeza, ninguém poderia usufruir do banco da praça.

Foto: IEPHA - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais.

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